Mais três brasileiros avançam no Margaret River Pro

By João Carvalho | 30 de março de 2017 | noticias

O campeão mundial Adriano de Souza e os também paulistas Filipe Toledo e Miguel Pupo, venceram suas baterias no mar desafiador da quinta-feira na Austrália, com grandes ondas de 8-10 pés em Main Break para a primeira rodada eliminatória do Drug Aware Margaret River Pro. Gabriel Medina perdeu o primeiro confronto do dia, mas Mineirinho venceu o duelo brasileiro com o potiguar Jadson André, Filipe despachou o francês Joan Duru e Pupo ganhou a última vaga para a terceira fase do australiano Stuart Kennedy. Os três e Caio Ibelli, Ian Gouveia e Jessé Mendes, que estrearam com vitórias em North Point na quarta-feira, seguem na disputa do título da segunda etapa do World Surf League Championship Tour 2017 na Austrália.

Adriano de Souza (Foto: Matt Dunbar – WSL)

Foi na segunda bateria 100% brasileira em Margaret River que Adriano de Souza, campeão desta etapa em 2015, disputada igualmente em ondas desafiadoras como as da quinta-feira em Main Break, conseguiu a primeira classificação do dia. O mar tinha melhorado bastante, Mineirinho fez uma boa escolha de ondas e surfou bem, com segurança, para tirar quatro notas na casa dos 6 pontos. Jadson André precisou arriscar mais e até viu sua prancha ser partida ao meio pela potência das ondas de M-River. O potiguar perdeu tempo para sair do mar e trocar o equipamento, mas depois surfou suas melhores ondas. Só que Adriano respondeu com a maior nota – 8,1 – da bateria para fechar o placar em 14,60 a 10,84 pontos.

“Estou contente pela vitória e, infelizmente, foi contra um amigo, o Jadson (André), que precisava de um bom resultado como eu, mas Graças a Deus as ondas vieram para mim”, disse Adriano de Souza. “Eu já venho para cá há mais de 10 anos, então conheço bem essa onda e aqui é um lugar que você tem que estar preparado pra qualquer condição. Esse campeonato é assim, de ondas gigantes, condições extremas, então a gente já vem pra cá preparado. Na verdade, eu surfo pra passar baterias, independente dos scores, procuro sempre fazer o meu melhor e estou feliz com a vitória”.

BRASIL X AUSTRÁLIA – O próximo adversário de Adriano de Souza na sua busca por um segundo título em Margaret River é o veterano Bede Durbidge, australiano que ele já eliminou quatro vezes, derrotando-o inclusive na rodada de abertura da primeira etapa deste ano, na Gold Coast. Filipe Toledo também vai enfrentar um australiano na terceira fase, o estreante na elite, Connor O´Leary, que começou muito bem no CT com um terceiro lugar nas semifinais do Quiksilver Pro e barrou o também ubatubense Wiggolly Dantas na quinta-feira em Main Break.

Filipe Toledo (Foto: Ed Sloane – WSL)

Filipinho não tinha passado nenhuma bateria na Gold Coast e estreou com derrota em Margaret River. Mas, aproveitou a segunda chance de classificação para a terceira fase despachando o francês Joan Duru por 15,00 a 12,03 pontos. Sempre questionado sobre sua habilidade em surfar ondas maiores, ele competiu bem, tentando fazer o que a onda pedia, alongando as manobras com grandes cavadas para atacar forte as partes mais críticas das direitas enormes de Main Break. Ele foi construindo uma boa vantagem a cada apresentação e computou notas 7,67 e 7,33 para vencer um dos estreantes na elite deste ano.

“Sem dúvida nenhuma, o meu desempenho em mares assim é o que os juízes querem ver, então se a gente está aqui no CT, tem que estar preparado para essas condições também”, disse Filipe Toledo. “E eu agradeço a Deus pela oportunidade de surfar essas ondas perfeitas e ter feito uma boa performance. Eu estava até torcendo para que as baterias hoje (quinta-feira) fossem em The Box, porque nos outros anos tive boas notas lá. É uma onda fora do comum, uma adrenalina que dura poucos segundos, mas é o melhor sentimento do mundo. Só que Main Break com as condições de hoje, é muito bom de surfar, muito perfeito e é uma sensação incrível descer uma onda enorme, fazer manobras muito grandes, é realmente incrível”.

Filipe Toledo ganhou sua primeira bateria do ano na quinta-feira, mas Wiggolly Dantas não conseguiu e novamente ficou em último lugar como na Gold Coast. Além dele, mais quatro surfistas passaram em branco nas duas primeiras etapas da temporada, os australianos Josh Kerr e Ethan Ewing, o italiano Leonardo Fioravanti e o francês Joan Duru. Wiggolly não achou as ondas na sua bateria e foi barrado por um dos estreantes na elite deste ano, Connor O´Leary, por 13,43 a 8,94 pontos. Além dele, o campeão mundial Gabriel Medina e o potiguar Jadson André também terminaram em 25.o lugar no Drug Aware Margaret River Pro, marcando apenas 500 pontos no ranking e recebendo 10.000 dólares pela participação.

Gabriel Medina (Foto: Matt Dunbar – WSL)

VITÓRIA E DERROTA – A quinta-feira amanheceu com o mar enorme em Margaret River e até ficou a expectativa se a competição ia rolar nos perigosos tubos de The Box. Mas Main Break estava melhor, só que o vento forte no início do dia agia negativamente na formação das ondas. Foram essas condições que Gabriel Medina enfrentou na primeira bateria. Ele e o australiano local de M-River, Jacob Willcox, tiveram poucas oportunidades para surfar e a bateria foi nivelada por baixo.

Nos 5 minutos finais, Medina precisava de apenas 3,43 pontos para vencer. Na primeira tentativa de virar o placar, ele fez três manobras numa onda difícil, mas recebeu nota 3,33. O australiano também faz mais uma onda bem surfada para tentar trocar o 3,67 da sua primeira nota e consegue 5,10 para aumentar a vantagem para 4,86 sobre o brasileiro. Medina ainda pega uma onda no último minuto, mas erra a primeira manobra e acaba eliminado por 10,53 a 9,00 pontos.

Mas, se a quinta-feira começou com uma inesperada derrota de Gabriel Medina para o trialista Jacob Willcox, pelo menos terminou com vitória brasileira de Miguel Pupo sobre outro australiano, Stuart Kennedy. Medina e Pupo moram na Praia de Maresias, em São Sebastião, e as duas baterias foram fracas de ondas. Só que Miguel conseguiu garantir sua vitória nas duas últimas que surfou. Elas valeram notas 5,70 e 5,17 e superaram o 4,90 e 4,27 das duas melhores do australiano no placar de 10,87 a 9,17 pontos.

Owen Wright (Foto: Matt Dunbar – WSL)

FAVORITOS ELIMINADOS – Além de Gabriel Medina, outros favoritos foram eliminados na quinta-feira de grandes ondas em Margaret River. O vice-líder do ranking 2017, Matt Wilkinson, perdeu o segundo duelo do dia para o norte-americano Nat Young, que está substituindo o contundido Italo Ferreira nessa etapa. Na bateria seguinte, Owen Wright com sua lycra amarela do Jeep WSL Leader, espantou a zebra derrotando o havaiano Ezekiel Lau por uma pequena diferença de 14,40 a 13,00 pontos.

Também por pouco, o tricampeão mundial Mick Fanning foi barrado pelo jovem americano Kanoa Igarashi por apenas 1 centésimo de vantagem no placar encerrado em 12,77 a 12,76 pontos. Já a melhor bateria do dia foi a do português Frederico Morais com o australiano Adrian Buchan. Ambos surfaram grandes ondas e ganharam as maiores notas do dia. A do português foi 8,57 e a do australiano um pouco melhor, valeu 8,83 que somou com o 7,67 da sua última onda para atingir 16,50 pontos. Frederico computou um 6,93 e totalizou 15,50, que seriam suficientes para vencer dez das doze baterias disputadas na quinta-feira.

Miguel Pupo (Foto: Ed Sloane – WSL)

TERCEIRA FASE – Os doze surfistas que passaram pela repescagem, voltam a encontrar os que os derrotaram na rodada de apresentação dos melhores surfistas do mundo no Drug Aware Margaret River Pro em North Point. A vitória agora na terceira fase é superimportante, pois vale duas chances de classificação para as quartas de final, além dos pontos no ranking que sobem de 1.750 para 4.000. Assim como na primeira fase, Kelly Slater vai abrir a rodada com Jack Freestone e Miguel Pupo será o primeiro brasileiro a se apresentar, na segunda bateria contra o também australiano Julian Wilson.

Na disputa seguinte, o estreante na elite, Ian Gouveia, volta a enfrentar o número 1 do ranking, Owen Wright, australiano que ele já derrotou nas baterias com três surfistas da quarta-feira, mas agora o duelo será homem a homem. Depois, tem o convidado da World Surf League para essa etapa, Jessé Mendes, encarando o vice-campeão mundial Jordy Smith na sétima bateria e Caio Ibelli entra na oitava com o defensor do título do Drug Aware Margaret River Pro, Sebastian Zietz, do Havaí.

O Brasil continua disputando classificação no confronto seguinte, com Adriano de Souza enfrentando o veterano Bede Durbidge. E Filipe Toledo fecha a participação verde-amarela contra outro australiano na 11.a bateria, Connor O´Leary. Esse confronto reúne os dois surfistas que venceram os últimos rankings do WSL Qualifying Series, Filipe em 2015 e Connor em 2016 se classificando pela primeira vez para a divisão de elite do surfe mundial.

Tyler Wright (Foto: Matt Dunbar – WSL)

MENINAS EM AÇÃO – Na quinta-feira também foi iniciada a segunda etapa do World Surf League Women´s Championship Tour em Margaret River e quem mais brilhou nas três baterias disputadas nas grandes ondas de Main Break foi a atual campeã mundial, Tyler Wright. Ela atacou uma onda de forma incrível para ganhar nota 8,67 e totalizar 16,34 pontos na bateria australiana que fechou o dia, contra Keely Andrew e Laura Macaulay.

A vice-campeã mundial, Courtney Conlogue, e a havaiana Malia Manuel, foram as outras vencedoras que já garantiram duas chances de passar par as quartas de final do Drug Aware Margaret River Pro. Já a brasileira Silvana Lima não competiu porque está escalada na última bateria da primeira fase, junto com a australiana Sally Fitzgibbons e a havaiana Tatiana Weston-Webb. A cearense vai estrear no terceiro confronto da sexta-feira e a primeira chamada do dia será as 7h00 em Western Australia, 20h00 da quinta-feira em Brasília.

O Drug Aware Margaret River Pro está sendo transmitido direto da Austrália pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e pelo Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com


TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase e Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 11.500:

1.a: Kelly Slater (EUA) x Jack Freestone (AUS)

2.a: Julian Wilson (AUS) x Miguel Pupo (BRA)

3.a: Owen Wright (AUS) x Ian Gouveia (BRA)

4.a: Michel Bourez (TAH) x Kanoa Igarashi (EUA)

5.a: Conner Coffin (EUA) x Adrian Buchan (AUS)

6.a: John John Florence (HAV) x Jacob Willcox (AUS)

7.a: Jordy Smith (AFR) x Jessé Mendes (BRA)

8.a: Sebastian Zietz (HAV) x Caio Ibelli (BRA)

9.a: Adriano de Souza (BRA) x Bede Durbidge (AUS)

10: Joel Parkinson (AUS) x Jeremy Flores (FRA)

11: Filipe Toledo (BRA) x Connor O´Leary (AUS)

12: Kolohe Andino (EUA) x Nat Young (EUA)

SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 500 pontos e US$ 10.000:

1.a: Jacob Willcox (AUS) 10.53 x 9.00 Gabriel Medina (BRA)

2.a: Nat Young (EUA) 14.60 x 11.84 Matt Wilkinson (AUS)

3.a: Owen Wright (AUS) 14.40 x 13.00 Ezekiel Lau (HAV)

4.a: Joel Parkinson (AUS) 15.86 x 14.83 Leonardo Fioravanti (ITA)

5.a: Adriano de Souza (BRA) 14.60 x 10.84 Jadson André (BRA)

6.a: Filipe Toledo (BRA) 15.00 x 12.03 Joan Duru (FRA)

7.a: Bede Durbidge (AUS) 11.83 x 11.34 Josh Kerr (AUS)

8.a: Conner Coffin (EUA) 14.50 x 12.77 Ethan Ewing (AUS)

9.a: Adrian Buchan (AUS) 16.50 x 15.50 Frederico Morais (PRT)

10: Connor O´Leary (AUS) 13.43 x 8.94 Wiggolly Dantas (BRA)

11: Kanoa Igarashi (EUA) 12.77 x 12.76 Mick Fanning (AUS)

12: Miguel Pupo (BRA) 10.87 x 9.17 Stuart Kennedy (AUS)

PRIMEIRA FASE FEMININA DO DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO:

——–baterias que fecharam a quinta-feira:

1.a: 1-Malia Manuel (HAV)=12.93, 2-Johanne Defay (FRA)=8.50, 3-Bronte Macaulay (AUS)=2.97

2.a: 1-Courtney Conlogue (EUA)=10.66, 2-Sage Erickson (EUA)=10.07, 3-Coco Ho (HAV)=4.57

3.a: 1-Tyler Wright (AUS)=16.34, 2-Laura Macaulay (AUS)=11.34, 3-Keely Andrew (AUS)=7.83

——–ficaram para abrir a sexta-feira:

4.a: Stephanie Gilmore (AUS), Nikki Van Dijk (AUS), Bianca Buitendag (AFR)

5.a: Carissa Moore (HAV), Lakey Peterson (EUA), Pauline Ado (FRA)

6.a: Sally Fitzgibbons (AUS), Tatiana Weston-Webb (HAV), Silvana Lima (BRA)

 

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