John John Florence imbatível no Margaret River Pro

By João Carvalho | 9 de abril de 2017 | noticias

O campeão mundial John John Florence estava simplesmente imbatível no domingo, batendo recordes a cada bateria com seu ataque agressivo de frontside nas direitas de 6-8 pés de Main Break, no último dia do Drug Aware Margaret River Pro na Austrália. Com a vitória massacrante, por 19,03 pontos de 20 possíveis, na final com o norte-americano Kolohe Andino, o havaiano recuperou a lycra amarela do Jeep WSL Leader, perdida para o australiano Owen Wright na Gold Coast. Kolohe chegou na decisão do título vencendo Filipe Toledo na semifinal que chegou a ser interrompida pela ameaça de tubarões na área do campeonato.

Filipe Toledo (Foto: Matt Dunbar – WSL)

O brasileiro vencia a bateria antes da comissão técnica decidir retirar os dois do mar pela presença de grandes cardumes de salmões, que atraem tubarões. Rapidamente, os jet-skies chegaram neles para resgata-los até a praia por precaução. Eles retornaram depois de um tempo para disputar os cerca de 15 minutos finais e o mar estava bem melhor, com mais ondas boas entrando para os dois decidirem a segunda vaga na grande final.

Logo o californiano tira a liderança de Filipe com nota 7,83 na melhor onda surfada até ali. O brasileiro volta para a briga escolhendo bem uma direita da série, maior, explode a parte mais crítica na primeira manobra, alonga bastante a segunda para usar todo o espaço e ataca forte a junção na finalização para tirar a maior nota – 8,67 – da bateria. Mas, na onda de trás, Kolohe repete a dose em outra boa direita que tira 7,80 para confirmar a vitória por 15,63 a 15,00 pontos, deixando Filipe Toledo e o Brasil em terceiro lugar no campeonato.

“Teve aquele imprevisto ali com os tubarões e, quando voltamos de jet-ski, os peixes estavam todos lá ainda”, contou Filipe Toledo, que passou a dividir a oitava posição no ranking com Gabriel Medina. “Então, foi um pouco difícil se concentrar e surfar tranquilo, porque você não sabia se poderia acontecer alguma coisa, mas estou feliz por estar vivo. Estou feliz por estar aqui fazendo o que eu amo e quero agradecer a Deus pela oportunidade de surfar altas ondas hoje (domingo). Foi um bom resultado e estou me sentindo bem confiante para ir para Bells (próxima etapa) e quebrar tudo lá”.

Filipe Toledo começou o domingo ganhando o duelo brasileiro com o campeão mundial Adriano de Souza. Antes deles, John John Florence tinha surfado um tubaço incrível em sua primeira onda que valeu nota 9,27 e ainda massacrou outra com a potência das suas manobras para tirar 8,77 na vitória por 18,04 a 15,77 sobre o taitiano Michel Bourez. Já no primeiro confronto do dia, Owen Wright só conseguiu pegar uma onda contra Jack Freestone e era a chance que John John precisava para recuperar a primeira posição no ranking. Mas, só se vencesse o Drug Aware Margaret River Pro.

Adriano de Souza (Foto: Matt Dunbar – WSL)

DUELO BRASILEIRO – Nas quartas de final foi assim, uma bateria com ondas fracas e uma com altas ondas, como a do atual campeão mundial. Os brasileiros competiram numa hora ruim do mar e Filipe Toledo aproveitou bem as oportunidades que teve para vencer por 12,83 a 10,33 de Adriano de Souza. Foi a volta de Filipe Toledo as semifinais no CT, feito que não conseguia desde a etapa de Trestles de 2015 nos Estados Unidos, quando também ficou em terceiro lugar sendo barrado pelo campeão do Hurley Pro aquele ano, Jordy Smith.

“Foi uma bateria bem apertada, eu e o Adriano (de Souza) com scores medianos, aí ele não conseguiu entrar numa onda e teve uma troca de prioridade para mim. No final, também peguei uma onda boa e estou amarradão por ter passado”, disse Filipe Toledo. “O Adriano é um cara que a gente tem como ídolo, que eu sempre admirei desde criança e podendo estar aqui competindo com ele é um momento muito especial”.

Adriano de Souza iniciou a campanha do seu título mundial em 2015 com vitória no Drug Aware Margaret River Pro, batendo o próprio John John Florence na final em Main Break. Dessa vez, Mineirinho ficou em quinto lugar, mas assumiu a quarta posição no ranking e é o único brasileiro com chances matemáticas de brigar pela lycra amarela do Jeep WSL Leader no Rip Curl Pro Bells Beach, que começa quarta-feira em Victoria, na gelada região sul da Austrália.

“Foi uma bateria bem difícil com o Filipe (Toledo). Eu observei bem o Owen (Wright) e ele fez um erro que foi fatal para ele não avançar, então tentei não errar, mas acabei errando mais de duas vezes”, analisou Adriano de Souza. “Mesmo assim, eu tinha a oportunidade de vencer nos 5 minutos finais, só que as ondas não vieram, então agora é pensar em Bells. Esse resultado me deu muita motivação para ir bem lá. Meu objetivo é sair com uns 15.000 pontos no ranking aqui da Austrália, já tenho quase 10.000 (9.200), então quero no mínimo fazer a semifinal lá em Bells”.

John John Florence (Foto: Ed Sloane – WSL)

TÍTULO MERECIDO – No domingo em Margaret River, só deu John John Florence. Ele parecia abençoado. Entrava no mar e as ondas melhoravam, apareciam para ele e ninguém atacou as direitas de Main Break como o havaiano no último dia. O campeão mundial encontrou a fórmula certa para tirar as maiores notas, com longos arcos combinados com batidas e rasgadas muito fortes, sem perdoar as junções nas finalizações. Foi assim que ele liquidou Jack Freestone na semifinal por incríveis 19,27 pontos com notas 9,90 e 9,37. E também não deu qualquer chance para Kolohe Andino com os 19,03 pontos que totalizou na bateria final, com o 9,63 da sua primeira onda e o 9,40 da última.

“Este é um dos meus lugares favoritos no mundo, pois tem uma abundância de ondas diferentes e surpreendentes”, disse John John Florence. “A multidão que vem no evento é incrível e é um campeonato muito especial. Obrigado a minha mãe e família. Minha mãe sempre levava eu e meus irmãos para competir quando éramos crianças, sempre nos apoiou e gostaria que ela estivesse aqui para comemorar, mas sei que estão assistindo em casa. Obrigado também a toda a minha equipe pelo grande suporte, sinto que aprendi bastante no ano passado e foi muito legal fazer a final com o Kolohe (Andino). Ele sempre me ganhou nos eventos nacionais quando éramos crianças, então foi bom dar o troco nele agora (risos)”.

O californiano vem evoluindo bastante e foi semifinalista nas três últimas etapas do ano passado, terminando em quarto lugar no Jeep WSL Ranking, pela primeira vez no seleto grupo dos top-5 do mundo. No domingo, seu grande momento foi na bateria que fechou as quartas de final, quando ele e o vice-campeão mundial Jordy Smith surfaram altas ondas. Ambos computaram só notas no critério excelente dos juízes, com Kolohe vencendo por 18,77 a 16,86 pontos somando 9,60 e 9,17, contra 8,53 e 8,33 do sul-africano.

Kolohe Andino (Foto: Matt Dunbar – WSL)

“Eu estou muito contente com este evento”, disse Kolohe Andino. “As ondas de hoje (domingo) e de todo o campeonato foram incríveis. Eu sei que trabalho duro como qualquer outro no Tour e o meu surfe está bom, mas ainda precisa competir melhor. Este evento era realmente para o John John (Florence) vencer. Fico feliz que eu estava na outra chave do campeonato e só o encontrei na final, porque ele estava destruindo o evento inteiro. Tenho competido com ele desde criança, então foi legal fazer uma final de CT com ele”.

PRÓXIMAS ETAPAS – A vitória espetacular de John John Florence marcou a despedida de Margaret River do calendário do World Surf League Championship Tour. Isto porque uma nova regra limita um máximo de duas etapas em cada região da WSL, então foram mantidas as mais tradicionais da Austrália, na Gold Coast e em Bells Beach, próxima parada da corrida pelo título mundial da temporada. O Rip Curl Pro Bells Beach começa na quarta-feira e tem prazo até 24 de abril para ser encerrado em Victoria. Depois, os melhores surfistas do mundo desembarcam no Brasil para disputar o Rio Pro  de volta à Praia de Itaúna, em Saquarema, de 9 a 20 de maio na Cidade do Surf da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

O Drug Aware Margaret River Pro foi transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e pelo Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.

(Foto: Matt Dunbar – WSL)

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com


RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO:

Campeão: John John Florence (HAV) por 19,03 pontos (9,63+9,40) – US$ 100.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: Kolohe Andino (EUA) com 13,60 pontos (7,03+6,57) – US$ 50.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:

1.a: John John Florence (HAV) 19.27 x 10.57 Jack Freestone (AUS)

2.a: Kolohe Andino (EUA) 15.63 x 15.00 Filipe Toledo (BRA)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:

1.a: Jack Freestone (AUS) 10.50 x 5.50 Owen Wright (AUS)

2.a: John John Florence (HAV) 18.04 x 15.77 Michel Bourez (TAH)

3.a: Filipe Toledo (BRA) 12.83 x 10.33 Adriano de Souza (BRA)

4.a: Kolohe Andino (EUA) 18.77 x 16.86 Jordy Smith (AFR)

TOP-22 DO JEEP WSL RANKING 2017 – após as 2 primeiras etapas:

1.o: John John Florence (HAV) – 16.500 pontos

2.o: Owen Wright (AUS) – 15.200

3.o: Kolohe Andino (EUA) – 12.000

4.o: Jordy Smith (AFR) – 9.200

4.o: Adriano de Souza (BRA) – 9.200

6.o: Matt Wilkinson (AUS) – 8.500

7.o: Conner Coffin (EUA) – 8.000

8.o: Gabriel Medina (BRA) – 7.000

8.o: Filipe Toledo (BRA) – 7.000

8.o: Jack Freestone (AUS) – 7.000

11: Kelly Slater (EUA) – 6.950

11: Joel Parkinson (AUS) – 6.950

11: Connor O´Leary (AUS) – 6.950

14: Julian Wilson (AUS) – 5.750

14: Sebastian Zietz (HAV) – 5.750

14: Jeremy Flores (FRA) – 5.750

17: Michel Bourez (TAH) – 5.700

17: Italo Ferreira (BRA) – 5.700

19: Caio Ibelli (BRA) – 3.500

19: Miguel Pupo (BRA) – 3.500

19: Ian Gouveia (BRA) – 3.500

22: Adrian Buchan (AUS) – 2.250

22: Jadson André (BRA) – 2.250

———outros brasileiros:

31: Jessé Mendes (BRA) – 1.750 pontos

34: Wiggolly Dantas (BRA) – 1.000

 

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