Medina perde e título mundial pode ser decidido no Rip Curl Portugal

By João Carvalho | 21 de outubro de 2016 | noticias

O Meo Rip Curl Pro Portugal mudou de praia na sexta-feira, de Supertubos para as boas ondas de 3-5 pés do Pico do Fabril, onde foi realizada uma maratona de dezenove baterias decisivas em Peniche. O francês Jeremy Flores derrotou Gabriel Medina e o brasileiro só terá chance de brigar pelo bicampeonato mundial no Havaí se John John Florence não chegar na final da etapa portuguesa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. Entre os nove brasileiros que competiram, apenas o campeão mundial Adriano de Souza e Miguel Pupo passaram da terceira fase e vão ter duas chances de classificação para as quartas de final em Portugal.

Adriano de Souza (Foto: Poullenot - WSL)
Adriano de Souza (Foto: Poullenot – WSL)

Mineirinho conseguiu a primeira vitória verde-amarela depois de duas derrotas por pequenas diferenças. O campeão mundial Joel Parkinson achou um tubaço para ganhar do paulista Wiggolly Dantas por 16,10 a 15,00 pontos. E o também australiano Julian Wilson conseguiu quase os pontos que precisava para virar o placar contra o potiguar Jadson André para 14,97 a 14,90, depois de um longo suspense pela divulgação da nota da sua onda surfada no minuto final da bateria. Já Adriano de Souza controlou todo o duelo contra o jovem Kanoa Igarashi, confirmando o favoritismo sobre o norte-americano por 13,86 a 10,03 pontos.

Na disputa seguinte, o taitiano Michel Bourez não deu qualquer chance para o paulista Caio Ibelli, eliminando mais um brasileiro com os recordes do Meo Rip Curl Pro Portugal, nota 9,70 e 17,23 pontos. Depois entraram os principais candidatos ao título mundial da temporada e o número 1 do Jeep WSL Leader, John John Florence, dominou o confronto com o português Frederico Morais. A vitória foi por 16,27 a 13,30 pontos e o havaiano acabou tirando quatro concorrentes da briga pelo título mundial com a classificação, o atual campeão Adriano de Souza, Filipe Toledo, Julian Wilson e Kelly Slater. Ficaram só três com chances, além dele.

John John Florence (Foto: Poullenot - WSL)
John John Florence (Foto: Poullenot – WSL)

“É muito legal ver as pessoas correndo e gritando na praia. Dá para ouvir toda a praia vibrando cada vez que você termina uma onda e isso te deixa mais empolgado ainda para voltar e surfar outra”, contou John John Florence, que contou com todo apoio da torcida local, mesmo enfrentando um português na bateria. “Eu confesso que estava bastante nervoso. Ontem (quinta-feira), o Frederico (Morais) estava surfando aqui com a gente e ele tava destruindo as ondas, então só procurei me concentrar em mim mesmo e deu tudo certo”.

A pressão ficou então para Gabriel Medina, que competiu logo após o havaiano. O francês Jeremy Flores era seu adversário e já tinha tirado da briga do título mundial o número 3 do ranking, Matt Wilkinson. Medina começou bem com nota 7,17, mas Flores se encaixou nas esquerdas do Pico do Fabril e foi surfando uma atrás da outra, até abrir uma boa vantagem com notas 8,00 e 7,07 em duas ondas seguidas. O brasileiro precisava de outra boa, mas o máximo que conseguiu foi um 7,00, enquanto o francês ainda trocou sua segunda nota por 7,77 para vencer a bateria por 15,77 a 14,17 pontos.

Jeremy FLores (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Jeremy FLores (Foto: Kelly Cestari – WSL)

“Eu realmente não tive uma boa temporada e aqui estou conseguindo passar as baterias mais difíceis do ano”, disse Jeremy Flores. “Eu sinto que estou no ritmo das ondas, tanto ontem (quinta-feira) com o Wilko (Matt Wilkinson), como agora com o Gabriel (Medina), quando as ondas boas também vieram para mim. Eu tive um ano terrível em termos de resultados, então realmente queria fazer algumas baterias boas contra esses grandes nomes para recuperar minha confiança e mostrar que eu posso surfar bem ainda”.

Apesar da derrota na terceira fase, Gabriel Medina só não terá chance de tentar o bicampeonato mundial no Havaí se John John Florence chegar na final do Meo Rip Curl Pro Portugal. E quem pode ajudar nessa missão de parar o havaiano é o brasileiro Adriano de Souza, que já venceu essa etapa em 2011. Mineirinho está no caminho dele e ambos vão disputar a segunda vaga direta para as quartas de final com o taitiano Michel Bourez.

VITÓRIA SOBRE SLATER – As surpresas continuaram na tarde da sexta-feira no Pico do Fabril, com o paulista Miguel Pupo fazendo uma bateria brilhante para derrotar o maior ídolo do esporte por 15,43 a 14,26 pontos. Ele só surfou duas ondas boas para vencer Kelly Slater e a vitória era superimportante, pois valia sua entrada no grupo dos 22 primeiros do ranking que são mantidos na divisão de elite da World Surf League. Pupo era o 23.o colocado e já subiu para o vigésimo lugar, tirando o norte-americano Kanoa Igarashi da lista.

Miguel Pupo (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Miguel Pupo (Foto: Kelly Cestari – WSL)

“É sempre difícil surfar contra o Kelly (Slater). Eu tive o privilégio de competir com ele algumas vezes em Pipeline, mas sempre perdi e estou feliz por conseguir ganhar uma dele”, disse Miguel Pupo. “Eu vinha treinando três vezes por dia entre Supertubos e aqui nessa praia também (Pico do Fabril), sempre com a mesma prancha para tentar fazer ela funcionar em qualquer condição de mar e valeu a pena. Estou feliz por estar surfando esquerdas, esperei o ano inteiro por isso e agora quero aproveitar ao máximo”.

FINALISTAS ELIMINADOS – Depois da grande vitória de Miguel Pupo sobre Kelly Slater, os brasileiros que decidiram o título do Meo Rip Curl Pro Portugal no ano passado acabaram eliminados nas baterias seguintes. O campeão Filipe Toledo tentou a vitória até o fim, mas sua última onda ganhou nota 6,67 e só chegou a 12,97 pontos, não superando os 13,60 que o norte-americano Conner Coffin já havia conseguido. Com a passagem para a quarta fase, o californiano também ingressou no G-22 do CT como Miguel Pupo. Já o novo papai, Filipe Toledo, vai poder voltar para casa mais cedo para conhecer a filha nascida em 19 de outubro.

Na bateria seguinte, o vice-campeão na final brasileira do ano passado, Italo Ferreira, também ficou perto da virada na última onda que surfou na bateria, mas muito perto mesmo. Foi a melhor apresentação do potiguar no Pico do Fabril e a melhor do duelo um pouco fraco de ondas com Stu Kennedy. Porém, a nota 6,33 recebida foi insuficiente para reverter o resultado e o australiano ganhou por pouco no placar encerrado em 11,63 a 11,33 pontos.

Jordy Smith (Foto: Kelly Cestari - WSL)
Jordy Smith (Foto: Kelly Cestari – WSL)

TÍTULO MUNDIAL – Após as eliminações dos finalistas do Meo Rip Curl Pro Portugal, o sul-africano Jordy Smith ganhou fácil do australiano Kai Otton o último confronto do mais longo dia de competição em Peniche, por 17,03 a 8,73 pontos. Ele é o único que pode impedir que John John Florence conquiste o título mundial por antecipação na Europa numa possível final com o havaiano em Portugal. John John tira Gabriel Medina da briga do título com a passagem para a bateria decisiva e também acaba com a chance do norte-americano Kolohe Andino se passar para as quartas de final.

O Meo Rip Curl Pro Portugal está sendo transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com com divulgação também dos parceiros de mídia da World Surf League: ESPN, Globosat e Sportv no Brasil, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:

1.a: Kolohe Andino (EUA), Julian Wilson (AUS), Joel Parkinson (AUS)

2.a: John John Florence (HAV), Adriano de Souza (BRA), Michel Bourez (TAH)

3.a: Sebastian Zietz (HAV), Miguel Pupo (BRA), Jeremy Flores (FRA)

4.a: Jordy Smith (AFR), Stu Kennedy (AUS), Conner Coffin (EUA)

TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase e Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500:

1.a: Kolohe Andino (EUA) 12.43 x 12.04 Matt Banting (AUS)

2.a: Joel Parkinson (AUS) 16.10 x 15.00 Wiggolly Dantas (BRA)

3.a: Julian Wilson (AUS) 14.97 x 14.90 Jadson André (BRA)

4.a: Adriano de Souza (BRA) 13.86 x 10.03 Kanoa Igarashi (EUA)

5.a: Michel Bourez (TAH) 17.23 x 12.37 Caio Ibelli (BRA)

6.a: John John Florence (HAV) 16.27 x 13.30 Frederico Morais (PRT)

7.a: Jeremy Flores (FRA) 15.77 x 14.17 Gabriel Medina (BRA)

8.a: Sebastian Zietz (HAV) 12.07 x 10.76 Josh Kerr (AUS)

9.a: Miguel Pupo (BRA) 15.43 x 14.26 Kelly Slater (EUA)

10: Conner Coffin (EUA) 13.60 x 12.97 Filipe Toledo (BRA)

11: Stu Kennedy (AUS) 11.63 x 11.33 Italo Ferreira (BRA)

12: Jordy Smith (AFR) 17.03 X 8.73 Kai Otton (AUS)

SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 500 pontos e US$ 9.000:

——–resultados da quinta-feira:

1.a: John John Florence (HAV) 10.54 x 8.60 Miguel Blanco (PRT)

2.a: Gabriel Medina (BRA) 9.84 x 9.43 Ryan Callinan (AUS)

3.a: Jeremy Flores (FRA) 17.00 x 10.00 Matt Wilkinson (AUS)

4.a: Julian Wilson (AUS) 8.33 x 6.73 Alex Ribeiro (BRA)

5.a: Filipe Toledo (BRA) 15.17 x 4.90 Adam Melling (AUS)

——–baterias que abriram a sexta-feira:

6.a: Matt Banting (AUS) 12.00 x 11.34 Adrian Buchan (AUS)

7.a: Sebastian Zietz (HAV) 11.64 x 9.26 Alejo Muniz (BRA)

8.a: Michel Bourez (TAH) 15.16 x 13.27 Jack Freestone (AUS)

9.a: Caio Ibelli (BRA) 14.93 x 11.20 Davey Cathels (AUS)

10: Stu Kennedy (AUS) 12.33 x 6.40 Dusty Payne (HAV)

11: Conner Coffin (EUA) 14.67 x 13.66 Nat Young (EUA)

12: Kanoa Igarashi (EUA) 11.93 x 10.83 Keanu Asing (HAV)

 

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