Filipe Toledo estreia com primeiro 10 do Rip Curl Pro
By João Carvalho | 15 de abril de 2017 | noticias
Depois de quatro adiamentos, as ondas finalmente apareceram na gelada região Sul da Austrália para os melhores surfistas do mundo estrearem no Rip Curl Pro Bells Beach. A primeira fase começou no palco principal da etapa mais antiga do World Surf League Championship Tour e Gabriel Medina conquistou a única vitória brasileira no Bowl de Bells Beach. Depois, mudou para Winkipop e o também campeão mundial Adriano de Souza venceu bem sua bateria, mas quem arrebentou nas direitas formando rampas perfeitas para voar foi Filipe Toledo. Ele mandou dois aéreos incríveis em sua última onda para fechar a bateria com a primeira nota 10 do Rip Curl Pro e totalizar 19,70 pontos de 20 possíveis. Os três passaram direto para a terceira fase e os outros seis brasileiros terão outra chance de classificação nas primeiras eliminatórias do último desafio da World Surf League na Austrália.
“Na verdade, eu nem sabia que essa minha última onda tinha sido nota 10, porque eu não estava escutando a locução quando terminei ela lá embaixo”, contou Filipe Toledo. “Eu só ouvi que foi 10 quando estava caminhando pela praia e fiquei amarradão. Eu não achava que a nota seria tão alta porque era uma onda pequena, mas certamente eu fiz tudo o que poderia ser feito nela. Estou feliz que os juízes reconheceram isso e também por estar surfando ondas tão perfeitas como essas de hoje (sábado) aqui em Winkipop”.
A nota 10 saiu numa onda intermediária que Filipe pegou quando retornava ao outside. Ela abriu uma parede perfeita e já saiu voando num aéreo rodando incrível, aterrissou na parte viva da onda, mandou uma rasgada forte sem perder velocidade para decolar de novo em outro voo bem mais alto, já emendando um batidão na junção para fechar a melhor apresentação do Rip Curl Pro Bells Beach. Ele já tinha apresentado o seu arsenal de manobras modernas e progressivas em outra onda que valeu nota 9,70 para se tornar o recordista absoluto com 19,70 pontos de 20 possíveis.
Filipe primeiro construiu uma boa vantagem com o 8,17 e 8,93 que recebeu em suas primeiras ondas, também usando os aéreos para potencializar as notas. Depois, passou a arriscar voos mais altos e mais radicais para liquidar o norte-americano Conner Coffin e o australiano Bede Durbidge na terceira e última vitória brasileira do sábado em Bells Beach. Antes dele, apenas os campeões mundiais Adriano de Souza e Gabriel Medina tinham conseguido garantir classificações diretas para a terceira fase.
CAMPEÕES MUNDIAIS – A primeira foi conquistada por Gabriel Medina, no terceiro confronto do dia, ainda no Bowl de Bells Beach. Ele foi cirúrgico na escolha das ondas e só pegou as duas que são computadas no resultado, para mostrar a potência do seu backside, alongando as manobras e abrindo grandes leques de água com batidas e rasgadas muito fortes. Com notas 7,97 e 7,07, derrotou o australiano Stu Kennedy e o italiano Leonardo Fioravanti por 15,04 pontos.
“Eu perdi cedo em Margaret River, então vim direto pra treinar aqui e Graças a Deus consegui competir bem pra vencer a bateria”, disse Gabriel Medina. “Eu tive duas oportunidades e não queria falhar, então estou feliz que deu tudo certo. O mar vai crescer nos próximos dias e estou contente por já estar na terceira fase. Essas ondas que favorecem os regulares (que surfam com o pé esquerdo à frente da prancha e de frente para direitas como Bells) são mais difíceis para um goofy (pé direito) como eu vencer. Mas, não é impossível. O Wilko (Matt Wilkinson) já ganhou aqui no ano passado, eu já ganhei na Gold Coast, então hoje em dia não tem mais isso, quem conseguir surfar melhor vai vencer”.
Já a vitória de Adriano de Souza foi conseguida na segunda bateria disputada em Winkipop. Logo após o atual campeão mundial, John John Florence, estrear com a maior nota do dia até ali – 9,03 – para vencer por 17,20 pontos. Mineirinho atingiu 16,20 com notas 8,17 e 8,03 para superar os 14,17 do francês Joan Duru e os 10,60 do outro brasileiro na bateria, Caio Ibelli. Os derrotados na rodada inicial, têm outra chance de avançar para a terceira fase nos primeiros duelos eliminatórios do Rip Curl Pro.
“Winkipop é uma onda bem diferente, mas acredito que o campeonato vai continuar no Bowl de Bells mesmo, porque as ondas vão subir nos próximos dias”, disse Adriano de Souza, único brasileiro que já badalou o sino da vitória em Bells Beach e foi vice-campeão no desempate com Mick Fanning. “Cada ano é uma história, cada ano você tem que se preparar mais, se dedicar mais, então é toda essa dedicação que eu sempre trago para Bells. A conexão com o lugar é importantíssima, claro, aqui eu me sinto em casa, fico na casa de amigos e isso me ajuda bastante, me deixa mais tranquilo para focar na competição”.
DERROTAS BRASILEIRAS – A participação brasileira no Rip Curl Pro Bells Beach começou nas primeiras baterias do sábado. O potiguar Jadson André e o paulista Miguel Pupo ganharam as maiores notas, mas faltou uma segunda mais consistente e ambos foram derrotados. Jadson mostrou um backside muito vertical para tirar 7,70 em sua última onda, mas terminou em último na vitória do defensor do título dessa etapa, Matt Wilkinson, atrás ainda do tricampeão mundial Mick Fanning. Na segunda bateria, Miguel recebeu 8,5 na sua melhor onda e ficou em segundo na disputa vencida por outro australiano, Owen Wright, com o havaiano Ezekiel Lau em terceiro.
Depois veio a vitória de Gabriel Medina na terceira bateria e na quarta o jovem Samuel Pupo, que venceu a vaga de convidado disputada na triagem realizada na terça-feira, não teve qualquer chance contra Kolohe Andino. O norte-americano bateu todos os recordes do dia até ali, somando notas 9,00 e 8,17 no placar de 17,17 pontos da última bateria no palco principal do Rip Curl Pro Bells Beach na manhã do sábado na Austrália.
A competição ficou paralisada por uma hora para a mudança para Winkipop e no novo pico Adriano de Souza e Caio Ibelli foram os primeiros a competir. Na disputa seguinte, Kelly Slater confirmou o favoritismo contra o australiano Josh Kerr e o estreante na “seleção brasileira” do CT, o pernambucano Ian Gouveia. E o Brasil só voltou ao mar para disputar as últimas vagas diretas para a terceira fase. Filipe Toledo deu um espetáculo na penúltima e Wiggolly Dantas também surfou bem a última, mas foi derrotado por Julian Wilson por 16,56 a 14,10 pontos.
BRASIL NA REPESCAGEM – Com isso, seis dos nove participantes do Brasil vão ter que encarar a primeira repescagem do Rip Curl Pro Bells Beach. Samuel Pupo disputa a segunda eliminatória com o experiente campeão mundial Joel Parkinson. Jadson André entra na quarta bateria com outro australiano, Connor O´Leary. Na sétima, tem um duelo brasileiro entre Caio Ibelli e Ian Gouveia e só um poderá avançar. Miguel Pupo está na nona com o português Frederico Morais. E Wiggolly Dantas disputa a penúltima vaga para a terceira fase com o norte-americano Kanoa Igarashi.
SILVANA ELIMINADA – Após a primeira fase masculina, o sábado foi encerrado com as meninas disputando a segunda rodada classificatória para as quartas de final do Rip Curl Women´s Pro em Winkipop. A norte-americana Courtney Conlogue venceu a primeira bateria de forma incrível, com notas 8,67 e 8,03 nas duas últimas que surfou para superar a australiana Nikki Van Dijk. Ela vai encarar a tricampeã mundial Carissa Moore na primeira batalha por vagas nas semifinais.
A segunda será entre a atual campeã mundial, Tyler Wright, e a havaiana Coco Ho, que bateu a norte-americana Sage Erickson no sábado por uma pequena vantagem de 15,77 a 15,46 pontos. E as duas últimas baterias do dia foram vencidas pelas duas australianas que estão competindo com a lycra amarela do Jeep WSL Leader em Bells Beach. Mesmo com um corte no pé, Sally Fitzgibbons superou a havaiana Tatiana Weston-Webb por 14,93 a 13,37. E Stephanie Gilmore derrotou a brasileira Silvana Lima por um placar ainda mais apertado, 13,17 a 12,57 pontos. A cearense terminou em nono lugar somando 3.300 pontos no ranking.
O Rip Curl Pro Bells Beach está sendo transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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PRIMEIRA FASE DO RIP CURL PRO BELLS BEACH:
1.a: 1-Matt Wilkinson (AUS)=12.73, 2-Mick Fanning (AUS)=12.40, 3-Jadson André (BRA)=11.70
2.a: 1-Owen Wright (AUS)=14.67, 2-Miguel Pupo (BRA)=13.33, 3-Ezekiel Lau (HAV)=9.77
3.a: 1-Gabriel Medina (BRA)=15.04, 2-Stuart Kennedy (AUS)=12.03, 3-Leonardo Fioravanti (ITA)=6.17
4.a: 1-Nat Young (EUA)=16.66, 2-Kanoa Igarashi (EUA)=14.43, 3-Jordy Smith (AFR)=13.86
5.a: 1-Kolohe Andino (EUA)=17.77, 2-Jack Freestone (AUS)=11.50, 3-Samuel Pupo (BRA)=6.20
6.a: 1-John John Florence (HAV)=17.20, 2-Jeremy Flores (FRA)=13.87, 3-Glyndyn Ringrose (AUS)=11.24
7.a: 1-Adriano de Souza (BRA)=16.20, 2-Joan Duru (FRA)=14.17, 3-Caio Ibelli (BRA)=10.60
8.a: 1-Kelly Slater (EUA)=14.60, 2-Josh Kerr (AUS)=12.30, 3-Ian Gouveia (BRA)=10.00
9.a: 1-Michel Bourez (TAH)=15.20, 2-Ethan Ewing (AUS)=14.86, 3-Connor O´Leary (AUS)=9.64
10: 1-Adrian Buchan (AUS)=14.74, 2-Joel Parkinson (AUS)=12.70, 3-Frederico Morais (PRT)=11.53
11: 1-Filipe Toledo (BRA)=19.70, 2-Conner Coffin (EUA)=14.40, 3-Bede Durbidge (AUS)=13.84
12: 1-Julian Wilson (AUS)=16.56, 2-Wiggolly Dantas (BRA)=14.10, 3-Sebastian Zietz (HAV)=11.94
SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 500 pontos e US$ 10.000:
1.a: Jordy Smith (AFR) x Glyndyn Ringrose (AUS)
2.a: Joel Parkinson (AUS) x Samuel Pupo (BRA)
3.a: Sebastian Zietz (HAV) x Leonardo Fioravanti (ITA)
4.a: Conner Coffin (EUA) x Ezekiel Lau (HAV)
5.a: Connor O´Leary (AUS) x Jadson André (BRA)
6.a: Josh Kerr (AUS) x Joan Duru (FRA)
7.a: Caio Ibelli (BRA) x Ian Gouveia (BRA)
8.a: Mick Fanning (AUS) x Ethan Ewing (AUS)
9.a: Miguel Pupo (BRA) x Frederico Morais (PRT)
10: Stu Kennedy (AUS) x Bede Durbidge (AUS)
11: Kanoa Igarashi (EUA) x Wiggolly Dantas (BRA)
12: Jack Freestone (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
QUARTA FASE FEMININA – Derrota=9.o lugar com 3.300 pontos e US$ 11.500:
1.a: Courtney Conlogue (EUA) 16.70 x 13.50 Nikki Van Dijk (AUS)
2.a: Coco Ho (HAV) 15.77 x 15.46 Sage Erickson (EUA)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 14.93 x 13.37 Tatiana Weston-Webb (HAV)
4.a: Stephanie Gilmore (AUS) 13.17 x 12.57 Silvana Lima (BRA)
QUARTAS DE FINAL DO RIP CURL WOMEN´S PRO:
1.a: Carissa Moore (HAV) x Courtney Conlogue (EUA)
2.a: Tyler Wright (AUS) x Coco Ho (HAV)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Lakey Peterson (EUA)
4.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Johanne Defay (FRA)
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