Filipe Toledo é o campeão do Corona J-Bay Open

By João Carvalho | 20 de julho de 2017 | principal

 

Uma final luso-brasileira fechou o Corona Open J-Bay nas direitas perfeitas de Supertubes, na quinta-feira em Eastern Cape, África do Sul. Em um dos eventos com as melhores ondas da história do World Surf League Championship Tour, Filipe Toledo deu um show para conquistar sua quarta vitória na carreira e subiu da 14.a para a sétima posição no ranking, que continua liderado pelo australiano Matt Wilkinson. Frederico Morais barrou o campeão mundial Gabriel Medina nas semifinais e se tornou o primeiro surfista de Portugal a chegar na final em etapas do CT. Com o vice-campeonato, ele foi do 18.o para o 12.o lugar no Jeep WSL Leaderboard.

Filipe Toledo (Foto: Pierre Tostee – WSL)

“Eu nem posso acreditar nisso. Sempre sonhei em ganhar esse campeonato aqui em J-Bay, surfando ondas perfeitas assim”, disse Filipe Toledo, que competiu na África do Sul com o cabelo pintado de verde. “Eu só tenho que agradecer a Deus pela incrível semana que tivemos aqui. Toda a minha família está aqui me apoiando e tudo isso é inacreditável, não sei nem o que dizer. Acho que vou deixar meu cabelo assim no restante do ano (risos)”.

A decisão do título foi eletrizante, mas Filipe começou bem com nota 9,17 em sua segunda onda e controlou toda a bateria. Quando Frederico Morais entrou na briga numa onda que valeu 8,33, o brasileiro respondeu com a mesma nota. Na onda seguinte, o português destruiu uma direita com grandes arcos e batidas e rasgadas executadas nos pontos críticos, para ganhar a maior nota da bateria – 9,40. No entanto, Filipe deu o troco em outra apresentação agressiva, atacando cada espaço da onda e entubando, para tirar nota 8,83 e sacramentar a vitória e o prêmio máximo de 100.000 dólares por 18,00 a 17,73 pontos.

Filipe Toledo (Foto: Kelly Cestari – WSL)

“Foi uma semana maravilhosa”, disse Filipe Toledo. “Este, definitivamente, será o evento que lembrarei por quarenta ou cinquenta anos. Não porque eu ganhei, mas por causa do nível do surfe e das altas ondas que rolaram durante todos os dias. Em J-Bay, com ondas incríveis e esse nível de surfe, foi perfeito. Agradeço toda a minha equipe que me ajudou e a minha filha e esposa, que estiveram aqui a semana toda me apoiando”.

Apesar da derrota na final, Frederico Morais fez grandes apresentações em sua primeira vez competindo em Jeffreys Bay. Ele barrou dois campeões mundiais nas fases decisivas. Contra o atual, John John Florence, conseguiu uma virada espetacular nas duas últimas que surfou nessa bateria pelas quartas de final. Uma valeu 9,77 e na seguinte superou o havaiano com sua primeira nota 10 no CT. Na semifinal contra Gabriel Medina, aproveitou muito bem as oportunidades que teve para surfar numa bateria marcada por longas calmarias, com poucas ondas entrando para o brasileiro tentar reverter o resultado de 17,37 a 14,70 pontos.

Frederico Morais (Foto: Pierre Tostee – WSL)

“Eu simplesmente amo esse lugar, é incrível”, disse Frederico Morais. “As ondas são surpreendentes, o clima é parecido com o de casa e a vibração que você sente aqui é uma loucura. Estou muito feliz por ter surfado contra caras como o John John (Florence), o Mick (Fanning), o Adriano (de Souza), o Gabriel (Medina), o Filipe (Toledo). Eles são os melhores, campeões mundiais, então se você quiser vence-los, precisa estar preparado para tudo. Mais feliz ainda por ser o primeiro surfista de Portugal a fazer uma final no World Tour. Então só tenho que agradecer, obrigado a todos que me apoiaram e que torcem por mim”.

Realmente, parecia impossível alguém ganhar de Filipe Toledo na África do Sul. Ele fez três baterias sensacionais nas ondas de 6-8 pés da quinta-feira em Jeffreys Bay. O primeiro desafio foi contra um dos favoritos ao título, o sul-africano Jordy Smith, que na terça-feira fez uma bateria perfeita com duas notas 10. O brasileiro também ganhou duas notas máximas, a primeira do campeonato e também na terça-feira, quando usou os aéreos para conquistar a classificação direta para as quartas de final, mandando o próprio Smith para a repescagem.

Gabriel Medina (Foto: Kelly Cestari – WSL)

Filipe apresentou seu arsenal de manobras modernas e progressivas, pegou lindos tubos e liquidou o sul-africano com as notas 9,50 e 9,20 das duas primeiras ondas que surfou. A vitória foi massacrante, por “combination”, no placar encerrado em 18,70 a 13,26 pontos. Na disputa seguinte, Julian Wilson barrou o líder do ranking no duelo australiano que fechou as quartas de final. Matt Wilkinson permanece com a lycra amarela de número 1 do Jeep WSL Leader e Wilson também não teve qualquer chance contra Filipe nas semifinais. O brasileiro venceu por “combination” novamente, por 16,63 a 11,33 pontos.

O campeão mundial de 2014, Gabriel Medina, foi outro brasileiro que brilhou no Corona Open J-Bay. Entre suas vítimas durante o campeonato, um foi o defensor do título da etapa sul-africana, Mick Fanning, na quarta de final que chegou a ser interrompida pela presença de um tubarão branco enorme no fim do dia na quarta-feira. No entanto, não teve muitas chances para surfar contra Frederico Morais nas semifinais e terminou em terceiro lugar, empatado com o australiano Julian Wilson. Medina ganhou duas posições no ranking, subindo do 11.o para o nono lugar na sexta etapa do World Surf League Championship Tour.

Julian Wilson (Foto: Kelly Cestari – WSL)

O próximo desafio dos melhores surfistas do mundo será o Billabong Pro Tahiti nas temidas ondas de Teahupoo, nos dias 11 a 22 de agosto na ilha da Polinésia Francesa. Matt Wilkinson vai competir novamente com a lycra amarela do Jeep WSL Leader, mas a briga pela ponta será fase a fase com John John Florence e Jordy Smith. E mais cinco surfistas também têm chances matemáticas de superar os 31.950 pontos do australiano, inclusive Filipe Toledo, após a vitória no Corona Open J-Bay. Os outros são Owen Wright (4.o no ranking), Adriano de Souza (5.o), Joel Parkinson (6.o) e Julian Wilson (8.o).

O Corona Open J-Bay foi transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.

Foto: Kelly Cestari – WSL

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Grant Baker, Phil Rajzman, Tory Gilkerson, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO CORONA OPEN J-BAY:

Campeão: Filipe Toledo (BRA) por 18,00 pontos (notas 9,17+8,83) – US$ 100.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: Frederico Morais (PRT) com 17,73 pontos (9,40+8,33) – US$ 50.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:

1.a: Frederico Morais (PRT) 17.37 x 14.70 Gabriel Medina (BRA)

2.a: Filipe Toledo (BRA) 16.63 x 11.33 Julian Wilson (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:

———-últimos resultados da quarta-feira:

1.a: Gabriel Medina (BRA) 17.40 x 11.33 Mick Fanning (AUS)

2.a: Frederico Morais (PRT) 19.77 x 18.67 John John Florence (HAV)

———-baterias que abriram a quinta-feira:

3.a: Filipe Toledo (BRA) 18.70 x 13.26 Jordy Smith (AFR)

4.a: Julian Wilson (AUS) 16.07 x 14.77 Matt Wilkinson (AUS)

TOP-22 DO JEEP WSL LEADERBOARD – após a 6.a etapa na África do Sul:

1.o: Matt Wilkinson (AUS) – 31.950 pontos

2.o: John John Florence (HAV) – 31.700

3.o: Jordy Smith (AFR) – 31.350

4.o: Owen Wright (AUS) – 30.150

5.o: Adriano de Souza (BRA) – 27.900

6.o: Joel Parkinson (AUS) – 24.400

7.o: Filipe Toledo (BRA) – 23.950

8.o: Julian Wilson (AUS) – 23.200

9.o: Gabriel Medina (BRA) – 21.000

10: Connor O´Leary (AUS) – 20.200

11: Mick Fanning (AUS) – 19.600

12: Frederico Morais (PRT) – 18.950

13: Michel Bourez (TAH) – 18.450

14: Kolohe Andino (EUA) – 16.500

15: Sebastian Zietz (HAV) – 16.000

16: Caio Ibelli (BRA) – 15.500

17: Conner Coffin (EUA) – 13.500

18: Adrian Buchan (AUS) – 13.000

19: Jeremy Flores (FRA) – 12.750

20: Kelly Slater (EUA) – 12.700

20: Bede Durbidge (AUS) – 12.700

22: Italo Ferreira (BRA) – 12.450

———–outros brasileiros:

25: Wiggolly Dantas (BRA) – 11.250 pontos

26: Ian Gouveia (BRA) – 10.250 pontos

31: Yago Dora (BRA) – 7.000

32: Miguel Pupo (BRA) – 6.750

32: Jadson André (BRA) – 6.750

37: Jessé Mendes (BRA) – 2.250

40: Bino Lopes (BRA) – 1.000

41: Samuel Pupo (BRA) – 500

 

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