Seleção brasileira tem seis surfistas nas oitavas de final do Rip Curl Pro Bells Beach

By WSL Latin America | 9 de abril de 2023 | noticias, principal

BELLS BEACH, Victoria, Austrália (Domingo, 9 de abril de 2023) – O Rip Curl Pro Bells Beach apresentado por Bonsoy foi iniciado na quinta-feira, o mar baixou muito na sexta-feira e sábado e retornou no Domingo de Páscoa, em ondas desafiadoras de 3-6 pés no Bowl de Bells. Seis surfistas da seleção brasileira passaram para as oitavas de final e o primeiro a se classificar foi João Chianca, que é o novo líder no ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT). O único que está na briga pela liderança é Filipe Toledo, enquanto Gabriel Medina e Yago Dora se aproximaram dos top-5. Michael Rodrigues ganhou o duelo brasileiro com Italo Ferreira e Tatiana Weston-Webb também avançou para as oitavas de final no domingo.

A próxima chamada para a sequência da histórica 60.a edição do Rip Curl Pro Bells Beach, será as 7h15 da segunda-feira na Austrália, 18h15 do domingo no Brasil. A competição está sendo transmitida ao vivo pelos canais sportv, Globoplay e WorldSurfLeague.com. O novo líder do ranking, João Chianca, vai disputar a primeira vaga para as quartas de final com o sul-africano Matthew McGillivray. Gabriel Medina entra na segunda bateria com o australiano Ethan Ewing, Filipe Toledo na terceira com o sul-africano Jordy Smith, Yago Dora na quarta com o australiano Jackson Baker, Michael Rodrigues na sexta com o havaiano John John Florence e Tatiana Weston-Webb enfrenta a californiana Courtney Conlogue.

Yago Dora foi o melhor brasileiro no domingo (Foto: Ed Sloane/World Surf League)

O Domingo de Páscoa na Austrália foi intenso, nervoso, com baterias decisivas para escapar do corte na elite da metade da temporada. O dia começou com as repescagens masculina e feminina, depois aconteceu a terceira fase dos homens no sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo realizadas simultaneamente. A seleção brasileira disputou as duas primeiras vagas para as oitavas de final.

O ainda vice-líder do ranking, João Chianca, foi o primeiro a se classificar, numa disputa acirrada com o havaiano Ezekiel Lau. Chumbinho tinha começado bem com nota 7,67, mas Zeke Lau chegou a passar a frente. O brasileiro só confirmou a vitória na onda surfada no último minuto, que valeu 6,27. Com essa nota, venceu por 13,94 a 12,76 pontos e o havaiano fica muito ameaçado de sair da elite, pois está bem abaixo do grupo dos 22 primeiros do ranking que serão mantidos.

João Chianca é o novo líder do ranking (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

“Não está fácil lá fora, então só fiquei focado na minha estratégia, de tentar pegar várias ondas”, disse João Chianca. “O bom é que a primeira que eu surfei foi muito boa e me deixou um pouco mais tranquilo. Eu fiz um treino antes de começar o campeonato e não consegui surfar quase nada. Então, na bateria queria pegar as melhores ondas que entravam na bancada e estou feliz que deu certo. Por outro lado, é difícil não pensar nos caras que podem não passar do corte. Eu vivi isso no ano passado e sei como é. Mas, é preciso separar essa parte emocional para fazer o meu trabalho, que era seguir em frente”.

Com a passagem para as oitavas de final, João Chianca já ultrapassava a pontuação do líder do ranking, Jack Robinson, que recuperaria a primeira posição se também se classificasse. No entanto, ele foi derrotado pelo também australiano Javier Huxtable, que está participando do Rip Curl Pro Bells Beach por ter vencido a triagem. Com isso, Chumbinho já vai defender a primeira posição no ranking contra o sul-africano Matthew McGillivray, que barrou o brasileiro Samuel Pupo por uma pequena diferença de 11,77 a 11,60 pontos.

MAR DIFÍCIL – As condições estavam difíceis para competir, com o vento afetando a qualidade das ondas e deixando o mar muito mexido. Apesar dos 40 minutos de duração, a maioria das baterias aconteceu com poucas ondas boas, sem muitas oportunidades para surfar. Então, o tricampeão mundial Gabriel Medina usou a tática de pegar várias ondas e foi assim que ele derrotou o havaiano Barron Mamiya por 10,67 a 7,33 pontos. Medina chegou a dividir o line-up com Owen Wright, que encerrou a carreira na derrota para Ethan Ewing.

Gabriel Medina busca vaga nos top-5 (Foto: Ed Sloane/World Surf League)

“As condições estão bem difíceis. Eu tentei achar as ondas boas, mas acabei pegando qualquer uma que vinha pra mim”, disse Gabriel Medina. “Foi importante avançar nessa rodada. Parece que as condições vão melhorar e eu só quero achar ondas com parede boa para surfar. Eu fiquei com o Owen (Wright) no mar e adoro ver ele surfar, mas infelizmente não conseguiu passar. O Ethan (Ewing) é um ótimo surfista e eu sei que preciso pegar as melhores ondas contra ele. Mas, estou me sentindo bem, minhas pranchas estão boas, então estou preparado”.

Com a classificação, Gabriel Medina ganhou uma posição no ranking, subindo do nono para o oitavo lugar, se aproximando do grupo dos top-5 que no final da temporada vai disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals. O mesmo aconteceu para Yago Dora, que despachou o australiano Dylan Moffat por 15,17 a 11,30 pontos, com a nota 8,50 da sua última onda. O catarinense assumiu a sexta posição e é a principal ameaça para tirar Caio Ibelli dos top-5, já que ele foi eliminado pelo francês Maxime Huscenot em uma das zebras do dia.

LIDERANÇA DO RANKING – O outro que está entre os primeiros do ranking é o atual campeão mundial e defensor do título do Rip Curl Pro Bells Beach. Filipe Toledo é o único que está na briga pela liderança do ranking com João Chianca. Ele competiu na bateria seguinte a do Gabriel Medina e os dois chegaram a dividir ondas por 20 minutos. Foi num momento que o mar estava bem difícil, com poucas ondas boas. Filipe só surfou duas, a segunda nos últimos segundos, quando precisava de 3,77 para vencer e conseguiu 4,60. Com essa nota, ganhou do australiano Morgan Cibilic com o placar mais baixo da terceira fase, 9,27 a 8,43 pontos.

Filipe Toledo está na briga pela ponta do ranking (Foto: Ed Sloane/World Surf League)

“Na verdade, o mar está bem difícil e foi uma batalha competir nessas condições”, lamentou Filipe Toledo. “Acho que não estamos preparados para competir em condições como essas. O tamanho das ondas está bom, só que a formação bem ruim por causa do vento. Mas, confiança é tudo e fui na fé. Já estou há 10 anos no Tour, então sei o que preciso fazer em qualquer situação. Eu gosto das ondas daqui, minha família está aqui comigo dessa vez e tenho me divertido bastante nesses dias sem competição na Austrália”.

Filipe Toledo foi finalista nas duas últimas edições do Rip Curl Pro Bells Beach. Em 2019, perdeu o título para John John Florence, mas no ano passado badalou o sino do emblemático troféu de campeão em Bells. Depois de Filipe, Yago Dora fez o maior placar da seleção brasileira no domingo. Igualmente na última onda, o catarinense conseguiu a maior nota do dia até a sua sétima bateria, 8,50. Com ela, despachou o australiano Dylan Moffat por 15,17 a 11,30 pontos. Com a classificação, Yago tirou a sexta posição no ranking do italiano Leonardo Fioravanti, eliminado no confronto seguinte pelo australiano Jackson Baker.

DUELO BRASILEIRO – Depois, aconteceu um duelo brasileiro entre o campeão mundial Italo Ferreira e Michael Rodrigues. Era a terceira vez seguida que eles se enfrentavam na terceira fase. O campeão olímpico tinha vencido o cearense em Sunset Beach no Havaí e em Portugal. Mas, Michael Rodrigues quebrou essa invencibilidade do potiguar, derrotando-o por 10,10 a 9,83 pontos. Michael segue tentando entrar no grupo dos 22 que serão mantidos na elite e Italo fica ameaçado, já caindo do 13.o para o 17.o lugar no ranking no momento.

Michael Rodrigues feliz com a classificação (Foto: Ed Sloane/World Surf League)

Outra surpresa foi a derrota de Caio Ibelli para Maxime Huscenot, na última participação da seleção brasileira no domingo. Caio está entre os top-5, já garantido na segunda metade da temporada e com sua vaga confirmada na elite do CT em 2024. Já o francês chegou na Austrália em 29.o no ranking, próximo do Michael Rodrigues em 27.o, ambos bem longe do grupo dos 22 primeiros, que precisam de bons resultados para permanecer na elite.

Os mais ameaçados de saírem do G-22, são três surfistas que perderam na terceira fase no domingo, o brasileiro Samuel Pupo, o norte-americano Nat Young derrotado pelo bicampeão mundial John John Florence e o australiano Liam O´Brien, eliminado no último confronto do dia, pelo novo recordista absoluto do 60.o Rip Curl Pro Bells Beach, Griffin Colapinto, com nota 8,67 e 17,00 pontos. Os três dividem o 21.o lugar no ranking e Michael Rodrigues empata com eles, se chegar nas quartas de final em Bells Beach.

BRASILEIRA CLASSIFICADA – A única integrante da seleção brasileira na elite feminina, também está tentando confirmar seu nome entre as top-10, que serão mantidas para a segunda metade do CT 2023 e com vagas confirmadas para 2024. Tatiana Weston-Webb divide o quinto lugar no ranking com a havaiana Gabriela Bryan, mas precisa defender posição. Na categoria feminina, qualquer tropeço pode ser fatal, pois todas estão bem próximas, separadas por poucos pontos. A briga da brasileira é fase a fase com quatro surfistas que estão abaixo dela

Tatiana Weston-Webb (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

No domingo, Tatiana conquistou a última vaga para as oitavas de final, eliminando a francesa Johanne Defay na bateria da repescagem vencida pela campeã do Rip Curl Pro Bells Beach no ano passado, a australiana Tyler Wright. Tati vai disputar o penúltimo duelo das oitavas de final com a californiana Courtney Conlogue, que está em 12.o no ranking e precisa avançar para entrar no grupo das top-10 que permanecerão no CT. O corte na elite vai acontecer na próxima etapa na Austrália, o Western Australia Margaret River Pro

O Rip Curl Pro Bells Beach apresentado por Bonsoy é realizado com patrocínios da Rip Curl, Bonsoy, Shiseido, Red Bull, YETI, Apple Watch, Surfline, True Surf, Hydralyte, Visit Victoria, Surf Coast Shire, Boost Mobile, Harvey Norman, Bond University, Oakberry, Coopers, GWM, Bailey Ladders, Bioglan, Apple TV. O evento está sendo transmitido pelo WorldSurfLeague.com e Aplicativo e Canal da WSL no YouTube. No Brasil, todas as etapas do World Surf League Championship Tour também passam ao vivo nos canais sportv e no Globoplay

OITAVAS DE FINAL DO RIP CURL PRO BELLS BEACH:

CATEGORIA MASCULINA – 9.o lugar com US$ 13.500 e 3.320 pontos:
1.a: João Chianca (BRA) x Matthew McGillivray (AFR)
2.a: Gabriel Medina (BRA) x Ethan Ewing (AUS)
3.a: Filipe Toledo (BRA) x Jordy Smith (AFR)
4.a: Yago Dora (BRA) x Jackson Baker (AUS)
5.a: Connor O´Leary (AUS) Xavier Huxtable (AUS)
6.a: John John Florence (HAV) x Michael Rodrigues (BRA)
7.a: Ryan Callinan (AUS) x Maxime Huscenot (FRA)
8.a: Griffin Colapinto (EUA) x Kanoa Igarashi (JPN)

CATEGORIA FEMININA – 9.o lugar com US$ 13.500 e 2.610 pontos:
1.a: Caitlin Simmers (EUA) x Isabella Nichols (AUS)
2.a: Caroline Marks (EUA) x Macy Callaghan (AUS)
3.a: Molly Picklum (AUS) x Sophie McCulloch (AUS)
4.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) x Sally Fitzgibbons (AUS)
5.a: Carissa Moore (HAV) x Kobie Enright (AUS)
6.a: Tyler Wright (AUS) x Gabriela Bryan (HAV)
7.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) x Courtney Conlogue (EUA)
8.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Lakey Peterson (EUA)

RESULTADOS DO DOMINGO NO BOWL DE BELLS BEACH:

TERCEIRA FASE – 17.o lugar com US$ 11.610 e 1.330 pontos:
1.a: João Chianca (BRA) 13,94 x 12,76 Ezekiel Lau (HAV)
2.a: Matthew McGillivray (AFR) 11,77 x 11,60 Samuel Pupo (BRA)
3.a: Ethan Ewing (AUS) 13,83 x 11,66 Owen Wright (AUS)
4.a: Gabriel Medina (BRA) 10,67 x 7,33 Barron Mamiya (HAV)
5.a: Filipe Toledo (BRA) 9,27 x 8,43 Morgan Cibilic (AUS)
6.a: Jordy Smith (AFR) 9,33 x 8,50 Seth Moniz (HAV)
7.a: Yago Dora (BRA) 15,17 x 11,30 Dylan Moffat (AUS)
8.a: Jackson Baker (AUS) 13,67 x 11,16 Leonardo Fioravanti (ITA)
9.a: Xavier Huxtable (AUS) 13,43 x 10,07 Jack Robinson (AUS)
10: Connor O´Leary (AUS) 15,73 x 11,76 Nat Young (EUA)
11: Michael Rodrigues (BRA) 10,10 x 9,83 Italo Ferreira (BRA)
12: John John Florence (HAV) 15,83 x 9,50 Kolohe Andino (EUA)
13: Maxime Huscenot (FRA) 13,50 x 7,44 Caio Ibelli (BRA)
14: Ryan Callinan (AUS) 14,37 x 12,60 Ian Gentil (HAV)
15: Kanoa Igarashi (JPN) 13,93 x 10,43 Kelly Slater (EUA)
16: Griffin Colapinto (EUA) 17,00 x 11,10 Liam O´Brien (AUS)

SEGUNDA FASE – 3.o=33.o lugar com US$ 10.500 e 265 pts:
1.a: 1-Liam O´Brien (AUS)=15.17, 2-Ezekiel Lau (HAV)=9.16, 3-Callum Robson (AUS)=8.07
2.a: 1-Barron Mamiya (HAV)=11.93, 2-Maxime Huscenot (FRA)=9.77, 3-Rio Waida (IND)=8.94
3.a: 1-Kelly Slater (EUA)=12.00, 2-Connor O´Leary (AUS)=10.74, 3-Carlos Munoz (CRC)=10.40
4.a: 1-Matthew McGillivray (AFR)=13.33, 2-Ian Gentil (HAV)=13.24, 3-Jake Marshall (EUA)=9.97

SEGUNDA FASE – 3.a=17.o lugar com US$ 11.610 e 1.045 pts:
1.a: 1-Caitlin Simmers (EUA)=9.66, 2-Kobie Enright (AUS)=6.30, 3-Brisa Hennessy (CRC)=5.50
2.a: 1-Tyler Wright (AUS)=12.90, 2-Tatiana Weston-Webb (BRA)=9.66, 3-Johanne Defay (FRA)=5.57

—————————————————–

João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com


SOBRE A WSL: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com


 

Tags:, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,