Brasileiros ganham seis das dez vagas do QS para o CT 2018

By João Carvalho | 3 de dezembro de 2017 | principal

A Vans World Cup of Surfing fechou o WSL Qualifying Series 2017 no Havaí, com o Brasil ficando com seis das dez vagas disputadas para a elite dos top-34 que vai disputar o título mundial de 2018 no Championship Tour. O último da lista no encerramento do QS é o cearense Michael Rodrigues, que ficou ameaçado de sair do G-10 até o último minuto das semifinais. Ele terminou em 11.o no ranking e depende do resultado do Billabong Pipe Masters para sua classificação ser confirmada, pois só está fechando a lista porque o americano Kanoa Igarashi, terceiro do ranking, no momento é um dos top-22 do CT que são mantidos na elite para o ano que vem.

Conner Coffin (Foto: Tony Heff – WSL)

Mas, metade das vagas para o CT 2018 já é do Brasil, o paulista Jessé Mendes, os catarinenses Tomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso e o potiguar Italo Ferreira. Os americanos também festejaram no último dia, com Griffin Colapinto tirando o primeiro lugar no ranking final do QS 2017 do brasileiro Jessé Mendes, Conner Coffin vencendo a World Cup e Kolohe Andino ficando em segundo lugar na final, com o australiano Wade Carmichael em terceiro e o próprio Colapinto em quarto.

O jovem Griffin Colapinto, 19 anos, também ganhou uma batalha direta pela liderança da Tríplice Coroa Havaiana com Wiggolly Dantas nas semifinais. Na primeira etapa desta competição especial que fecha a temporada da World Surf League na ilha de Oahu, o californiano ficou em segundo lugar na decisão do Hawaiian Pro e o Wiggolly em terceiro. O campeão Filipe Toledo não competiu em Sunset, então a briga pela ponta era entre os dois.

Griffin Colapinto (Foto: Tony Heff – WSL)

A bateria foi logo dominada por Colapinto e por Wade Carmichael, que atacou uma onda com seu “power surf” agressivo para ganhar 9,57 dos juízes. Mas, o norte-americano liderou desde o início com as notas 6,17 e 8,23 das suas duas primeiras ondas. Wiggolly Dantas só conseguiu surfar nos 10 minutos finais, mas em ondas que só proporcionavam uma ou duas manobras antes de fechar. Já era tarde para uma reação e ele terminou em terceiro lugar na disputa pelas duas primeiras vagas na grande final.

ÚLTIMA VAGA – Na outra semifinal, foi decidida a última vaga do QS para o CT 2018. Eram três norte-americanos e Patrick Gudauskas tiraria o brasileiro Michael Rodrigues do G-10 se ficasse no mínimo em terceiro lugar na bateria. Mas, seus compatriotas Conner Coffin e Kolohe Andino que já estão na elite, atacaram as ondas para receber grandes notas e ganharam as duas últimas vagas para tentar o prestigiado título da Vans World Cup of Surfing.

Wiggoly Dantas (Foto: Tony Heff – WSL)

Mesmo assim, Patrick poderia conseguir a última vaga se ficasse em terceiro lugar, à frente de Barron Mamiya. Ambos quase não surfaram na bateria. O californiano pegou uma no início que valeu 6,23 e a outra só há 3 minutos do fim. Ele ainda teve mais uma chance de superar o havaiano, mas não conseguiu. A nota saiu 5,77 e ele ficou em último por 4 décimos, totalizando 12,00 pontos contra 12,04 do terceiro colocado.

Com isso, a última vaga no G-10 ficou mesmo para Michael Rodrigues. Ele perdeu na sexta-feira e o sábado começou com nove surfistas tendo chances matemáticas de lhe tirar da 11.a posição no ranking. Mas, para a sua felicidade, todos foram caindo um a um, até acontecer o único resultado que ainda manteria o cearense na lista, Patrick Gudauskas ficar em último na semifinal. Para Michael Rodrigues, foi o fim de uma agonia que durou o dia inteiro, pois em quase todas as baterias tinha alguém ameaçando a sua última vaga na lista.

Caio Ibelli (Foto: Keoki Saguibo – WSL)

SELEÇÃO BRASILEIRA – O cearense ainda depende do resultado de Kanoa Igarashi no Pipe Masters, pois se ele sair dos top-22, terá que usar a terceira posição no QS e aí Michael Rodrigues perde a vaga no G-10. Se for confirmado, será a quinta novidade na “seleção brasileira” do CT no ano que vem. Os outros que também nunca fizeram parte do seleto grupo dos 34 melhores surfistas do mundo são o paulista Jessé Mendes e os catarinenses Tomas Hermes, Yago Dora e Willian Cardoso. O potiguar Italo Ferreira já era da elite e confirmou sua permanência entre os dez indicados pelo QS no sábado também em Sunset Beach.

Se Michael Rodrigues for confirmado, em 2018 o Brasil estará reforçado por um surfista a mais do que os nove deste ano, pois quatro estão entre os 22 primeiros do CT que são mantidos na elite dos top-34, os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza, Filipe Toledo e Caio Ibelli. E este número pode até aumentar, caso Miguel Pupo e Wiggolly Dantas consigam entrar no G-22 do CT no Billabong Pipe Masters, que começa nesta sexta-feira, 8 de dezembro. Pupo está em 23.o no ranking e Wiggolly é o 24.o, seguido por Italo Ferreira em 25.o. Se o potiguar se classificar pelo CT, sua vaga no QS fica para o próximo do QS, Michael Rodrigues ou o americano Patrick Gudauskas.

Wiggoly Dantas (Foto: Tony Heff – WSL)

MAIORIA BRASILEIRA – Os brasileiros chegaram no sábado com maioria entre os 32 escalados nas oitavas de final que abriram o último dia em Sunset Beach. O mar tinha baixado um pouco em relação aos outros dias, mas o swell continuou bombando séries pesadas de 2 metros, porém com longos intervalos entre as séries e poucas ondas boas entrando nas baterias. Os sete brasileiros ficaram divididos em cinco baterias.

Na primeira do dia, entraram dois e só um passou, Caio Ibelli, na vitória de Dion Atkinson. Os favoritos eram o campeão mundial Adriano de Souza e outro australiano, Matt Wilkinson, que acabaram eliminados. O peruano Miguel Tudela competiu na segunda e ficou em último. A terceira foi outro confronto direto entre Brasil e Austrália que terminou empatado, o baiano Bino Lopes venceu, Stu Kennedy passou em segundo e Miguel Pupo, que estava bem próximo do G-10, não achou as ondas nas condições irregulares do mar e ficou em último.

Na bateria seguinte, Wiggolly Dantas usou seu “backside attack” explosivo nas direitas de Sunset Beach para avançar junto com seu principal concorrente no ranking da Tríplice Coroa Havaiana, Griffin Colapinto. Depois, os brasileiros começaram a ajudar Michael Rodrigues a permanecer no G-10. Italo Ferreira barrou o sul-africano Michael February, que já tiraria a vaga do cearense se passasse essa bateria encerrada com vitória portuguesa de Vasco Ribeiro. E Lucas Silveira despachou outro forte concorrente que estava se aproximando a cada rodada, o italiano Leonardo Fioravanti.

Kolohe Andino (Foto: Keoki Saguibo – WSL)

MAIORIA AMERICANA – Nas quartas de final, apenas Wiggolly Dantas se classificou, vencendo muito bem a primeira bateria com a força do seu backside vertical atacando os pontos mais críticos das direitas em Sunset Beach. Na segunda bateria, os novos tops do CT, Griffin Colapinto e Wade Carmichael, derrotaram o paulista Caio Ibelli e o baiano Bino Lopes.

Na seguinte, Conner Coffin e Kolohe Andino iniciaram contra o carioca Lucas Silveira, uma dobradinha campeã que foi até o pódio. Na última quarta de final, Italo Ferreira também ficou em terceiro, eliminado por Patrick Gudauskas e o havaiano Barron Mamiya, a grande surpresa do evento. A situação então se inverteu e os norte-americanos passaram a ter maioria entre os semifinalistas, quatro surfistas contra dois australianos, um brasileiro e um havaiano.

Conner Coffin, Grifin Colapinto, Wade Carmichael e Kolohe Andino (Foto: Tony Heff – WSL)

Na primeira, a dupla Colapinto e Carmichael tirou o Brasil da decisão do título, com Wiggolly Dantas terminando em quinto lugar na World Cup. Na outra bateria, deu Conner Coffin e Kolohe Andino mais uma vez, contra Barron Mamiya e Patrick Gudauskas. Na última bateria do campeonato, a dobradinha americana se repetiu com Conner Coffin ganhando o troféu de campeão da segunda joia da Tríplice Coroa Havaiana. Kolohe Andino ficou em segundo lugar, seguido por Wade Carmichael e o campeão do QS 2017, Griffin Colapinto.

Mais informações, notícias, fotos, vídeos e todos os resultados do QS 10000 Vans World Cup of Surfing podem ser acessadas na página do evento no www.worldsurfleague.com que transmitiu a grande final do WSL Qualifying Series 2017 ao vivo de Sunset Beach.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Grant Baker, Phil Rajzman, Tory Gilkerson, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DA VANS WORLD CUP OF SURFING:

Campeão: Conner Coffin (EUA) por 14,33 pontos (7,33+7,00) – US$ 40.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: Kolohe Andino (EUA) com 12,60 (8,17+4,43) – US$ 20.000 e 8.000 pontos

Terceiro lugar: Wade Carmichael (AUS) com 11,60 (6,03+5,57) – US$ 12.000 e 6.700 pontos

Quarto lugar: Griffin Colapinto (EUA) com 8,17 (7,57+0,60) – US$ 10.000 e 6.300 pontos

SEMIFINAIS – 3.o=5.o lugar (US$ 7.500 e 5.300 pts) / 4.o=7.o (US$ 6.500 e 5.100 pts):

1.a: 1-Griffin Colapinto (EUA), 2-Wade Carmichael (AUS), 3-Wiggolly Dantas (BRA), 4-Dion Atkinson (AUS)

2.a: 1-Conner Coffin (EUA), 2-Kolohe Andino (EUA), 3-Barron Mamiya (HAV), 4-Patrick Gudauskas (EUA)

QUARTAS DE FINAL – 3.o=9.o lugar (US$ 5.250 e 3.800 pts) / 4.o=13.o (US$ 4.750 e 3.600 pts):

1.a: 1-Wiggolly Dantas (BRA), 2-Dion Atkinson (AUS), 3-Benji Brand (HAV), 4-Stu Kennedy (AUS)

2.a: 1-Wade Carmichael (AUS), 2-Griffin Colapinto (EUA), 3-Caio Ibelli (BRA), 4-Bino Lopes (BRA)

3.a: 1-Kolohe Andino (EUA), 2-Conner Coffin (EUA), 3-Lucas Silveira (BRA), 4-Vasco Ribeiro (PRT)

4.a: 1-Patrick Gudauskas (EUA), 2-Barron Mamiya (HAV), 3-Italo Ferreira (BRA), 4-Sebastian Zietz (HAV)

OITAVAS DE FINAL – 3.o=17.o lugar (US$ 2.850 e 2.300 pts) / 4.o=25.o (US$ 2.350 e 2.100 pts):

1.a: 1-Dion Atkinson (AUS), 2-Caio Ibelli (BRA), 3-Adriano de Souza (BRA), 4-Matt Wilkinson (AUS)

2.a: 1-Benji Brand (HAV), 2-Wade Carmichael (AUS), 3-Maxime Huscenot (FRA), 4-Miguel Tudela (PER)

3.a: 1-Bino Lopes (BRA), 2-Stu Kennedy (AUS), 3-Ethan Ewing (AUS), 4-Miguel Pupo (BRA)

4.a: 1-Griffin Colapinto (EUA), 2-Wiggolly Dantas (BRA), 3-Frederico Morais (PRT), 4-Makai McNamara (HAV)

5.a: 1-Vasco Ribeiro (PRT), 2-Italo Ferreira (BRA), 3-Michael February (AFR), 4-Aritz Aranburu (ESP)

6.a: 1-Conner Coffin (EUA), 2-Sebastian Zietz (HAV), 3-Imaikalani Devault (HAV), 4-Cody Young (HAV)

7.a: 1-Barron Mamiya (HAV), 2-Lucas Silveira (BRA), 3-Michel Bourez (TAH), 4-Leonardo Fioravanti (ITA)

8.a: 1-Patrick Gudauskas (EUA), 2-Kolohe Andino (EUA), 3-Kanoa Igarashi (EUA), 4-David Van Zyl (AFR)

G-10 DO WSL QUALIFYING SERIES 2017 – após a última etapa no Havaí:

1.o: Griffin Colapinto (EUA) – 26.900 pontos

2.o: Jessé Mendes (BRA) – 25.400

3.o: Kanoa Igarashi (EUA) – 23.030 e top-22 do CT

4.o: Wade Carmichael (AUS) – 21.400

5.o: Tomas Hermes (BRA) – 20.880

6.o: Yago Dora (BRA) – 20.450

7.o: Italo Ferreira (BRA) – 20.360

8.o: Willian Cardoso (BRA) – 19.000

9.o: Keanu Asing (HAV) – 16.950

10.o: Ezekiel Lau (HAV) – 16.750

11.o: Michael Rodrigues (BRA) – 16.550

———sul-americanos até 100:

12: Filipe Toledo (BRA) – 16.500 pontos

20: Wiggolly Dantas (BRA) – 13.155

22: Miguel Pupo (BRA) – 13.040

23: Jadson André (BRA) – 12.855

26: Adriano de Souza (BRA) – 11.960

27: Alejo Muniz (BRA) – 11.850

28: Bino Lopes (BRA) – 11.760

33: Alex Ribeiro (BRA) – 11.400

35: Deivid Silva (BRA) – 10.960

37: Flavio Nakagima (BRA) – 10.600

50: Miguel Tudela (PER) – 8.330

51: Peterson Crisanto (BRA) – 8.200

52: Caio Ibelli (BRA) – 8.100

55: Lucas Silveira (BRA) – 7.900

59: Marco Giorgi (URU) – 7.700

60: Thiago Camarão (BRA) – 7.660

61: Victor Bernardo (BRA) – 7.630

70: Heitor Alves (BRA) – 6.600

74: Rafael Teixeira (BRA) – 6.215

75: Hizunomê Bettero (BRA) – 6.210

79: Luel Felipe (BRA) – 5.860

81: Marco Fernandez (BRA) – 5.675

85: Krystian Kymerson (BRA) – 5.474

90: Ian Gouveia (BRA) – 5.250

91: Tomas Tudela (PER) – 5.170

93: Raoni Monteiro (BRA) – 5.110

99: Mateus Herdy (BRA) – 4.780

101: Samuel Pupo (BRA) – 4.580

104: Marcos Correa (BRA) – 4.520

 

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