Yago Dora se destaca na abertura do Corona Open J-Bay na África do Sul
By João Carvalho | 13 de julho de 2023 | noticias, principal
JEFFREYS BAY, Eastern Cape / África do Sul (Quinta-feira, 13 de julho de 2023) – O catarinense Yago Dora comandou o show de aéreos da quinta-feira, nas direitas perfeitas de 2-3 pés em Jeffreys Bay, na África do Sul. Ele fez os recordes da rodada de apresentação dos melhores surfistas do mundo no Corona Open J-Bay, 16,27 pontos e nota 9,27 do aéreo full rotation de backside. O líder do ranking, Filipe Toledo, João Chianca e Gabriel Medina, também estrearam com vitórias e passaram direto para as oitavas de final desta penúltima etapa do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023. Já Italo Ferreira e Caio Ibelli perderam e terão que disputar a repescagem.
Na quinta-feira só foi realizada a primeira fase masculina e a feminina ficou para abrir o próximo dia de competição no Corona Open J-Bay. A primeira chamada da sexta-feira será as 7h45 na África do Sul, 2h45 da madrugada no Brasil, com as baterias sendo transmitidas ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e pelo SporTV e Globoplay. A defensora do título da etapa sul-africana, Tatiana Weston-Webb, vai estrear na terceira bateria, junto com a surfista que a brasileira derrotou na final do ano passado, a bicampeã mundial Tyler Wright.
Yago Dora competiu no quinto confronto da quinta-feira e mostrou confiança em arriscar os aéreos de backside nas direitas de Jeffreys Bay. Foi voando que ele conquistou o título do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema, com uma nota 10 no full rotation de frontside perfeito que acertou nas esquerdas da Praia de Itaúna. O catarinense já mandou essa manobra para finalizar a sua primeira onda na África do Sul e largar na frente com nota 7,00.
O havaiano Ian Gentil conseguiu 6,23 na sua melhor onda, mas foi Connor O´Leary que assumiu a dianteira há 8 minutos do fim. O australiano atacou forte uma onda com uma série de manobras de borda, que valeram 7,20. Ele já havia conseguido 6,33 antes dessa e Yago Dora arriscou tudo na onda que pegou quando faltavam 2 minutos. Ele acelerou até achar a rampa certa para voar alto, fazer o giro completo no ar e aterrissar com perfeição. Os juízes deram nota 9,27 para Yago Dora vencer por 16,27 pontos, ultrapassando os 16,17 do californiano Griffin Colapinto, que encabeçava a lista de recordes do campeonato.
“Eu sabia que precisava mandar uma manobra grande, para ganhar uma nota alta”, disse Yago Dora. “A onda era até curta, então tive que arriscar, o aéreo foi bem alto e aterrissei com perfeição. Eu ganhei meu primeiro CT no Brasil e queria manter o ritmo. Eu tive um bom resultado aqui no ano passado (3.o lugar) e isso fica na memória. Eu amo surfar essa onda, é a minha direita preferida no mundo, então quero seguir competindo o máximo possível”.
Yago Dora defende a última posição entre os top-5 do ranking, grupo que vai disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals em Trestles. Com a vitória no Vivo Rio Pro em Saquarema, ele também entrou na briga pelas duas vagas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. O número 4, João Chianca, já tinha passado direto para as oitavas de final e os dois que estão abaixo do catarinense, também estrearam com vitórias depois dele, o havaiano John John Florence que está em sexto no ranking e o Gabriel Medina em sétimo lugar.
Medina já venceu o Corona Open J-Bay, numa final brasileira com Italo Ferreira em 2019, depois do bicampeonato consecutivo de Filipe Toledo em 2017 e 2018. O atual campeão mundial recuperou a liderança do ranking no Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema e está competindo com a lycra amarela na África do Sul. Filipe estreou na bateria anterior a do Yago Dora, que foi mais fraca de ondas. Ele só surfou a primeira dele quando restavam 15 minutos para o término, mas aproveitou bem e arrancou nota 8,50 dos juízes.
O japonês Kanoa Igarashi liderava desde o início e já somava 7,33 e 7,00. Filipe precisava de 5,83 para vencer e falhou na primeira tentativa. Ele só pegou outra boa há 6 minutos do fim, que abriu a parede para poder usar o seu arsenal de manobras progressivas, variando o ataque de frontside com batidas e rasgadas abrindo grandes leques de água, floater, finalizando com um aéreo baixo. Filipe Toledo ganhou 6,77 nessa onda e virou o placar para 15,67 a 14,33 do Kanoa Igarashi, com o sul-africano Adin Masencamp ficando em último.
“A bateria foi um pouco lenta no início, mas quando entra a série, as ondas são perfeitas. Eu sabia que ia ter oportunidades para surfar e só tinha que ter paciência”, destacou Filipe Toledo. “Eu mantive a calma para esperar e deu tudo certo, porque consegui duas ondas boas para vencer. Estou feliz, principalmente por causa da lesão (pancada no joelho sofrida em Saquarema), que ainda sinto um pouco de receio. Mas fui 100% confiante na bateria, sem dores e já estou pronto para a próxima. Gosto muito dessa onda e estou feliz por estar aqui novamente”.
A vitória de Filipe Toledo era a segunda da seleção brasileira da WSL no Corona Open J-Bay. A primeira foi a do número 4 do ranking, João Chianca, que derrotou dois havaianos na bateria que abriu a quinta-feira. Chumbinho falhou nas duas primeiras ondas que pegou, mas a nota 6,67 da terceira foi decisiva para confirmar a vitória por 11,50 pontos. Seth Moniz terminou em segundo com 10,17 e Barron Mamiya ficou em último com apenas 6,37 nas duas notas.
REPESCAGEM – Na disputa seguinte aconteceu a zebra do dia, com o novato na elite do CT, Rio Waida, superando os favoritos para ganhar a segunda vaga nas oitavas de final. O indonésio foi preciso na escolha das ondas e só surfou duas, que valeram 7,50 e 6,60. Os 14,10 pontos que totalizou, superaram os 11,67 do Ethan Ewing, número 3 do ranking e campeão em Jeffreys Bay no ano passado. O brasileiro Caio Ibelli só conseguiu 9,17 e caiu para a repescagem junto com o australiano.
Ethan Ewing vai abrir a primeira rodada eliminatória do Corona Open J-Bay 2023 com Adin Masencamp e Caio Ibelli também enfrentará outro sul-africano na sexta bateria, o experiente Jordy Smith, bicampeão em Jeffreys Bay em 2010 e 2011. O outro único brasileiro na repescagem é o campeão mundial Italo Ferreira, que vai disputar a penúltima vaga para as oitavas de final com o havaiano Ian Gentil.
Italo foi finalista da etapa sul-africana em 2019, mas perdeu a decisão brasileira com Gabriel Medina naquele ano que conquistou o título mundial. O campeão olímpico estreou logo após as vitórias de Filipe Toledo e Yago Dora e completou um dos melhores aéreos do dia, que valeu nota 8,17. Só que o bicampeão mundial John John Florence, também mandou um no final da bateria e virou o resultado para 15,27 a 14,34 pontos, com o 8,27 que recebeu dos juízes.
ÚLTIMA VITÓRIA – No confronto seguinte, o tricampeão mundial Gabriel Medina conquistou a última vitória brasileira do dia, com seu ataque vertical de backside nas direitas de Jeffreys Bay. A disputa foi quase onda a onda com o sul-africano Matthew McGillivray, que largou na frente com nota 6,67, contra 6,00 do brasileiro. Medina assumiu a ponta com o 6,50 da sua segunda onda e o australiano Ryan Callinan entrou na briga com o 7,33 da quarta que surfou. No final, o sul-africano passou a frente com nota 7,00, mas Gabriel Medina deu o troco com 7,50, para vencer por 14,00 a 13,67 pontos do Matthew McGillivray e 12,93 do australiano numa das baterias mais disputadas do dia.
“É ótimo estar de volta aqui em J-Bay e poder surfar em paredes lisas antes que o vento aumentasse”, disse Gabriel Medina. “A previsão das ondas parece muito boa para os próximos dias, então estou animado por seguir competindo neste evento. Quando eu me imagino surfando, é em ondas assim como essas, que são perfeitas demais”.
O Corona Open J-Bay é realizado com patrocínios da Corona, Shiseido, YETI, Surfline, Ture Surf, Kouga Municipality e Sealand Gear. Todas as etapas do World Surf League Championship Tour 2023 são transmitidas ao vivo pelo SporTV e Globoplay e pelo WorldSurfLeague.com, Aplicativo e canal da WSL no YouTube.
RESULTADOS DA QUINTA-FEIRA NO CORONA OPEN J-BAY:
PRIMEIRA FASE – 1.o=Oitavas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: 1-João Chianca (BRA)=11.50, 2-Seth Moniz (HAV)=10.17, 3-Barron Mamiya (HAV)=6.37
2.a: 1-Rio Waida (IND)=14.10, 2-Ethan Ewing (AUS)=11.67, 3-Caio Ibelli (BRA)=9.17
3.a: 1-Griffin Colapinto (EUA)=16.17, 2-Liam O´Brien (AUS)=8.26, 3-Kelly Slater (EUA)=7.44
4.a: 1-Filipe Toledo (BRA)=15.27, 2-Kanoa Igarashi (JPN)=14.33, 3-Adin Masencamp (AFR)=9.43
5.a: 1-Yago Dora (BRA)=16.27, 2-Connor O´Leary (AUS)=13.53, 3-Ian Gentil (HAV)=10.40
6.a: 1-John John Florence (HAV)=15.27, 2-Italo Ferreira (BRA)=14.34, 3-Callum Robson (AUS)=3.70
7.a: 1-Gabriel Medina (BRA)=14.00, 2-Matthew McGillivray (AFR)=13.67, 3-Ryan Callinan (AUS)=12,93
8.a: 1-Leonardo Fioravanti (ITA)=12.07, 2-Jordy Smith (AFR)=9.10, 3-Jack Robinson (AUS)=6.93
PRÓXIMAS BATERIAS EM JEFFREYS BAY NA ÁFRICA DO SUL:
PRIMEIRA FASE – 1.a=Quartas de Final / 2.a e 3.a=Repescagem:
1.a: Molly Picklum (AUS), Caitlin Simmers (EUA), Gabriela Bryan (HAV)
2.a: Carissa Moore (HAV), Lakey Peterson (EUA), Sarah Baum (AFR)
3.a: Tyler Wright (AUS), Tatiana Weston-Webb (BRA), Johanne Defay (FRA)
4.a: Caroline Marks (EUA), Stephanie Gilmore (AUS), Bettylou Sakura Johnson (HAV)
SEGUNDA FASE – Vitória=Oitavas de Final ou 17.o lugar com 1.330 pts:
1.a: Ethan Ewing (AUS) x Adin Masencamp (AFR)
2.a: Connor O´Leary (AUS) x Callum Robson (AUS)
3.a: Jack Robinson (AUS) x Kelly Slater (EUA)
4.a: Barron Mamiya (HAV) x Matthew McGillivray (AFR)
5.a: Ryan Callinan (AUS) x Seth Moniz (HAV)
6.a: Caio Ibelli (BRA) x Jordy Smith (AFR)
7.a: Italo Ferreira (BRA) x Ian Gentil (HAV)
8.a: Liam O´Brien (AUS) x Kanoa Igarashi (JPN)
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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.
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