Medina e Filipe Toledo são o Brasil nas quartas de final do J-Bay Open
By João Carvalho | 9 de julho de 2016 | noticias
Depois do “day off” na sexta-feira, o J-Bay Open retornou no sábado para um longo dia de dezesseis baterias disputadas para definir as quartas de final do sexto desafio do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour na África do Sul. Dois duelos brasileiros decidiram os últimos classificados para enfrentar os surfistas que estavam na final do ano passado, cancelada pelo incidente do tubarão com Mick Fanning. Gabriel Medina ganhou o confronto de campeões mundiais com Adriano de Souza e vai tentar vingar a derrota sofrida para Julian Wilson na quarta fase. E Filipe Toledo superou Wiggolly Dantas para encarar o tricampeão mundial na disputa pela última vaga para as semifinais em Eastern Cape.
As duas baterias não tiveram muitas ondas boas, principalmente a última, quando as séries só começaram a ficar mais frequentes nos minutos finais. Wiggolly não conseguiu mostrar o seu “power surf” de backside nas direitas de Jeffreys Bay, enquanto Filipe arriscava os aéreos, mas também usou a sua variedade de manobras modernas para vencer por 12,50 a 10,27 pontos. Depois da contusão na Gold Coast que o tirou das outras duas etapas da “perna australiana”, essa é a primeira vez que Filipe Toledo chega nas quartas de final e o próximo embate será contra o tricampeão mundial Mick Fanning. O australiano conquistou a última vaga direta na quarta fase, derrotando os paulistas Adriano de Souza e Wiggolly Dantas por 17,00 pontos nas duas únicas ondas que surfou na bateria.
“Foi um dia muito longo, mas um grande dia”, disse Filipe Toledo. “Aqui você realmente precisa colocar bastante energia e arriscar tudo em cada onda. Eu tentei fazer alguns aéreos nas primeiras que peguei contra o Wiggolly (Dantas) e consegui acertar um. Não foi a minha melhor onda da bateria, mas fiquei feliz em completar ele e também por avançar para as quartas de final”.
Já no duelo dos últimos campeões mundiais da World Surf League, entraram mais ondas e Gabriel Medina fez a melhor apresentação da bateria para tirar nota 8,43, que foi decisiva na vitória por 15,03 a 12,40 pontos sobre Adriano de Souza. Medina agora vai ter uma revanche contra Julian Wilson nas quartas de final e Mineirinho ficou em nono lugar no J-Bay Open, empatado com Wiggolly Dantas e Alejo Muniz, derrotado pelo sul-africano Jordy Smith. O catarinense tinha brilhado na terceira fase, quando despachou o número 1 do Jeep WSL Leader, Matt Wilkinson, no segundo confronto do dia. Com isso, Medina agora pode encostar de vez no australiano para brigar diretamente pela ponta na próxima etapa, no Taiti.
“É uma sensação muito boa de poder ganhar essa bateria”, disse Gabriel Medina. “É sempre muito difícil enfrentar o Adriano (de Souza). Ele é um grande competidor e um amigo meu. Foi outra bateria aqui na África do Sul contra ele e estou muito feliz pela vitória, que é importante para mim nesse momento do circuito. Agora tem o Julian Wilson de novo nas quartas de final e espero fazer uma boa bateria contra ele, que está surfando muito bem aqui e certamente será um adversário difícil de vencer”.
BATERIAS BRASILEIRAS – Duas baterias 100% verde-amarelas já tinham acontecido na terceira fase, que abriu o sábado de ondas de 3-5 pés em Jeffreys Bay. Antes, o catarinense Alejo Muniz já havia despachado o número 1 do Jeep WSL Leader, Matt Wilkinson, no segundo confronto do dia por 12,20 a 10,27 pontos. O australiano não conseguiu surfar bem na África do Sul em nenhuma das três baterias que competiu, mas passou raspando pelo sul-africano Steven Sawyer para chegar na terceira fase. Na disputa seguinte, Gabriel Medina teve trabalho para superar Adam Melling, mas seus aéreos fizeram a diferença no placar encerrado em 16,00 a 15,17 pontos sobre o australiano.
Duas baterias depois, Filipe Toledo começou muito bem o duelo com o também paulista Miguel Pupo, pegando uma boa onda que abriu a parede para ele fazer uma série de sete manobras executadas com pressão e muita velocidade que arrancou nota 9,00 dos juízes. Depois surfou outra boa direita que valeu 7,67 para garantir a fácil vitória por 16,67 a 6,04 pontos. Em outra bateria paulista em Jeffreys Bay, Wiggolly também começou forte com nota 8,0 e não deu qualquer chance para Caio Ibelli, com o ubatubense derrotando o guarujaense por 13,93 a 10,66 pontos. E o atual campeão mundial Adriano de Souza fechou a terceira fase despachando o australiano Davey Cathels por 14,73 a 12,30.
QUARTA FASE – A primeira rodada classificatória para as quartas de final foi iniciada em seguida e o número 3 do ranking, John John Florence, foi preciso na escolha das ondas para atingir 17,43 pontos com notas 8,50 de um aéreo reverse muito alto e 8,93 com uma série de manobras numa longa direita em Jeffreys Bay. Duas vezes campeão do J-Bay Open, o sul-africano Jordy Smith ficou em segundo com 15,43 e o australiano Josh Kerr em último com 11,77, mas os dois ainda tinham uma segunda chance na quinta fase e aproveitaram, também se classificando para as quartas de final na última rodada do dia.
“Eu só participei de uma etapa do CT aqui, pois no ano passado estava machucado”, disse John John Florence, que está na briga direta pelo título mundial deste ano, principalmente contra o líder Matt Wilkinson e o vice, Gabriel Medina. “As ondas estão legais e ficando cada vez melhor, então estou ansioso em saber como vai estar o mar amanhã (domingo). Estou realmente muito feliz em passar para as quartas de final e quero agora descansar o máximo possível para estar 100% no último dia”.
MELHOR DO DIA – A segunda batalha pelas vagas diretas foi a melhor bateria do sábado em Jeffreys Bay. Kelly Slater comandou o show, surfando de forma incrível para ganhar notas 7,67, 9,00 e 9,07 nas três melhores e registrar o segundo maior placar do dia, 18,07 pontos, abaixo apenas dos 18,37 de Mick Fanning na vitória sobre o americano Kanoa Igarashi na terceira fase . O 9,07 decidiu a vitória, pois o taitiano Michel Bourez também arrebentou, largando na frente com nota 9,27, tirando 7,17 na segunda e 8,40 na terceira, porém ficou em segundo com 17,67 pontos. O catarinense Alejo Muniz completou essa bateria e não conseguiu acompanhar o forte ritmo dos adversários, terminando em último com apenas 10,50.
“Eu estava me sentindo muito confortável lá fora”, disse Kelly Slater, que entrou na zona de classificação para o CT 2017 na África do Sul, pois estava fora do grupo dos 22 primeiros do ranking que são mantidos na elite. “Eu cometi alguns erros na minha primeira bateria aqui, como no posicionamento no mar. Dessa vez, prestei muita atenção em onde deveria ficar e felizmente deu tudo certo. Eu estou surfando com uma versão evoluída da prancha que competi em Trestles no ano passado, buscando fazer o Kelly ser grande novamente”.
FINAL DO TUBARÃO – Depois vieram duas baterias com dois brasileiros enfrentando os australianos que fizeram a final do ano passado, quando aconteceu aquele terrível incidente do tubarão se debatendo com Mick Fanning em plena bateria, que acabou cancelada. E parece realmente não ter ficado nenhum trauma do episódio para eles. Julian Wilson derrotou Gabriel Medina e Filipe Toledo por 15,43 pontos, contra 13,83 e 13,77, respectivamente.
Já Mick Fanning teve mais trabalho para superar Wiggolly Dantas e Adriano de Souza numa disputa bem mais acirrada e nervosa. O australiano e Guigui só pegaram duas ondas cada um e surfaram muito bem. Fanning acabou vencendo com notas 9,00 e 8,00, contra 8,50 e 8,43 do brasileiro. O placar entre eles ficou em 17,00 a 16,93 pontos e Mineirinho terminou em último com 15,27. E os dois brasileiros depois perderam a segunda e última chance de classificação para as quartas de final.
“Meu tornozelo (contundido na semana passada treinando em J-Bay) está ficando melhor a cada dia”, disse Mick Fanning, que pediu licença do circuito esse ano e só está participando de algumas etapas escolhidas por ele. “A equipe médica da WSL têm feito um trabalho surpreendente comigo e estou feliz em poder remar lá para fora e surfar. Você nunca sabe exatamente o que vai acontecer aqui, então só quero aproveitar o máximo possível de tudo. Eu também não sei quanto tempo mais tenho no circuito, então estou procurando curtir bastante os amigos nos lugares que eu amo”.
ÚLTIMA CHANCE – Essa quinta fase do J-Bay Open começou com o sul-africano Jordy Smith surfando uma onda de forma incrível, atacando cada espaço com manobras potentes de frontside para ganhar nota 9,87 dos juízes, a maior do sábado em Jeffreys Bay. Na seguinte, tirou 7,50 para totalizar 17,37 pontos e não dar nenhuma chance para o catarinense Alejo Muniz, que só conseguiu somar 10,00 pontos. Depois, vieram os dois duelos verde-amarelos que fecharam o mais longo dia da etapa sul-africana, com Medina derrotando Adriano de Souza por 15,03 a 12,40 e Filipe Toledo barrando Wiggolly Dantas por 12,50 a 10,27.
O J-Bay Open pode terminar neste domingo com transmissão ao vivo da África do Sul pelo www.worldsurfleague.com e grande divulgação pelos parceiros de mídia da World Surf League, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, ESPN, Globosat e Sportv do Brasil, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí. A primeira chamada do domingo foi marcada para as 7h00 em Eastern Cape, 2h00 da madrugada pelo fuso horário de Brasília.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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QUARTAS DE FINAL DO J-BAY OPEN – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:
1.a: John John Florence (HAV) x Jordy Smith (AFR)
2.a: Kelly Slater (EUA) x Josh Kerr (AUS)
3.a: Gabriel Medina (BRA) x Julian Wilson (AUS)
4.a: Mick Fanning (AUS) x Filipe Toledo (BRA)
QUINTA FASE – Vitória=Quartas de Final e Derrota=9.o lugar com 4.000 pontos e US$ 12.750:
1.a: Jordy Smith (AFR) 17.37 x 10.00 Alejo Muniz (BRA)
2.a: Josh Kerr (AUS) 15.30 x 14.93 Michel Bourez (TAH)
3.a: Gabriel Medina (BRA) 15.03 x 12.40 Adriano de Souza (BRA)
4.a: Filipe Toledo (BRA) 12.50 x 10.27 Wiggolly Dantas (BRA)
QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final e 2.o e 3.o=Quinta Fase:
1.a: 1-John John Florence (HAV)=17.43, 2-Jordy Smith (AFR)=15.43, 3-Josh Kerr (AUS)=11.77
2.a: 1-Kelly Slater (EUA)=18.07, 2-Michel Bourez (TAH)=17.67, 3-Alejo Muniz (BRA)=10.50
3.a: 1-Julian Wilson (AUS)=15.43, 2-Gabriel Medina (BRA)=13.83, 3-Filipe Toledo (BRA)=13.77
4.a: 1-Mick Fanning (AUS)=17.00, 2-Wiggolly Dantas (BRA)=16.93, 3-Adriano de Souza (BRA)=15.27
TERCEIRA FASE – Derrota=17.o lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500 de prêmio:
———baterias que fecharam a quinta-feira:
1.a: John John Florence (HAV) 14.83 x 13.93 Dusty Payne (HAV)
2.a: Jordy Smith (AFR) 18.20 x 10.10 Kolohe Andino (EUA)
3.a: Josh Kerr (AUS) 16.40 x 14.20 Italo Ferreira (BRA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 11.73 x 5.20 Adrian Buchan (AUS)
———baterias que abriram o sábado:
5.a: Michel Bourez (TAH) 14.67 x 11.26 Sebastian Zietz (HAV)
6.a: Alejo Muniz (BRA) 12.20 x 10.27 Matt Wilkinson (AUS)
7.a: Gabriel Medina (BRA) 16.00 x 15.17 Adam Melling (AUS)
8.a: Julian Wilson (AUS) 15.80 x 13.67 Joel Parkinson (AUS)
9.a: Filipe Toledo (BRA) 16.67 x 7.67 Miguel Pupo (BRA)
10: Mick Fanning (AUS) 18.37 x 14.60 Kanoa Igarashi (EUA)
11: Wiggolly Dantas (BRA) 13.93 x 10.66 Caio Ibelli (BRA)
12: Adriano de Souza (BRA) 14.73 x 12.30 Davey Cathels (AUS)
Tags:Adriano de Souza, Africa do Sul, Alejo Muniz, Caio Ibelli, featured, Filipe Toledo, Gabriel Medina, J-Bay Open, Jeffreys Bay, Julian Wilson, Kelly Slater, Mick Fanning, Miguel Pupo, Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour, WCT, Wiggolly Dantas, WSL South America