Caio Ibelli confirma vaga no WCT e vai disputar o Quiksilver Pro France
By João Carvalho | 4 de outubro de 2015 | noticias
Os brasileiros não repetiram as vitórias dos últimos anos nas principais etapas do WSL Qualifying Series em Portugal, mas dois conseguiram confirmar suas entradas na elite dos top-34 da World Surf League nas últimas provas importantes antes da “perna brasileira” da WSL South America. Primeiro foi Alex Ribeiro que quase ultrapassou a barreira dos 21.000 pontos no QS 10000 dos Açores. Agora foi o também paulista Caio Ibelli que garantiu sua vaga neste domingo com o vice-campeonato na final do QS 10000 Allianz Billabong Pro Cascais, vencida pelo norte-americano Kolohe Andino. Além da classificação para o WCT 2016, Ibelli também ganhou a chance de participar do Quiksilver Pro France, nona etapa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour, que começa nesta terça-feira em Hossegor.
“Estou muito feliz pelos 8.000 pontos (do segundo lugar) e amarradão também por fazer minha primeira final em etapas do QS 10000. Ainda estou esperando uma confirmação oficial da WSL, mas entrar no WCT é o meu maior sonho, é tudo o que eu sempre quis”, disse Caio Ibelli, logo após a bateria final. “Eu só queria ter encontrado melhores ondas nessa final, mas tudo bem porque o segundo lugar também foi um bom resultado. O meu relógio parou um pouco antes da final começar, então fiquei meio perdido lá fora, mas fiz o melhor que pude nas ondas que peguei e estou feliz pela chance de participar do WCT já nessa semana na França”.
A oportunidade surgiu quando o sul-africano Jordy Smith e o australiano Matt Banting cancelaram suas participações por ainda não estarem 100% recuperados de contusões. Para ficar com uma vaga, Caio Ibelli precisava chegar na grande final em Cascais para superar o australiano Jack Freestone e assumir a segunda posição no ranking do WSL Qualifying Series, que passou a ser liderado pelo californiano Kolohe Andino. O catarinense Alejo Muniz foi o primeiro a confirmar vaga no CT 2016 quando venceu o QS 10000 da África do Sul. Em Portugal, mais quatro garantiram seus nomes, Caio Ibelli, Alex Ribeiro, o campeão do QS 10000 SATA Azores Pro, Jack Freestone, e Kolohe Andino com a vitória no Allianz Billabong Pro Cascais.
Restam então cinco vagas para fechar a lista dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series para completar o grupo dos 34 que vai disputar o título mundial do ano que vem no Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. No momento, elas estão com o norte-americano Kanoa Igarashi, os australianos Ryan Callinan e Adam Melling e os franceses Maxime Huscenot e Joan Duru. O cearense Michael Rodrigues chegou a figurar no G-10 em Cascais, mas acabou sendo tirado da lista por Adam Melling e ficou na porta de entrada, em 14.o lugar no ranking que está confirmando até o 13.o colocado.
Agora a batalha pelas últimas cinco vagas será travada nas três etapas da “perna brasileira” da WSL South America. Michael Rodrigues pode entrar na zona de classificação se repetir a vitória do ano passado conquistada na etapa catarinense do WSL Qualifying Series. O QS 6000 Red Nose Pro Florianópolis SC vai abrir esta série decisiva nos dias 20 a 25 de outubro na Praia do Santinho. Da Ilha de Santa Catarina para a igualmente linda Costa do Cacau no Sul da Bahia, onde o QS 60000 Mahalo Surf Eco Festival vai agitar a cidade de Itacaré do dia 27 a 1.o de novembro na Praia da Tiririca. Depois, tem o último QS 10000 antes do encerramento da temporada na Tríplice Coroa Havaiana, de 2 a 9 de novembro na Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.
MAIORIA AMERICANA – Diferente da maioria das etapas do QS 10000 esse ano dominadas pelos brasileiros, os norte-americanos chegaram em maioria no último dia do Allianz Billabong Pro Cascais, com quatro surfistas divididos nas baterias das quartas de final. Caio Ibelli e Wiggolly Dantas eram a esperança do Brasil manter a hegemonia de títulos nesta etapa desde a sua segunda edição em 2011. O potiguar Jadson André foi bicampeão nas duas últimas, mas perdeu logo na primeira bateria do campeonato. Caio e Wiggolly despacharam os norte-americanos Conner Coffin e Evan Geiselman, respectivamente, mas acabaram se encontrando nas semifinais.
Dois norte-americanos disputaram a primeira vaga na grande final em um duelo eletrizante encerrado em 18,30 a 16,74 pontos. Kolohe Andino e Patrick Gudauskas deram um show nas ondas de 4-6 pés do domingo na Praia do Guincho, fazendo os dois maiores placares do dia até ali. Mas, Caio Ibelli também achou boas ondas e acertou as manobras no confronto brasileiro com Wiggolly Dantas para vencer por 17,40 pontos. Com a classificação para a sua primeira final em etapas do QS 10000, Caio já ultrapassava o australiano Jack Freestone no ranking e ficava com a última vaga para o Quiksilver Pro France.
Ele é o décimo brasileiro entre os 36 participantes da etapa francesa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour que começa nessa terça-feira em Hossegor. Além dos sete integrantes da “seleção brasileira” do WCT, com o campeão mundial Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Jadson André e Miguel Pupo, os catarinenses Alejo Muniz e Tomas Hermes já estavam escalados na primeira rodada substituindo o aposentado havaiano Fredrick Patacchia e o australiano Taj Burrow, ausente pelo nascimento do seu primeiro filho.
O norte-americano Kolohe Andino também faz parte da elite mundial deste ano, mas estava fora dos 22 primeiros do ranking que são mantidos no grupo dos top-34 para o ano que vem. Agora ele já confirmou sua permanência pelo G-10 do WSL Qualifying Series, assumindo a liderança do ranking com a vitória sobre Caio Ibelli na decisão do QS 10000 Allianz Billabong Pro Cascais em Portugal.
O californiano já começou bem a bateria final para largar na frente com nota 7,67. O mar estava em transformação, com poucas ondas boas e Caio Ibelli falhou nas três primeiras que escolheu para surfar. Enquanto isso, Kolohe ia abrindo vantagem somando 4,93, que depois trocou por 5,30. O brasileiro, enfim, surfa sua primeira onda boa e recebe 7,10, mas Kolohe também acha outra com potencial para mostrar suas manobras modernas e arrancar 8,90 dos juízes. Com essa nota, praticamente confirmou a vitória por 16,57 a 11,97 pontos pela difícil condição do mar, faturando o prêmio máximo de 40 mil dólares e os 10.000 pontos no ranking do WSL Qualifying Series.
“A maré baixou muito e ficou realmente difícil de achar as ondas certas, mas eu procurei ficar calmo e fiquei amarradão quando consegui aquela nota 8,90”, disse Kolohe Andino. “Meus braços já estavam cansados de tanto remar e eu estou exausto, mas muito feliz pela vitória. Agora estou praticamente garantido no WCT e vou poder surfar mais tranquilo nas próximas etapas que vêm por aí”.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – a World Surf League (WSL) organiza as competições anuais de surfe profissional e as transmissões ao vivo de cada etapa pelo worldsurfleague.com, onde você pode acompanhar todo o drama e aventura do surfe competitivo em qualquer lugar e a qualquer hora onde acontecer. As sanções da WSL são para os seguintes circuitos: World Surf League Championship Tour (CT), que define os campeões mundiais da temporada, Qualifying Series (QS), Big Wave Tour, Pro Junior e Longboard. A organização da WSL está sediada em Santa Monica, Califórnia, com escritório comercial em Nova York. A WSL também tem sete escritórios regionais de apoio na organização dos eventos na África, Ásia, Austrália, Europa, Havaí, América do Norte e América do Sul.
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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G-10 DO WSL QUALIFYING SERIES – após 28 etapas:
1.o: Kolohe Andino (EUA) – 27.660 pontos
2.o: Caio Ibelli (BRA) – 24.250
3.o: Jack Freestone (AUS) – 24.100
4.o: Alejo Muniz (BRA) – 23.450
5.o: Alex Ribeiro (BRA) – 20.950
6.o: Jeremy Flores (FRA) – 17.000 – top-22 do CT
7.o: Miguel Pupo (BRA) – 16.700 – top-22 do CT
7.o: Kanoa Igarashi (JPN) – 16.700
9.o: Filipe Toledo (BRA) – 16.500 – top-22 do CT
10: Ryan Callinan (AUS) – 15.750
11: Adam Melling (AUS) – 15.500
12: Maxime Huscenot (FRA) – 15.100
13: Joan Duru (FRA) – 14.980
——-próximos sul-americanos até 100:
14: Michael Rodrigues (BRA) – 14.450 pontos
23: Wiggolly Dantas (BRA) – 13.200 – top-22 do CT
27: Jessé Mendes (BRA) – 12.410
28: Italo Ferreira (BRA) – 12.300
29: Pedro Henrique (BRA-PRT) – 11.930
47: Bino Lopes (BRA) – 9.300
48: Santiago Muniz (ARG) – 8.550
49: Hizunomê Bettero (BRA) – 8.290
51: Deivid Silva (BRA) – 7.975
59: David do Carmo (BRA) – 7.100
61: Tomas Hermes (BRA) – 6.700
62: Heitor Alves (BRA) – 6.570
67: Miguel Tudela (PER) – 6.020
68: Jadson André (BRA) – 6.000
70: Marco Fernandez (BRA) – 5.850
73: Thiago Camarão (BRA) – 5.660
76: Ian Gouveia (BRA) – 5.540
80: Luel Felipe (BRA) – 5.390
81: Willian Cardoso (BRA) – 5.350
84: Lucas Silveira (BRA) – 4.800
91: Robson Santos (BRA) – 4.280
93: Krystian Kymerson (BRA) – 4.150
99: Marco Giorgi (URU) – 3.630
101: Jean da Silva (BRA) – 3.600
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO ALLIANZ BILLABONG PRO CASCAIS:
Campeão: Kolohe Andino (EUA) por 16.57 pontos (notas 8.90+7.67) – US$ 40.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Caio Ibelli (BRA) com 11.97 pontos (7.10+4.87) – US$ 20.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 11.000 de prêmio:
1.a: Kolohe Andino (EUA) 18.30 x 16.74 Patrick Gudauskas (EUA)
2.a: Caio Ibelli (BRA) 17.40 x 12.60 Wiggolly Dantas (BRA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 7.000 de prêmio:
1.a: Kolohe Andino (EUA) 11.67 x 7.27 Vasco Ribeiro (PRT)
2.a: Patrick Gudauskas (EUA) 14.00 x 11.33 Soli Bailey (AUS)
3.a: Caio Ibelli (BRA) 14.93 x 12.87 Conner Coffin (EUA)
4.a: Wiggolly Dantas (BRA) 13.17 x 7.86 Evan Geiselman (EUA)
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