Filipe Toledo e Silvana Lima são campeões do CT de Trestles

By João Carvalho | 15 de setembro de 2017 | principal

Só deu Brasil na etapa norte-americana do World Surf League Championship Tour, encerrada nesta sexta-feira em San Clemente, na Califórnia. A cearense Silvana Lima continuou com seu surfe devastador em Lower Trestles para quebrar um longo jejum de 7 anos sem vitórias em etapas do CT. Ela não deu qualquer chance para Keely Andrew, derrotando a australiana na final do Swatch Pro com uma “combination” de 17,60 pontos. Depois, Filipe Toledo se tornou o primeiro surfista a vencer duas etapas esse ano, batendo o número 1 do Jeep WSL Leader e defensor do título do Hurley Pro, Jordy Smith, também por uma larga vantagem de 15,67 a 9,80 pontos.

Filipe Toledo (Foto: Kenneth Morris – WSL)

As condições do mar estavam bem difíceis para competir na sexta-feira, com poucas ondas entrando nas baterias, inclusive nas duas decisões dos títulos. O sul-africano só conseguiu surfar uma boa nos 35 minutos da grande final, que valeu nota 9,0. Mas, Filipe Toledo já tinha garantido duas notas altas – 8,00 e 7,67 – com seu arsenal de manobras modernas e progressivas nas direitas de Lower Trestles, para vingar a derrota sofrida para Jordy Smith nas semifinais desta etapa no ano passado. Mesmo não conseguindo o bicampeonato, o sul-africano aumentou a vantagem na dianteira da corrida pelo título mundial da temporada e Filipe Toledo tirou a sétima posição no ranking de Gabriel Medina.

“Finalmente consegui vencer aqui e este é um momento muito especial para mim”, disse Filipe Toledo. “O Jordy (Smith) me bateu na semifinal do ano passado aqui, então é um sentimento incrível poder ganhar dele na final agora. Quero agradecer todo esse público que lotou a praia todos os dias para nos assistir e torcer para a gente e a Deus também por todas as ondas que ele mandou para mim nas baterias. Definitivamente, o título mundial é o meu principal objetivo e é realmente surpreendente eu ser o único a ganhar dois eventos esse ano. A disputa do título está muito louca esse ano e espero chegar na última etapa com chances de ser campeão lá no Havaí”.

Silvana Lima (Foto: Kenneth Morris – WSL)

A cearense Silvana Lima também comandou o show contra a jovem Keely Andrew, de apenas 22 anos de idade, contra 32 de muita experiência da brasileira. Silvana escolheu muito bem as ondas e pegou as melhores que entraram na bateria. Em três seguidas, tirou notas 8,93, 7,17 e 8,67, com seu ataque feroz de frontside nas direitas de Lower Trestles, variando batidas e rasgadas executadas com muita pressão sem perder velocidade. Já Keely Andrew, que viveu seu melhor momento derrotando a norte-americana Courtney Conlogue, vice-líder do ranking, nas semifinais, não se achou na bateria e sua maior nota foi 6,00. A vitória de Silvana Lima foi com uma sonora “combination” de 17,60 a 10,93 pontos e a cearense faturou o prêmio máximo de 60.000 dólares oferecido para a categoria feminina na World Surf League.

“Primeiramente quero agradecer a todos vocês que vieram na praia. Eu estou na Lua agora e nem acredito que venci o campeonato”, disse Silvana Lima. “Faz muito tempo que não venço nenhuma etapa no CT, teve uma vitória especial em Bells (Austrália) e agora aqui nesse lugar incrível, com altas ondas, parece uma pista de skate de tão boas e perfeitas, então estou muito feliz, muito feliz mesmo. Essa prancha que surfei aqui é mágica, andou muito bem em todas as baterias e só tenho que agradecer a todos que torcem por mim, que acreditam em mim e é isso aí, estou de volta ao pódio e espero que venham mais daqui pra frente”.

Festa brasileira no pódio em Trestles (Foto: Kenneth Morris – WSL)

INVICTOS EM TRESTLES – Filipe e Silvana foram os únicos que não perderam nenhuma bateria em Lower Trestles esse ano, ou seja, também venceram nas rodadas classificatórias sem precisar passar pelas repescagens. Diferente de Silvana, Filipe competiu três vezes nas difíceis condições do mar na sexta-feira em San Clemente, com ondas de 3-4 pés e longos intervalos entre as séries. Mas, sempre entravam algumas boas e ele não desperdiçava nenhuma chance para mostrar toda a potência e variedade das suas manobras de borda e aéreas também.

Foi assim na vitória contra o norte-americano Kanoa Igarashi por 15,26 a 11,10 pontos nas quartas de final, e contra o atual campeão mundial John John Florence nas semifinais. Como Jordy Smith na decisão do título, o havaiano só conseguiu surfar uma onda boa que rendeu nota 7,83. Já Filipe fez duas também na casa dos 7 pontos para derrotar o vice-líder do Jeep WSL Ranking por 14,90 a 12,66 pontos. Na grande final, Filipe também largou na frente e dominou todo o confronto com o sul-africano Jordy Smith, a quem já havia vencido nas quartas de final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, onde ele foi conquistou um título inédito do Brasil nas direitas mais longas do World Surf League Championship Tour.

Jordy Smith (Foto: Kenneth Morris – WSL)

“Eu gostaria de ter tido mais ondas nessa bateria, mas hoje não foi o meu dia infelizmente e o Filipe (Toledo) surfou muito bem o evento todo, então mereceu a vitória”, disse Jordy Smith. “Eu entrei na final com uma estratégia de pegar só ondas boas, mas no surfe tem algumas coisas que você não pode controlar, que é a Mãe Natureza. Nesses 35 minutos, só tive uma chance, então agora é se preparar para a Europa, onde vai ter duas etapas decisivas lá”.

VOLTA AO PÓDIO – A cearense Silvana Lima também surfou como nunca no Swatch Pro em Trestles. Ela já estreou no campeonato batendo as detentoras de nove títulos mundiais, Stephanie Gilmore e Carissa Moore. Depois derrotou mais duas vezes a hexacampeã Stephanie, na terceira fase e nas quartas de final, quando despachou definitivamente a australiana. A tricampeã Carissa perdeu para a americana Lakey Peterson, que fez os recordes do evento nessa bateria pelas quartas de final. A californiana foi a adversária de Silvana Lima nas semifinais e a cearense brilhou mais uma vez, começando forte com nota 8,5 e sacramentando a vitória por 16,90 a 15,60 com o 8,40 que recebeu em sua última onda.

Silvana Lima (Foto: Sean Rowland – WSL)

Silvana não decidia um título em etapas do CT desde 2010, quando faturou o título do Movistar Classic no Peru. Também não chegava nas semifinais desde 2011 e neste ano começou muito mal a temporada. Ela só tinha vencido duas baterias nas outras seis etapas disputadas antes do Swatch Pro em Trestles. Mas, antes de chegar em San Clemente, já tinha mostrado uma evolução no seu surfe nas etapas do WSL Qualifying Series, inclusive assumindo a liderança do ranking de acesso que ela foi a número 1 no ano passado. Com a vitória na Califórnia, Silvana subiu da 15.a para a 13.a posição no Jeep WSL Ranking, mas sua permanência na elite já está garantida entre as seis indicadas pelo QS.

PRÓXIMAS ETAPAS – Agora restam apenas três etapas para fechar o World Surf League Championship Tour 2017. Duas delas serão na “perna europeia” e a outra no Havaí. As meninas vão competir antes, no Cascais Women´s Pro no Estoril, em Portugal, de 21 de setembro a 1.o de outubro. Para os homens, o próximo desafio será no Quiksilver Pro France, nos dias 3 a 14 de outubro em Hossegor, prova que Gabriel Medina foi vice-campeão na final com o havaiano Keanu Asing no ano passado. No entanto, nem Medina e nenhum brasileiro tem chances matemáticas de brigar pela ponta do ranking na França.

John John Florence (Foto: Kenneth Morris – WSL)

O principal adversário de Jordy Smith será mais uma vez o campeão mundial John John Florence. Mas, o sul-africano agora botou duas fases de vantagem sobre o havaiano, uma a mais do que em Trestles. Para os australianos Julian Wilson em terceiro no ranking e Matt Wilkinson em quarto, as possibilidades são mais remotas e ambos já necessitam da vitória no Quiksilver Pro France. Só que Jordy Smith tira Wilkinson da briga se vencer uma bateria apenas em Hossegor e também acaba com a única chance de Wilson se ganhar mais uma.

BRASILEIROS NO TOPO – Para os três brasileiros que estão na parte de cima da tabela de classificação, Adriano de Souza em sexto lugar e Filipe Toledo em sétimo, podem no máximo alcançar a vice-liderança no ranking se vencerem a etapa francesa. Já Gabriel Medina, que está em oitavo lugar, se conseguir o mesmo resultado só poderá ultrapassar o terceiro colocado, Julian Wilson. Porém, para isso acontecer, o australiano e o vice-lider, John John Florence, têm que perder nas primeiras fases.

Sally Fitzgibbons (Foto: Kenneth Morris – WSL)

Na categoria feminina, cinco surfistas têm chances na briga pela lycra amarela do Jeep WSL Leader, que em Portugal será vestida pela australiana Sally Fitzgibbons. Ela poderia ter ficado com Courtney Conlogue se passasse para a final em Trestles, mas perdeu na semifinal para Keely Andrew. No Cascais Women´s Pro, a batalha entre as duas e a agora terceira colocada, Tyler Wright, que liderava o ranking, será fase a fase. Em quarto lugar, Stephanie Gilmore precisa chegar na final para ultrapassar os 45.100 pontos de Fitzgibbons, enquanto para a americana Sage Erickson só interessa a vitória e torcer por tropeços das que estão à sua frente, o que é bastante improvável de acontecer.

O Hurley Pro at Trestles foi transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e Globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.

Filipe Toledo (Foto: Sean Rowland – WSL)

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Grant Baker, Phil Rajzman, Tory Gilkerson, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager

(48) 999-882-986 – jcarvalho@worldsurfleague.com

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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO HURLEY PRO TRESTLES:

Campeão: Filipe Toledo (BRA) por 15,67 pontos (notas 8,00+7,67) – US$ 100.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: Jordy Smith (AFR) com 9,80 pontos (9,00+0,80) – US$ 50.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:

1.a: Jordy Smith (AFR) 14.33 x 10.17 Adrian Buchan (AUS)

2.a: Filipe Toledo (BRA) 14.90 x 10.66 John John Florence (HAV)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:

——–baterias que fecharam a quinta-feira:

1.a: Adrian Buchan (AUS) 15.57 x 15.30 Adriano de Souza (BRA)

2.a: Jordy Smith (AFR) 17.76 x 16.60 Frederico Morais (PRT)

——–baterias que abriram a sexta-feira:

3.a: John John Florence (HAV) 14.84 x 13.80 Jeremy Flores (FRA)

4.a: Filipe Toledo (BRA) 15.26 x 11.10 Kanoa Igarashi (EUA)

GRANDE FINAL DO SWATCH PRO TRESTLES:

Campeã: Silvana Lima (BRA) por 17,60 pontos (notas 8,93+8,67) – US$ 60.000 e 10.000 pontos

Vice-campeã: Keely Andrew (AUS) com 10,93 pontos (6,00+4,93) – US$ 30.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 19.000 de prêmio:

1.a: Silvana Lima (BRA) 16.90 x 15.60 Lakey Peterson (EUA)

2.a: Keely Andrew (AUS) 13.43 x 13.17 Courtney Conlogue (EUA)

TOP-22 DO JEEP WSL LEADERBOARD – 8 etapas:

1.o: Jordy Smith (AFR) – 45.850 pontos

2.o: John John Florence (HAV) – 43.400

3.o: Julian Wilson (AUS) – 37.200

4.o: Matt Wilkinson (AUS) – 36.450

5.o: Owen Wright (AUS) – 35.850

6.o: Adriano de Souza (BRA) – 34.850

7.o: Filipe Toledo (BRA) – 34.450

8.o: Gabriel Medina (BRA) – 30.750

9.o: Joel Parkinson (AUS) – 26.650

10: Connor O´Leary (AUS) – 24.700

11: Frederico Morais (PRT) – 24.650

12: Kolohe Andino (EUA) – 23.500

12: Adrian Buchan (AUS) – 23.500

14: Mick Fanning (AUS) – 23.100

15: Sebastian Zietz (HAV) – 21.750

16: Michel Bourez (TAH) – 20.700

17: Jeremy Flores (FRA) – 19.700

18: Joan Duru (FRA) – 19.400

19: Conner Coffin (EUA) – 19.250

20: Bede Durbidge (AUS) – 18.450

21: Wiggolly Dantas (BRA) – 18.200

22: Caio Ibelli (BRA) – 16.500

———–outros brasileiros:

23: Italo Ferreira (BRA) – 15.950 pontos

27: Ian Gouveia (BRA) – 12.500

28: Jadson André (BRA) – 11.250

31: Miguel Pupo (BRA) – 9.000

34: Yago Dora (BRA) – 7.000

37: Jessé Mendes (BRA) – 2.250

42: Bino Lopes (BRA) – 1.000

43: Samuel Pupo (BRA) – 500

TOP-10 DO JEEP WSL LEADERBOARD FEMININO – 7 etapas:

1.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 45.100 pontos

2.a: Courtney Conlogue (EUA) – 44.800

3.a: Tyler Wright (AUS) – 44.700

4.a: Stephanie Gilmore (AUS) – 39.950

5.a: Sage Erickson (EUA) – 37.150

6.a: Johanne Defay (FRA) – 36.700

7.a: Nikki Van Dijk (AUS) – 32.000

8.a: Lakey Peterson (EUA) – 31.100

9.a: Carissa Moore (HAV) – 31.050

10: Tatiana Weston-Webb (HAV) – 29.400

13: Silvana Lima (BRA) – 23.600

 

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