João Chianca conquista primeira vitória da carreira no MEO Rip Curl Pro Portugal

By WSL Latin America | 14 de março de 2023 | noticias, principal

SUPERTUBOS, Peniche / Portugal (Terça-feira, 14 de março de 2023) – O saquaremense João Chianca, 22 anos, e a californiana Caitlin Simmers, de apenas 17 anos, festejaram suas primeiras vitórias no World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) em Portugal. O MEO Rip Curl Pro apresentado por Corona foi encerrado em um mar épico na terça-feira em Supertubos, com Chumbinho surfando tubos espetaculares na final com o líder do ranking, Jack Robinson, 25 anos, da Austrália. E a jovem Caitlin, bateu a experiente Courtney Conlogue, 30 anos, na decisão norte-americana que fechou a terceira etapa da temporada 2023. A próxima é o Rip Curl Pro Bells Beach, nos dias 4 a 14 de abril na Austrália.

“É muito difícil explicar o que estou sentindo nesse momento”, disse João Chianca, depois de vibrar bastante com a torcida, que lotou a praia de Supertubos na terça-feira. “Tinha altas ondas e, 5 minutos depois que entrei na bateria, me dei conta de como eu amo tudo isso que o surfe me proporciona. Foi só tubos perfeitos e o Pinga (Luiz Henrique, seu técnico) tinha me falado para ter calma e curtir todo o processo, porque minha hora ia chegar. Podia ser hoje, ou algum outro dia, mas ia chegar. E foi hoje, meu momento chegou”.

João Chianca (Foto: Thiago Diz/World Surf League)

As condições do mar estavam excelentes na terça-feira em Supertubos. Tanto que a direção técnica da WSL, decidiu fechar o MEO Rip Curl Pro Portugal utilizando o sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente, desde as oitavas de final até as semifinais. Foi a primeira vez que isso aconteceu na história do Championship Tour. No total, foram 22 baterias disputadas, incluindo um intervalo de 1h00 por causa da maré. E João Chianca comandou o show nos tubos na hora mais decisiva do campeonato.

BATENDO RECORDES – Na semifinal com o australiano Callum Robson, que já tinha conseguido a primeira nota 10 do CT 2023 num tubaço surfado na repescagem e 9,57 na quarta de final contra Samuel Pupo, Chumbinho fez um novo recorde de 17,10 pontos, com o 9,43 recebido no melhor tubo. Ele bateu os 17,00 do defensor do título da etapa portuguesa, Griffin Colapinto, quando eliminou o tricampeão mundial Gabriel Medina nas oitavas de final.

Na decisão do título, João Chianca não deu qualquer chance para o líder do ranking, Jack Robinson, que impediu uma segunda final brasileira em Supertubos, ao derrotar Yago Dora na semifinal. O australiano surfou o primeiro tubo da bateria, mas o do Chumbinho foi melhor e valeu 7,83. Depois, surfou mais dois tubaços de frontside nas direitas, já aumentando seu próprio recorde de 17,10 para 17,57 pontos, com as notas 9,07 e 8,50 que recebeu. Ele ainda pegou outro incrível de backside numa esquerda, mas acabou descartando a nota 8,13.

João Chianca nos tubos de Supertubos (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

Só no final da bateria, Jack Robinson reagiu surfando um tubão nota 8,97, mas era tarde e João Chianca derrotou o australiano por 17,57 a 15,14 pontos. Curiosamente, a primeira vitória da carreira do Chumbinho em etapas do CT, aconteceu em Portugal, onde seu irmão mais velho, Lucas Chumbo Chianca, reina nas ondas gigantes de Nazaré. A torcida que lotou a praia, vibrou intensamente com a vitória de João Chianca sobre Jack Robinson.

“Eu sabia que tinha altas ondas, com oportunidades para tirar notas altas. Então, depois que peguei o primeiro tubão, entrei no ritmo das séries e consegui aproveitar ao máximo”, disse João Chianca, que tirou a segunda posição no ranking do campeão mundial Filipe Toledo. No ano passado, Chumbinho acabou saindo da elite no corte do meio da temporada, agora chega na Austrália já praticamente garantido entre os 22 que permanecem disputando a segunda metade do CT e na briga direta pelo título mundial.

João Chianca e Jack Robinson (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

“Tem tantas coisas ruins, negativas, que podem acontecer para qualquer um, mas eu precisava continuar fazendo as coisas certas. Então, tentei usar essas experiências e transformar em uma perspectiva positiva”, disse João Chianca. “Desde que eu me qualifiquei pro CT, eu sonhava com a primeira vitória. No ano passado não fui bem aqui e tava com uma sensação meio estranha vindo pra cá. Mas, estava totalmente errado e hoje é o dia mais incrível da minha vida. Vai ser inesquecível e eu amo Portugal”.

DOMÍNIO BRASILEIRO – Até o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi abraçar João Chianca quando ele chegou na arena do evento, carregado pela torcida desde que saiu do mar. Esta foi a sexta vitória brasileira em 13 edições da etapa portuguesa em Supertubos, contra quatro da Austrália, duas dos Estados Unidos e uma do Havaí. A primeira foi em 2011, com Adriano de Souza derrotando Kelly Slater. A segunda com Filipe Toledo em 2015, depois Gabriel Medina em 2017, Italo Ferreira sendo bicampeão em 2018 e 2019 e agora foi João Chianca quem levantou o troféu de campeão do MEO Rip Curl Pro Portugal 2023.

Yago Dora (Foto: Thiago Diz/World Surf League)

O Brasil também segue dominando o ranking mundial. Entre os top-5 que vão disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals em Trestles, na Califórnia, três são da seleção brasileira. João Chianca é o novo vice-líder, com Filipe Toledo em terceiro lugar e Caio Ibelli em quarto. As exceções são o australiano Jack Robinson na liderança e o norte-americano Griffin Colapinto na quinta posição. Mas, tem mais brasileiro se aproximando para brigar pelas cinco vagas, com Yago Dora subindo para o sétimo lugar e Gabriel Medina na nona colocação.

BRASILEIRA NAS TOP-5 – A brasileira Tatiana Weston-Webb também já está entre as top-5 do feminino. Ela tentava o bicampeonato no MEO Rip Curl Pro Portugal, nas quartas de final bateu a nova líder isolada do ranking, Molly Picklum, mas acabou perdendo no último minuto da semifinal, para a norte-americana Courtney Conlogue. Apesar de ter ficado em terceiro lugar em Portugal dessa vez, Tatiana saltou da nona para a quinta posição no ranking.

Tatiana Weston-Webb (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

Essa foi a sua 18.a derrota para Courtney em baterias do CT. A brasileira só ganhou 7 e a última foi em 2021 na etapa de Maui, no Havaí. A experiente californiana chegou favorita na final, principalmente depois da nota 9 recebida no tubo que surfou logo no início da bateria. Mas, depois não conseguiu achar mais ondas boas e a jovem Caitlin Simmers acabou vencendo o MEO Rip Curl Pro Portugal por 13,50 a 12,83 pontos, somando notas 7,17 e 6,33.

“Eu realmente nem consigo acreditar que venci”, disse Caitlin Simmers. “Quando eu vi a Courtney (Conlogue) surfar aquele tubo, fiquei tipo OK, só está começando. Eu tentei de tudo, fiquei remando pra cima e pra baixo na praia, para encontrar boas ondas, então aconteceu e estou muito, muito feliz. Este é meu tipo de onda favorito, surfo beack breaks (praias com fundo de areia) praticamente todos os dias e só tenho que agradecer a todos aqui em Portugal”.

Caitlin Simmers e Courtney Conlogue (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

Com a vitória em Portugal, Caitlin Simmers, que estava empatada em nono lugar no ranking com Tatiana Weston-Webb, agora divide a vice-liderança com a pentacampeã mundial, Carissa Moore. A australiana Molly Picklum vai usar sozinha a lycra amarela de número 1 da WSL na próxima etapa patrocinada pela Rip Curl, em Bells Beach. E outra australiana completa o grupo das top-5, a bicampeã mundial Tyler Wright, na quarta posição.

O MEO Rip Curl Pro Portugal foi realizado com patrocínios da MEO, Rip Curl, Corona, YETI, Shiseido, Red Bull, Craft 1861, True Surf, Portugal Tourism, EDP, Millennium Bank e Hertz, com toda a competição sendo transmitida pelo WorldSurfLeague.com e Aplicativo e Canal da WSL no YouTube. No Brasil, todas as etapas do World Surf League Championship Tour também passam ao vivo  nos canais SporTV e no Globoplay.

João Chianca campeão em Portugal (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO MEO RIP CURL PRO PORTUGAL:
Campeão: João Chianca (BRA) por 17,57 pts (9,07+8,50) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Jack Robinson (AUS) com 15,14 pts (8,97+6,17) – US$ 45.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1.a: João Chianca (BRA) 17,10 x 10,17 Callum Robson (AUS)
2.a: Jack Robinson (AUS) 16,17 x 12,40 Yago Dora (BRA)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 16.000 e 4.745 pontos:
1.a: João Chianca (BRA) 13,00 x 12,27 Connor O´Leary (AUS)
2.a: Callum Robson (AUS) 15,40 x 14,33 Samuel Pupo (BRA)
3.a: Jack Robinson (AUS) 13,50 x 5,67 Rio Waida (IND)
4.a: Yago Dora (BRA) 11,33 x 7,47 Griffin Colapinto (EUA)

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 13.500 e 2.610 pontos:
1.a: Connor O´Leary (AUS) 10,90 x 6,93 Caio Ibelli (BRA)
2.a: João Chianca (BRA) 13,06 x 10,17 Ethan Ewing (AUS)
3.a: Callum Robson (AUS) 10,67 x 9,63 Joan Duru (FRA)
4.a: Samuel Pupo (BRA) 8,53 x 8,40 Ian Gentil (HAV)
5.a: Jack Robinson (AUS) 15,93 x 12,33 Ryan Callinan (AUS)
6.a: Rio Waida (IND) 12,20 x 7,56 Barron Mamiya (HAV)
7.a: Yago Dora (BRA) 14,93 x 14,73 Italo Ferreira (BRA)
8.a: Griffin Colapinto (EUA) 17,00 x 13,33 Gabriel Medina (BRA)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO
Campeã: Caitlin Simmers (EUA) por 13,50 pts (7,17+6,33) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Courtney Conlogue (EUA) com 12,83 pts (9,00+3,83) – US$ 45.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1.a: Courtney Conlogue (EUA) 12,27 x 11,73 Tatiana Weston-Webb (BRA)
2.a: Caitlin Simmers (EUA) 13,00 x 6,04 Macy Callaghan (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 16.000 e 4.745 pontos:
1.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) 7,80 x 7,40 Molly Picklum (AUS)
2.a: Courtney Conlogue (EUA) 12,60 x 11,83 Sally Fitzgibbons (AUS)
3.a: Macy Callaghan (AUS) 9,03 x 7,94 Yolanda Hopkins (PRT)
4.a: Caitlin Simmers (EUA) 9,93 x 8,66 Sophie McCulloch (AUS)

RANKINGS DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2023:

TOP-10 DA CATEGORIA MASCULINA – 3 etapas:
1.o: Jack Robinson (AUS) – 23.885 pontos
2.o: João Chianca (BRA) – 22.170
3.o: Filipe Toledo (BRA) – 16.075
4.o: Caio Ibelli (BRA) – 14.150
5.o: Griffin Colapinto (EUA) – 13.875
6.o: Leonardo Fioravanti (ITA) – 12.450
7.o: Callum Robson (AUS) – 10.735
7.o: Yago Dora (BRA) – 10.735
9.o: Gabriel Medina (BRA) – 9.960
10.o: Ethan Ewing (AUS) – 9.395
10.o: John John Florence (HAV) – 9.395
10.o: Rio Waida (IND) – 9.395
——outros brasileiros:
13: Italo Ferreira (RN) – 7.970 pontos
13: Miguel Pupo (SP) – 7.970
18: Samuel Pupo (SP) – 7.405
27: Michael Rodrigues (CE) – 3.990
34: Jadson André (RN) – 795

TOP-10 DA CATEGORIA FEMININA – 3 etapas:
1.a: Molly Picklum (AUS) – 19.490 pontos
2.a: Carissa Moore (HAV) – 17.355
2.a: Caitlin Simmers (EUA) – 17.355
4.a: Tyler Wright (AUS) – 14.930
5.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 13.440
5.a: Gabriela Bryan (HAV) – 13.440
7.a: Caroline Marks (EUA) – 13.020
8.a: Brisa Hennessy (CRC) – 12.100
9.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 11.305
9.a: Macy Callaghan (AUS) – 11.305

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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com


SOBRE A WSL: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.

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