Filipe Toledo salva o Brasil no Billabong Pipe Masters

By João Carvalho | 18 de dezembro de 2016 | noticias

O Billabong Pipe Masters ficou mais três dias parado e o prazo termina na terça-feira, então retornou em ondas pequenas no domingo para as primeiras eliminatórias da etapa que fecha o Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2016 no Havaí. As condições variaram bastante durante o dia, com as direitas do Backdoor funcionando melhor com bons tubos, do que as esquerdas de Pipeline. Oito brasileiros competiram e o único a passar da terceira fase foi Filipe Toledo, ganhando um duelo paulista com Wiggolly Dantas no Havaí. Já Alex Ribeiro não competiu no domingo, pois sua bateria é a última da terceira fase e ficou para abrir a segunda-feira em Pipeline.

Filipe Toledo (Foto: Tony Heff - WSL)
Filipe Toledo (Foto: Tony Heff – WSL)

Depois da bateria dos dois surfistas de Ubatuba, mais quatro brasileiros tentaram a vitória que valia duas chances de classificação para as quartas de final, mas todos competiram numa hora ruim do mar e perderam. Os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza, que decidiram o título do Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons no ano passado, não tiveram chances de mostrar o que sabem com a irregularidade do mar e quase não surfaram em suas baterias.

O atual campeão da Tríplice Coroa Havaiana e finalista em Pipeline nos dois últimos anos, ainda surfou um bom tubo no Backdoor, mas logo o australiano Ryan Callinan deu o troco num parecido com o dele para vencer por 15,34 a 11,43 pontos. Com a derrota na terceira fase, Medina agora pode perder a vice-liderança no ranking para o sul-africano Jordy Smith, ou para o norte-americano Kolohe Andino.

“Estou muito feliz com o meu ano”, disse Gabriel Medina. “Foi um bom ano e quero agradecer a todos que estiveram envolvidos comigo. Agora vou para o Brasil para relaxar um pouco com a minha família e amigos, porque logo começa tudo de novo. Vou voltar a treinar forte e estou me sentindo muito bem e confiante para o próximo ano”.

Adriano de Souza (Foto: Tony Heff - WSL)
Adriano de Souza (Foto: Tony Heff – WSL)

Duas baterias depois, Adriano de Souza ficou mais de 30 minutos esperando por ondas e não teve o que fazer contra Nat Young, que precisa de um bom resultado para garantir sua permanência no CT e avançou por 8,00 a 3,34 pontos. O californiano continua em último no grupo dos 22 primeiros colocados no ranking que são mantidos na elite, com sua vaga ameaçada pelo compatriota Kanoa Igarashi e o francês Jeremy Flores. Os dois também podem tirar o brasileiro Miguel Pupo do CT 2017 se entrarem no G-22.

“Foi um ano diferente para mim, por ter sido campeão mundial e estou animado para o próximo ano”, disse Adriano de Souza. “Acho que vai ser melhor, porque terei mais tempo de me preparar para a temporada. Pena que não veio onda na bateria, mas esse evento é muito especial para mim. Eu venho para este campeonato há 10 anos, sempre aproveitando para aprender com os melhores e vou continuar por aqui treinando para o ano que vem”.

VAGA GARANTIDA – Na batalha pelas últimas vagas no G-22 do CT, a derrota de Miguel Pupo para o australiano Joel Parkinson acabou garantindo Wiggolly Dantas na elite de 2017, que tinha perdido para Filipe Toledo na única classificação brasileira para a quarta fase no domingo. A maioria das baterias foi fraca de ondas e Pupo foi batido por 12,10 a 8,74 pontos, enquanto Filipe ganhou por 10,44 a 4,13 de Wiggolly, que permanece em vigésimo no ranking, mas sem o perigo de sair do G-22 no Havaí.

Wiggolly Dantas (Foto: Tony Heff - WSL)
Wiggolly Dantas (Foto: Tony Heff – WSL)

Após essas duas baterias, vieram mais três eliminações do Brasil na terceira fase. O potiguar Italo Ferreira arriscou até os aéreos contra Michel Bourez, mas o taitiano venceu por 12,16 a 10,34 pontos. Na disputa seguinte, John John Florence pegou bons tubos no Backdoor para totalizar 15,27 pontos, marca logo batida por Ryan Callinan, que atingiu 15,34 na vitória sobre Gabriel Medina. E ainda teve Adriano de Souza somando apenas 3,34 na última participação brasileira no domingo em Pipeline.

ESTREANTE DO ANO – Mas, para compensar, o dia terminou com uma boa notícia para o Brasil, Caio Ibelli é o “Rookie of the Year” da temporada no Samsung Galaxy WSL Championship Tour. O título de “Estreante do Ano”, que em 2015 foi conquistado pelo potiguar Italo Ferreira, foi confirmado com a derrota de Conner Coffin no duelo norte-americano com Kelly Slater que fechou o domingo no Havaí. Ele era o último concorrente de Caio Ibelli, que foi barrado na segunda fase sem vencer nenhuma bateria em sua primeira vez competindo em Banzai Pipeline.

“Este é o meu primeiro Pipe Masters e foi realmente difícil lá fora”, disse Caio Ibelli. “Eu fico triste pelo mar estar assim porque não consegui pegar nenhum tubo, mas este ano foi um dos melhores da minha vida. Foi uma experiência incrível estar no circuito e poder surfar todas aquelas ondas que sempre sonhei, competindo com os melhores surfistas do mundo. Espero continuar evoluindo e vou treinar bastante para fazer melhor no ano que vem”.

Caio Ibelli (Foto: Poullenot - WSL)
Caio Ibelli (Foto: Poullenot – WSL)

Além de Caio Ibelli, o Brasil sofreu outra baixa na repescagem. O potiguar Jadson André foi a primeira vítima do norte-americano Nat Young no domingo. Assim como Adriano de Souza, ele teve poucas chances para surfar e perdeu por 11,27 a 6,00 pontos. Mas, dois brasileiros passaram para a terceira fase na primeira rodada eliminatória do Billabong Pipe Masters. Mineirinho despachou o havaiano Bruce Irons no segundo duelo do dia por 14,67 a 11,30 e Wiggolly Dantas conseguiu a vitória na onda surfada nos últimos segundos para ganhar de virada do australiano Davey Cathels por um baixo placar de 5,93 a 5,90 pontos.

DUAL HEAT – Depois de mais três dias parado por falta de boas ondas, o Billabong Pipe Masters retornou no domingo com o sistema “dual heat” idealizado por Kelly Slater, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente para recuperar o tempo perdido pelos constantes adiamentos. Até então, só a primeira fase tinha sido realizada na quarta-feira e no domingo rolaram 23 baterias das duas primeiras rodadas eliminatórias. Alguns não gostam desse sistema de competição, pois têm que dividir o “line up” com mais três surfistas e o julgamento passa a ter apenas três juízes com todas as notas válidas. Normalmente são cinco, descartando a maior e menor notas da média das três intermediárias.

A expectativa é de que o Billabong Pipe Masters seja encerrado nessa segunda-feira, com a primeira chamada do dia marcada para as 7h30 no Havaí, 15h30 pelo fuso horário de Brasília.

O Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons é transmitido ao vivo do Havaí pelo www.worldsurfleague.com com divulgação também pelos parceiros de mídia da World Surf League: ESPN+, Globosat e Sportv no Brasil, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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QUARTA FASE DO BILLABONG PIPE MASTERS – Vitória=Quartas de Final e 2.o e 3.o=Quinta Fase:

1.a: Filipe Toledo (BRA), Kolohe Andino (EUA), Jeremy Flores (FRA)

2.a: John John Florence (HAV), Joel Parkinson (AUS), Michel Bourez (TAH)

3.a: Josh Kerr (AUS), Nat Young (EUA), Ryan Callinan (AUS)

4.a: Kelly Slater (EUA), Kanoa Igarashi (EUA), vencedor da 12.a bateria da 3.a fase

TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase e Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500:

1.a: Jeremy Flores (FRA) 13.84 x 7.43 Matt Wilkinson (AUS)

2.a: Filipe Toledo (BRA) 10.44 x 4.13 Wiggolly Dantas (BRA)

3.a: Kolohe Andino (EUA) 10.83 x 10.07 Kai Otton (AUS)

4.a: Joel Parkinson (AUS) 12.10 x 8.74 Miguel Pupo (BRA)

5.a: Michel Bourez (TAH) 12.16 x 10.34 Italo Ferreira (BRA)

6.a: John John Florence (HAV) 15.27 x 9.94 Bede Durbidge (AUS)

7.a: Ryan Callinan (AUS) 15.34 x 11.43 Gabriel Medina (BRA)

8.a: Josh Kerr (AUS) 7.33 x 2.94 Sebastian Zietz (HAV)

9.a: Nat Young (EUA) 8.00 x 3.34 Adriano de Souza (BRA)

10: Kanoa Igarashi (EUA) 7.50 x 3.60 Julian Wilson (AUS)

11: Kelly Slater (EUA) 15.27 x 15.20 Conner Coffin (EUA)

———ficou para abrir a segunda-feira:

12: Jordy Smith (AFR) x Alex Ribeiro (BRA)

SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 500 pontos e US$ 9.000:

1.a: Kolohe Andino (EUA) 12.50 x 3.60 Gavin Beschen (HAV)

2.a: Adriano de Souza (BRA) 14.67 x 11.30 Bruce Irons (HAV)

3.a: Joel Parkinson (AUS) 11.74 x 11.00 Finn McGill (HAV)

4.a: Sebastian Zietz (HAV) 12.76 x 8.17 Frederico Morais (PRT)

5.a: Bede Durbidge (AUS) 8.20 x 5.17 Adrian Buchan (AUS)

6.a: Ryan Callinan (AUS) 12.16 x 4.43 Caio Ibelli (BRA)

7.a: Josh Kerr (AUS) 14.50 x 7.00 Adam Melling (AUS)

8.a: Kai Otton (AUS) 4.93 x 2.73 Stu Kennedy (AUS)

9.a: Conner Coffin (EUA) 15.10 x 13,93 Jack Freestone (AUS)

10: Wiggolly Dantas (BRA) 5.93 x 5.90 Davey Cathels (AUS)

11: Nat Young (EUA) 11.27 x 6.00 Jadson André (BRA)

12: Kanoa Igarashi (EUA) 10.50 x 8.26 Keanu Asing (HAV)

 

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