Italo e Medina são o Brasil na busca do título mundial em Pipeline

By WSL Latin America | 12 de dezembro de 2019 | noticias, principal

Italo Ferreira e Gabriel Medina seguem na busca do título mundial no Havaí e já estão classificados para a estreia do surfe nas Olimpíadas de Tokyo 2020. A confirmação dos seus nomes para disputar medalhas para o Brasil, junto com a cearense Silvana Lima e a gaúcha Tatiana Weston-Webb, veio com derrota de Filipe Toledo na quarta-feira de grandes tubos de 8-10 pés em Pipeline e Backdoor. Italo e Medina passaram pela terceira fase do Billabong Pipe Masters em homenagem à Andy Irons e terão dois duelos brasileiros nas oitavas de final. Italo enfrenta Peterson Crisanto na primeira bateria e Medina está com Caio Ibelli na quinta.

Italo Ferreira (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)

As condições do mar estavam difíceis na quarta-feira, com séries enormes entrando sem parar, então foi decidido utilizar o sistema “overlapping heats”, com duas baterias disputadas simultaneamente. Assim, foi possível aumentar cada confronto para 50 minutos, com mais tempo para os surfistas pegarem as duas ondas computadas. O número 1 do Jeep Leaderboard, Italo Ferreira, já fez um duelo brasileiro na abertura da batalha por vagas nas oitavas de final na quarta-feira e ganhou do conterrâneo potiguar, Jadson André, para seguir defendendo a liderança na corrida do título mundial, que agora só tem três concorrentes.

“Foi difícil dormir ontem à noite e fiquei assistindo alguns filmes”, disse Italo Ferreira. “Está muito difícil lá fora. Eu tentei pegar as melhores ondas e consegui uma boa, mas caí na saída do tubo, a onda me atingiu. Toda bateria é uma história e estou feliz por continuar no evento. Espero que na próxima bateria, eu possa surfar melhor do que fiz hoje, porque estava bem complicado mesmo lá fora, para achar ondas boas”.

Peterson Crisanto (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)

Filipe Toledo e sul-africano Jordy Smith também sentiram a dificuldade do mar e saíram da briga na quarta-feira. Filipe foi o primeiro, na quinta bateria do dia. Depois do paranaense Peterson Crisanto defender sua vaga para o CT 2020 despachando o californiano Conner Coffin, do Yago Dora eliminar Owen Wright na bateria seguinte e do também catarinense Willian Cardoso se despedir da elite do CT, com a derrota para Julian Wilson. Filipe era o favorito, pois seu adversário tinha se machucado dias antes e entrou mancando no mar. Mas, o neozelandês Ricardo Christie achou o melhor tubo do dia até ali, que valeu nota 7,67, para derrotar Filipe Toledo por 11,04 a 9,84 pontos.

“Eu cometi alguns erros na bateria que foram fatais”, lamentou Filipe Toledo. “Remei para algumas ondas que eu poderia ter esperado mais por uma melhor. Não sei, só sinto que estou bem cansado. É duro. Já faz alguns anos que chego aqui no Havaí brigando pelo título e perco. Sei que não preciso provar nada a ninguém do que posso fazer, mas, ao mesmo tempo, no fundo da mente, parece que fico realmente tentando isso. Enfim, vamos pra próxima”.

Filipe Toledo (Foto: Ed Sloane / WSL via Getty Images)

NOVOS RECORDES – Assim como na terça-feira, Gabriel Medina competiu numa hora boa do mar, com mais tubos e séries bem maiores já surgindo no segundo reef de Banzai Pipeline. Ele logo pegou um tubaço para aumentar a maior nota da terceira fase para 8,50. Kelly Slater estava no mar junto com Medina, perdendo o duelo anterior para o francês Joan Duru. Mas, achou uma bomba no Backdoor, sumiu lá dentro e conseguiu sair na baforada para delírio de todos, com os cinco juízes dando nota 10 unânime para o tubo espetacular de Slater.

Medina também deu seu show, mas nas esquerdas, pegando um tubão em pé, a la Gerry Lopez, o Mr. Pipeline, também saindo na baforada com nota 8,57. Slater ainda achou outro tubo incrível nas direitas do Backdoor, para bater o recorde de 17,30 pontos do brasileiro no primeiro dia, vencendo Joan Duru por 17,33. Medina tinha 17,07 já e a classificação parecia garantida também. Só que o havaiano Imaikalani Devault volta à briga num dos tubos mais longos e profundos em Pipeline. Um dos juízes deu 10 e a média ficou em 9,57, a segunda maior do Billabong Pipe Masters esse ano.

O brasileiro pegou outro tubo para tentar aumentar o 8,50 que tinha, mas não conseguiu e a prioridade de escolher a próxima onda ficou para o havaiano, nos cinco minutos finais da bateria. Felizmente, veio uma calmaria, não entrou mais nada de ondas boas e Medina seguiu na disputa do título mundial, fase a fase com Italo Ferreira. O paulista Caio Ibelli derrotou o australiano Wade Carmichael na bateria seguinte e vai voltar a enfrentar Medina como na etapa passada, em Portugal. Lá, o bicampeão mundial poderia garantir o tri antecipado, mas cometeu um erro no final da bateria e acabou sendo eliminado pelo guarujaense.

Gabriel Medina (Foto: Ed Sloane / WSL via Getty Images)

“Foi uma bateria divertida, mas o final foi bem tenso, porque ele (Imaikalani Devault) pegou um tubão que me deixou preocupado, mas deu tudo certo e estou feliz por ter passado mais uma fase”, disse Gabriel Medina. “É muito bom surfar esse tipo de onda com pouca gente na água. Só tenho que agradecer à Deus pela oportunidade de poder surfar outra bateria e já estou ansioso para pegar mais e mais tubos aqui”.

MAIOR PLACAR – Quem também aproveitou a melhor hora do mar na quarta-feira foi o bicampeão mundial John John Florence. O havaiano mostrou toda a sua “expertise” em surfar os tubos de Pipeline e Backdoor, fazendo um novo recorde de 18,50 pontos, com notas 9,70 e 8,80 e jogando um 8,00 fora contra Ezekiel Lau. Mas, enquanto John John segue na briga com Kelly Slater pela segunda vaga dos Estados Unidos para as Olimpíadas, o também havaiano Ezekiel perdeu a chance de continuar tentando se manter na elite do CT para 2020.

Depois dessa bateria havaiana, o vento aumentou agindo negativamente na formação dos tubos e poucos foram surfados nos confrontos seguintes. Curiosamente, foram duas vitórias por apenas 9,10 pontos, do australiano Soli Bailey sobre o japonês Kanoa Igarashi e do campeão da Tríplice Coroa Havaiana no ano passado, Jessé Mendes, tirando mais um concorrente ao título mundial do caminho dos brasileiros, Jordy Smith. Jessé ainda tenta vaga no CT 2020 e precisa chegar nas semifinais do Billabong Pipe Masters.

Jessé Mendes (Foto: Kelly Cestari / WSL via Getty Images)

“Eu adoro surfar Pipeline, é a minha onda favorita e só quero me divertir, sem pensar em qualificação para 2020”, disse Jessé Mendes. “Quero pegar tubos profundos, porque no ano passado as ondas não estavam boas e me sinto abençoado em ter surfado aquela onda que me deu a vitória. Eu tive outra oportunidade antes, mas fiquei nervoso demais e não consegui. No auge da pressão, qualquer coisinha pode tirar seu foco. Mas, senti que teria outra chance e não vacilei, consegui completar o tubo e estou feliz por poder continuar competindo aqui”.

Ainda teve outra bateria e a direção técnica da World Surf League preferiu paralisar o evento, para voltar depois que o vento desse uma acalmada. Retornou às 15h00 no Havaí, 22h00 no Brasil, para fechar a terceira fase. Decisão acertada, porque o taitiano Michel Bourez pegou dois tubaços para vencer o paulista Deivid Silva por 15,24 a 8,94 pontos, com notas 8,17 e 7,07. Já na última bateria, não entraram tantos, mas o californiano Kolohe Andino conseguiu vencer o havaiano Sebastian Zietz por 10,17 a 8,33 para seguir na briga do título mundial.

Caio Ibelli (Foto: Kelly Cestari / WSL via Getty Images)

TÍTULO MUNDIAL – O Billabong Pipe Masters começou com cinco surfistas na disputa pelo troféu de campeão do World Surf League Championship Tour 2019. Restaram três e a única chance de Kolohe Andino é a derrota dos líderes nas oitavas de final. Além disso, o americano só consegue o título mundial se vencer o Pipe Masters. Mas, já sai da briga se Italo Ferreira derrotar Peterson Crisanto na primeira bateria brasileira da quinta-feira, ou se Gabriel Medina passar por Caio Ibelli na quinta disputa por vagas para as quartas de final.

Caso Italo e Medina avancem, a batalha prossegue fase a fase e o campeão mundial de 2019 pode até ser definido em uma final entre eles no templo sagrado do esporte. Além destes dois duelos verde-amarelos, tem Brasil também disputando classificação em mais duas baterias. Na segunda, é Yago Dora contra o australiano Julian Wilson. Na sétima, Jessé Mendes precisa passar pelo californiano Griffin Colapinto, para seguir tentando vaga para o CT 2020.

Yago Dora (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)

VAGAS NO CT 2020 – Com a vitória sobre o número 3 do ranking, Jordy Smith, Jessé subiu da 28.a para a 24.a posição no ranking. O último colocado no grupo dos 22 primeiros que são mantidos na elite dos top-34, passou a ser o já eliminado Deivid Silva, que tem sua permanência garantida entre os dez indicados pelo WSL Qualifying Series, caso saia do G-22 do CT. Jessé precisa chegar nas semifinais para ultrapassá-lo. O australiano Soli Bailey é outro único com chances ainda, porém só com a vitória no Billabong Pipe Masters.

Na quarta-feira, mais quatro surfistas se despediram da divisão de elite da World Surf League. O primeiro foi o catarinense Willian Cardoso, com a derrota para o australiano Julian Wilson na quarta bateria. O segundo foi o francês Joan Duru, pela nota 10 do Mr. Backdoor, Kelly Slater. Depois, dois havaianos também saíram da briga pelas últimas vagas, Ezekiel Lau quando John John Florence fez um novo recorde de 18,50 pontos e Sebastian Zietz, no duelo com Kolohe Andino que fechou a quarta-feira no Havaí.

Willian Cardoso (Foto: Tony Heff / WSL via Getty Images)

VAGAS OLÍMPICAS – Foi um dia tenso, com baterias decisivas nas três frentes de batalha que estão sendo travadas no Billabong Pipe Masters, pelo título mundial da temporada e pelas últimas vagas para o CT 2020 e para as Olimpíadas de Tokyo. O ranking da World Surf League está classificando dez surfistas, limitado a dois por país. Quatro chegaram no Havaí já garantidos para a estreia do surfe como esporte olímpico no Japão, o sul-africano Jordy Smith, o norte-americano Kolohe Andino, o japonês Kanoa Igarashi e o francês Jeremy Flores.

Mais quatro nomes foram confirmados na quarta-feira. Os primeiros foram os do Brasil, Italo Ferreira e Gabriel Medina, com a derrota de Filipe Toledo na quinta bateria do dia. Na oitava, Joan Duru perdeu para Kelly Slater e o taitiano Michel Bourez ficou com a segunda vaga da França. Na décima, Caio Ibelli acabou confirmando Owen Wright como primeiro classificado da Austrália na vitória sobre Wade Carmichael, pois Ryan Callinan já estava fora também.

Restam apenas duas vagas para fechar a lista dos dez indicados pela World Surf League. Uma é a dos Estados Unidos e Kelly Slater já precisa chegar na final do Pipe Masters para superar John John Florence. O havaiano garante seu nome nas semifinais e, se passar para as quartas de final, já obriga Slater a vencer o evento. A outra vaga é da Austrália, que Julian Wilson pode garantir se derrotar Yago Dora na segunda oitava de final. Aí acaba com a chance do único concorrente, Jack Freestone, que já necessita vencer o campeonato para superá-lo.

O prazo do Billlabong Pipe Masters vai até 20 de dezembro no Havaí e assistam a grande final do World Surf League Championship Tour 2019 pelo www.worldsurfleague.com ou pelo Facebook Live e aplicativo da World Surf League. No Brasil, a decisão do título mundial também será transmitida ao vivo pelos canais ESPN. A primeira chamada da quinta-feira foi marcada para as 7h00 no Havaí, 14h00 no fuso horário de Brasília.

——————————————————————

João Carvalho – WSL Latin America Media Manager

jcarvalho@worldsurfleague.com

——————————————————————

OITAVAS DE FINAL DO BILLABONG PIPE MASTERS:

———Derrota=9.o lugar=3.320 pontos e US$ 14.100:

1.a: Italo Ferreira (BRA) x Peterson Crisanto (BRA)

2.a: Julian Wilson (AUS) x Yago Dora (BRA)

3.a: Jack Freestone (AUS) x Ricardo Christie (NZL)

4.a: Kelly Slater (EUA) x Seth Moniz (HAV)

5.a: Gabriel Medina (BRA) x Caio Ibelli (BRA)

6.a: John John Florence (HAV) x Soli Bailey (AUS)

7.a: Griffin Colapinto (EUA) x Jessé Mendes (BRA)

8.a: Kolohe Andino (EUA) x Michel Bourez (TAH)

TERCEIRA FASE – 17.o lugar=1.330 pontos e US$ 10.500:

1.a: Italo Ferreira (BRA) 8.53 x 7.20 Jadson André (BRA)

2.a: Peterson Crisanto (BRA) 10.17 x 9.77 Conner Coffin (EUA)

3.a: Yago Dora (BRA) 11.30 x 10.50 Owen Wright (AUS)

4.a: Julian Wilson (AUS) 8.30 x 3.40 Willian Cardoso (BRA)

5.a: Ricardo Christie (NZL) 11.04 x 9.84 Filipe Toledo (BRA)

6.a: Jack Freestone (AUS) 11.76 x 7.53 Ryan Callinan (AUS)

7.a: Seth Moniz (HAV) 15.26 x 13.00 Billy Kemper (HAV)

8.a: Kelly Slater (EUA) 17.33 x 14.23 Joan Duru (FRA)

9.a: Gabriel Medina (BRA) 17.07 x 13.90 Imaikalani Devault (HAV)

10: Caio Ibelli (BRA) 8.84 x 4.43 Wade Carmichael (AUS)

11: John John Florence (HAV) 18.50 x 4.50 Ezekiel Lau (HAV)

12: Soli Bailey (AUS) 9.10 x 7.54 Kanoa Igarashi (JPN)

13: Jessé Mendes (BRA) 9.10 x 7.50 Jordy Smith (AFR)

14: Griffin Colapinto (EUA) 9.34 x 9.10 Adrian Buchan (AUS)

15: Michel Bourez (TAH) 15.24 x 8.94 Deivid Silva (BRA)

16: Kolohe Andino (EUA) 10.17 x 8.33 Sebastian Zietz (HAV)

SPEED RANKING DO JEEP WSL LEADERBOARD 2019:

—-atualizado com resultados da quarta-feira no Havaí:

01: Italo Ferreira (BRA) – 53.060 pontos

02: Gabriel Medina (BRA) – 51.995

03: Jordy Smith (AFR) – 49.985

04: Filipe Toledo (BRA) – 49.145

05: Kolohe Andino (EUA) – 46.655

06: Kanoa Igarashi (JPN) – 40.185

07: John John Florence (HAV) – 36.275

08: Owen Wright (AUS) – 34.780

09: Jeremy Flores (FRA) – 32.515

10: Kelly Slater (EUA) – 32.080

11: Julian Wilson (AUS) – 31.515

12: Seth Moniz (HAV) – 29.525

13: Michel Bourez (TAH) – 27.890

14: Ryan Callinan (AUS) – 27.535

15: Caio Ibelli (BRA) – 26.885

16: Wade Carmichael (AUS) – 26.760

17: Jack Freestone (AUS) – 26.110

18: Adrian Buchan (AUS) – 25.630

19: Griffin Colapinto (EUA) – 24.685

20: Conner Coffin (EUA) – 23.345

20: Peterson Crisanto (BRA) – 23.345

22: Deivid Silva (BRA) – 21.920

—–brasileiros fora dos top-22:

23: Yago Dora (BRA) – 21.355 pontos

24: Willian Cardoso (BRA) – 19.930

24: Jessé Mendes (SP) – 19.930

26: Michael Rodrigues (BRA) – 19.640

32: Jadson André (RN) – 14.320

35: Adriano de Souza (SP) – 8.995

43: Mateus Herdy (SC) – 1.860

45: Krystian Kymerson (ES) – 1.330

56: Alex Ribeiro (SP) – 265

——————————————————————

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL) tem como objetivo celebrar o melhor surfe do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América Latina, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem promovendo os melhores campeonatos do mundo desde 1976, realizando mais de 230 eventos globais masculinos e femininos no ano para definir os campeões mundiais do World Surf League Championship Tour, Big Wave Tour, Redbull Airborne, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, além do WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, enquanto incentiva a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis da WSL. A World Surf League é pioneira em streaming online para uma enorme legião de fãs apaixonados e interessados em ver as grandes estrelas, como Kelly Slater, Stephanie Gilmore, John John Florence e muitos brasileiro, como Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Silvana Lima, Tatiana Weston-Webb, competindo no campo de jogo mais dinâmico e imprevisível de todos os esportes no mundo.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com.

———————————————————–

 

Tags:, , , , , , , , , , , , , , , , , , ,