Mick Fanning acaba com trauma do tubarão vencendo o J-Bay Open

By João Carvalho | 16 de julho de 2016 | noticias

Com um surfe de borda impecável nas direitas de Jeffreys Bay, o tricampeão mundial Mick Fanning sobreviveu ao ataque aéreo e as manobras mais modernas dos seus adversários nas direitas de 3-4 pés do sábado para faturar o título do J-Bay Open na África do Sul. No ano passado, ele também saiu ileso da final cancelada após um enorme tubarão branco morder a cordinha da sua prancha. Essa bateria com Julian Wilson foi reeditada na semifinal e Fanning depois ganhou a decisão do havaiano John John Florence. Antes, o agora número 5 do Jeep WSL Leaderboard barrou o brasileiro Filipe Toledo, que terminou empatado em quinto lugar com Gabriel Medina, derrotado no duelo anterior pelo também australiano Julian Wilson.

Gabriel Medina (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Gabriel Medina (Foto: Kelly Cestari – WSL)

O campeão mundial de 2014 abriu a bateria numa longa direita, detonada por uma série incrível de nove manobras potentes, para largar na frente com nota 8,33. Só que depois Medina ficou um tempão sem pegar ondas no mar congelante de J-Bay e Julian Wilson liderava com apenas 10,83 pontos. A segunda do brasileiro só foi surfada nos 5 minutos finais e valeu suficientes 2,5 para igualar esse placar e ficar em primeiro no desempate pela maior nota. O australiano fica precisando de 5,01, espera até o último minuto para pegar uma e ela abre uma parede limpa para Julian surfar sua melhor onda.

Medina fica sozinho no outside e entra uma para ele faltando 30 segundos para o término que rende cinco manobras e fica o suspense pelo resultado das últimas notas de novo entre eles, como já aconteceu algumas vezes, como na final do Rip Curl Pro Portugal e do Billabong Pipe Masters anos atrás. Julian recebe 6,50 e passa a frente com 12,33 pontos. Medina fica precisando de 4 pontos, a nota demora mais para ser divulgada e sai 3,60 para alegria do australiano, que mais uma vez superou o campeão mundial no minuto final da bateria.

“Todo mundo é difícil de bater e todo mundo quer vencer”, disse Gabriel Medina. “O John John (Florence), o Filipe (Toledo) e todos os caras do Tour querem ganhar. Tenho sorte por ter conseguido meu primeiro título mundial dois anos atrás e todos nós continuamos lutando, que é o que torna a competição emocionante. É bom ver o John John e o Wilko (Matt Wilkinson) surfando bem, então acho que a disputa esse ano será realmente emocionante até o final”.

Filipe Toledo (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Filipe Toledo (Foto: Kelly Cestari – WSL)

No duelo seguinte, Filipe Toledo e Mick Fanning fecharam as quartas de final, com ambos começando forte a bateria. O australiano ganha nota 7,67 com seu surfe de borda na primeira onda e Filipe recebe 7,73 com sua velocidade e variedade de manobras modernas. Na seguinte, Filipe já inicia a onda com um aéreo perfeito, emendando uma manobra fortíssima e outra na junção para arrancar 8,67 dos juízes, a maior nota do sábado até ali. Fanning demora um pouco para pegar outra onda, mas escolhe bem e sai abrindo seus arcos perfeitos, manobrando no crítico da onda com velocidade até o fim de uma boa direita que valeu 9,27 e a liderança por 16,94 a 16,40, abrindo 8,28 pontos de vantagem.

Ainda faltavam 20 minutos para o término da bateria e os dois vão surfando ondas que não mudam o resultado, até Fanning escolher outra longa direita com potencial para fazer uma série de manobras e tirar 8,37. Filipe passa a precisar de 8,98 pontos e segue arriscando os aéreos para conseguir uma nota alta que pudesse lhe dar a vitória, mas não consegue e o placar termina em 17,64 a 16,40 pontos. Com isso, Fanning confirmou a reedição da final do ano passado contra Julian Wilson na segunda semifinal. O tricampeão mundial já tinha chegado em seis decisões de título em Jeffreys Bay e conquistado três vitórias na África do Sul, apenas uma a menos do recordista Kelly Slater.

“Claro que eu gostaria de ter passado a bateria, mas o quinto lugar foi um bom resultado para mim também”, disse Filipe Toledo. “Estou muito feliz em fazer uma boa bateria contra o Mick (Fanning), pois é sempre emocionante surfar contra ele. Depois da contusão, agora estou treinando mais forte, olhando para a frente à procura de bons resultados. Estou indo agora para a Califórnia disputar o US Open of Surfing e depois viajo para a Indonésia antes do Taiti, para passar umas duas semanas surfando lá. Vou treinar muito para tentar fazer melhor em ondas tubulares como as do Taiti e de Pipeline”.

Julian Wilson (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Julian Wilson (Foto: Kelly Cestari – WSL)

FINAL REEDITADA – Depois de John John Florence garantir a primeira vaga na final contra o australiano Josh Kerr, Mick Fanning e Julian Wilson entram no mar para disputar a bateria que acabou cancelada após o ataque de um enorme tubarão branco se debatendo com Mick Fanning em plena final transmitida ao vivo para o mundo inteiro. Desta vez, apenas os golfinhos apareceram em Jeffreys Bay e ambos surfaram boas ondas, com Fanning levando a melhor com seu forte ataque aos pontos mais críticos das direitas com incrível velocidade e fluidez, enquanto Wilson repetia a fórmula de Filipe Toledo buscando as manobras aéreas. Novamente não foi suficiente e o tricampeão mundial avançou para a sua sétima final no J-Bay Open, igualando o recorde de quatro vitórias de Kelly Slater na África do Sul.

“Definitivamente, essa vitória tem um sentimento muito diferente de tudo que eu já vivi”, disse Mick Fanning. “Existia toda uma mistura de emoções para eu voltar aqui esse ano. Essa semifinal com o Julian (Wilson) foi muito especial para nós dois e foi maravilhoso poder ter a oportunidade de disputar essa bateria com ele aqui novamente. Foi realmente emocionante remar com ele lá para fora e nós dois pegamos boas ondas. Estou muito feliz por ter voltado para cá para apagar tudo o que aconteceu no ano passado para eu poder seguir em frente”.

Mick Fanning (Foto: Kirstin Scholtz - WSL)
Mick Fanning (Foto: Kirstin Scholtz – WSL)

A vitória no J-Bay Open foi a 22.a da carreira de Mick Fanning no WSL Championship Tour. Com os 10.000 pontos conquistados, além do prêmio de 100 mil dólares, o australiano saltou da 16.a para tirar a quinta posição do brasileiro Italo Ferreira no Jeep WSL Leaderboard. No entanto, Fanning não vai brigar pelo título mundial, pois pediu licença do circuito esse ano e está participando apenas de algumas etapas escolhidas por ele. Ele não vai competir na próxima, o Billabong Pro Teahupoo nos dias 19 a 30 de agosto no Taiti, mas confirmou presença na seguinte, o Hurley Pro em Trestles, de 7 a 18 de setembro nos Estados Unidos.

“É incrível estar em quinto lugar no ranking, mas eu realmente não estou me importando com os resultados deste ano”, ratificou Mick Fanning. “Eu só quero agradecer a todos que me apoiaram no ano passado aqui, foram muitas pessoas, então agora só quero comemorar. Para mim, este ano estou me sentindo bem mais leve por não estar disputando o título mundial, curtindo mais o meu surfe e me divertindo mais. Vou competir em Trestles e talvez seja o meu último evento do ano. Títulos mundiais não são a coisa mais importante para mim neste momento e só quero mesmo curtir o meu surfe”.

GRANDE FINAL – A decisão do título do J-Bay Open começou com Mick Fanning ganhando nota 7,17 em sua primeira onda, mas John John Florence respondeu com um aéreo seguido por duas manobras agressivas que valeram 8,50. O australiano logo acha outra boa onda para fazer mais uma vez o seu surfe impecável, usando a borda da prancha para abrir grandes leques de água e garantir um excelente 9,93 na melhor apresentação do sábado em Jeffreys Bay. Florence ainda tentou a vitória com um áereo reverse, mas não foi suficiente para tomar o primeiro lugar do australiano. O havaiano ainda voou em outra onda para tirar nota 8,63, mas Fanning conseguiu um 7,77 para fechar o placar em 17,70 a 17,13 pontos.

John John Florence (Foto: Pierre Tostee - WSL)
John John Florence (Foto: Pierre Tostee – WSL)

“Estou realmente feliz por estar de volta aqui este ano e em fazer a final contra o Mick (Fanning)”, disse John John Florence, que estava contundido quando rolou a etapa sul-africana no ano passado. “Eu não estava aqui quando tudo aquilo com o tubarão aconteceu, então ver o Mick vencer agora é muito inspirador. Estou contente por estar em segundo no ranking agora, mas realmente não estou pensando sobre pontos, apenas evento por evento. Espero poder surfar algumas grandes ondas no Taiti e em Trestles, competir bem na perna europeia também e não vejo a hora de chegar o Pipe Masters”.

JEEP WSL RANKING – Com o vice-campeonato no J-Bay Open, John John Florence tirou a segunda posição no Jeep WSL Ranking do brasileiro Gabriel Medina. Os dois novamente são os únicos com chances matemáticas de tirar a lycra amarela de número 1 da temporada do australiano Matt Wilkinson no Billabong Pro Teahupoo do Taiti. O atual campeão mundial Adriano de Souza subiu do quinto para o quarto lugar e a quinta posição ficou agora para Mick Fanning, seguido pelo potiguar Italo Ferreira. Com o quinto lugar na África do Sul, Filipe Toledo subiu de 17.o para a 13.o no ranking, ficando entre o 12.o colocado, Caio Ibelli, e o 14.o, Wiggolly Dantas. Já o também paulista Miguel Pupo continua fechando o grupo dos 22 que são mantidos na elite para o Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2017.

Mais informações, resultados, fotos e vídeos das melhores ondas surfadas no J-Bay Open podem ser acessadas no www.worldsurfleague.com que transmitiu a etapa sul-africana ao vivo de Jeffreys Bay, que também contou com grande divulgação dos parceiros de mídia da World Surf League, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, ESPN, Globosat e Sportv do Brasil, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí.

Foto: Pierre Tostee (WSL)
Foto: Pierre Tostee (WSL)

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO J-BAY OPEN:

Campeão: Mick Fanning (AUS) por 17,70 pontos (notas 9,93+7,77) – US$ 100.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: John John Florence (HAV) com 17,13 pontos (8,63+8,50) – US$ 50.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:

1.a: John John Florence (HAV) 16.50 x 14.43 Josh Kerr (AUS)

2.a: Mick Fanning (AUS) 17.10 x 15.17 Julian Wilson (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:

1.a: John John Florence (HAV) 10.70 x 10.50 Jordy Smith (AFR)

2.a: Josh Kerr (AUS) 12.94 x 11.97 Kelly Slater (EUA)

3.a: Julian Wilson (AUS) 12.33 x 11.93 Gabriel Medina (BRA)

4.a: Mick Fanning (AUS) 17.64 x 16.40 Filipe Toledo (BRA)

TOP-22 DO JEEP WSL RANKING – após a sexta etapa na África do Sul:

1.o: Matt Wilkinson (AUS) – 34.250 pontos

2.o: John John Florence (HAV) – 31.900

3.o: Gabriel Medina (BRA) – 29.200

4.o: Adriano de Souza (BRA) – 24.400

5.o: Mick Fanning (AUS) – 23.450

6.o: Italo Ferreira (BRA) – 22.250

7.o: Jordy Smith (AFR) – 21.200

8.o: Michel Bourez (TAH) – 20.700

9.o: Julian Wilson (AUS) – 20.000

10: Sebastian Zietz (HAV) – 19.750

11: Adrian Buchan (AUS) – 19.700

12: Caio Ibelli (BRA) – 19.450

13: Filipe Toledo (BRA) – 18.450

14: Wiggolly Dantas (BRA) – 18.400

15: Kolohe Andino (EUA) – 16.450

16: Joel Parkinson (AUS) – 16.200

17: Josh Kerr (AUS) – 15.000

18: Nat Young (EUA) – 14.900

19: Kelly Slater (EUA) – 14.450

20: Dusty Payne (HAV) – 13.200

21: Kanoa Igarashi (EUA) – 12.750

22: Miguel Pupo (BRA) – 12.700

——–outros top-34 do Brasil:

28: Alejo Muniz (BRA) – 10.250 pontos

29: Jadson André (BRA) – 7.750

38: Alex Ribeiro (BRA) – 3.000

 

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