Três brasileiros chegam nas quartas de final nos tubos fantásticos de Teahupo´o

By WSL Latin America | 18 de agosto de 2022 | noticias, principal

TEAHUPO´O, Taiti, Polinésia Francesa (Quinta-feira, 18 de agosto de 2022) – Três brasileiros passaram para as quartas de final do Outerknown Tahiti Pro nos tubos fantásticos de Teahupo´o, Miguel Pupo, Caio Ibelli e Yago Dora. A quinta-feira foi um dia épico de ondas, para ficar marcado na história do World Surf League Championship Tour. Os melhores do mundo surfaram tubos incríveis, que arrancaram 32 notas excelentes – de 8 a 10 – dos juízes. Seis brasileiros entraram nessa lista e ainda teve Filipe Toledo confirmado no primeiro lugar do ranking, Italo Ferreira também garantido no grupo dos top-5 que vai disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals e Samuel Pupo se consagrando como o “Estreante do Ano” no CT 2022.

Miguel Pupo (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

A categoria masculina do Outerknown Tahiti Pro só foi iniciada na quinta-feira, com a previsão se confirmando que seria o melhor dia de ondas da semana. Para aproveitar as boas condições, foi utilizado o sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente a partir da repescagem. Assim, foi possível realizar as cinco da primeira fase, as oito da repescagem e as oitavas de final, quando Teahupo´o bombou altas ondas, com tubos de 8-10 pés, como o da nota 10 do sul-africano Matthew McGillivray.

Esse saiu na bateria das oitavas de final contra Samuel Pupo, que também surfou um tubaço nota 8,93 e acabou derrotado por uma pequena diferença de 17,00 a 16,43 pontos. No duelo seguinte, Yago Dora somou um 8,27 para despachar o norte-americano Griffin Colapinto por 14,94 a 14,63. Este resultado garantiu a vaga de Italo Ferreira entre os top-5 que vão disputar o título mundial de 2022 no Rip Curl WSL Finals. A decisão vai acontecer no melhor dia de ondas em Trestles, na Califórnia, no período de 8 a 16 de setembro.

Yago Dora (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

Yago Dora tinha mandado o campeão olímpico para a repescagem, onde Italo acabou eliminado no confronto potiguar com Jadson André na melhor bateria do campeonato até ali. Agora, o catarinense vai enfrentar o onze vezes campeão mundial, Kelly Slater, na segunda bateria das quartas de final.  Na terceira, tem Caio Ibelli contra o veterano Nathan Hedge, que na quinta-feira eliminou os líderes do ranking, Filipe Toledo e Jack Robinson. E Miguel Pupo vai disputar a última vaga para as semifinais com Kanoa Igarashi, que entrou no G-5 ao passar por Jadson André, tirando Griffin Colapinto da lista.

Caio Ibelli foi quem surfou o primeiro tubaço do dia, na sexta bateria da primeira fase. Ele fez um drop insano numa onda da série, sumindo lá dentro, passando pelas placas enormes caindo a sua frente, até sair na baforada. Os juízes deram nota 9,67, a maior da quinta-feira até ali. Caio foi o segundo brasileiro a passar direto para as oitavas de final, derrotando o vice-campeão olímpico, Kanoa Igarashi. O primeiro foi Yago Dora, mandando Italo Ferreira para a repescagem no último minuto da bateria disputada na quarta-feira.

Nas oitavas de final, Caio Ibelli deu outro show surfando tubos incríveis contra o sul-africano Jordy Smith, para conquistar a segunda classificação brasileira para as quartas de final do Outerknown Tahiti Pro. Ele somou notas 8,00 e 7,97, vencendo fácil por 15,97 a 13,20 pontos. Caio vai enfrentar o matador de gigantes do campeonato, o veterano australiano Nathan Hedge, que tinha acabado de garantir Filipe Toledo na liderança do ranking, ao derrotar o vice-líder Jack Robinson na virada mais espetacular do dia.

Caio Ibelli (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

“Hoje está sendo o dia dos sonhos no Taiti. As condições estão perfeitas e é muito bom estar aqui”, disse Caio Ibelli. “E, nossa, vai ser demais competir com o Nathan (Hedge). Quando eu comecei no QS, fui num evento nos Açores (Portugal) e não tinha onde ficar lá. Aí o Nathan me convidou para ficar com ele. Para mim, ele é um “legend” e vi que era uma boa oportunidade para aprender tudo com ele. Tenho certeza que vai ser uma batalha muito boa”.

PASSANDO PELOS LÍDERES – Nathan Hedge é patrocinado pela Outerknown e foi convidado para participar da etapa do Taiti, onde 18 anos atrás foi vice-campeão na final contra o norte-americano C. J. Hobgood. Ele fez parte da elite por muitos anos e já tinha parado de competir, mas voltou e mostrou estar em plena forma, aos 43 anos de idade. O australiano estreou junto com Filipe Toledo e Kelly Slater, que venceu a bateria. Depois, voltou a enfrentar o líder do ranking no primeiro duelo eliminatório do Outerknown Tahiti Pro.

Filipe Toledo não achou ondas para surfar em sua primeira bateria, mas na repescagem se jogou nos tubos, recebendo notas 7,83 e 7,00 nos melhores. Só que Nathan Hedge conseguiu sair de um tubaço incrível que valeu 9,43, para vencer por 15,76 a 14,83 pontos. Com a derrota em 17.o lugar, o australiano Jack Robinson ganhou a chance de tirar a lycra amarela de Filipe Toledo, mas teria que chegar na final em Teahupo´o para isso.

Filipe Toledo (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

“Independente do lugar, é sempre perigoso enfrentar os wildcards (convidados), porque eles surfam sem qualquer pressão”, destacou Filipe Toledo. “Eu tive uma bateria difícil na primeira fase, não consegui me posicionar bem no mar. Mas nessa agora peguei duas ondas bem boas, só que ele (Nathan) achou aquele tubo mais longo, aí o mar deu uma parada nas ondas e não consegui outra. Mas, tá tranquilo e vou fazer o meu melhor lá em Trestles. É a minha casa, estou me sentindo bem, com ótimas pranchas, conheço bem a onda e me sinto confiante e animado para competir lá”.

Filipe Toledo é de Ubatuba (SP), mas há muitos anos mora na Califórnia e em San Clemente, onde fica a praia de Lower Trestles, palco do Rip Curl WSL Finals, que vai decidir os títulos mundiais da temporada no melhor dia de ondas entre 8 e 16 de setembro. E Filipe vai competir com a lycra amarela, pois o mesmo Nathan Hedge também derrotou Jack Robinson nas oitavas de final, que poderia tirar a primeira posição do brasileiro. Esse confronto foi encerrado com as maiores somatórias do Outerknown Tahiti Pro, 18,30 a 17,60 pontos.

DUELO POTIGUAR – A batalha pelas três últimas vagas para a decisão do título mundial também foi intensa e dramática na quinta-feira. Dos oito concorrentes, apenas Samuel Pupo e Connor O´Leary passaram direto para as oitavas de final. Seis tiveram que disputar a repescagem. Um deles foi Italo Ferreira, penúltimo no grupo dos top-5. O campeão olímpico precisava chegar nas semifinais para confirmar seu nome sem depender de outros resultados.

Italo Ferreira (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

Italo enfrentou Jadson André e esse duelo potiguar foi espetacular, a melhor bateria do Outerknown Tahiti Pro até ali, com os dois surfando tubos incríveis. Italo largou na frente com nota 8,60 num tubo enorme que saiu em pé. Jadson falhou nas primeiras ondas, mas achou um tubaço também que valeu nota 8,00. Italo respondeu com um 8,00 também, mas no final Jadson pegou uma bomba, desapareceu na cortina d´água, sumiu lá dentro e reapareceu com estilo, com os braços pra trás para mostrar segurança na saída.

Os juízes deram nota 9,0 para Jadson virar o resultado para 17,00 a 16,60 pontos. Italo já tinha perdido nos últimos minutos na primeira bateria do dia, para Yago Dora. Com a segunda derrota, sua vaga nos top-5 ficou ameaçada por Griffin Colapinto e Kanoa Igarashi, que passaram pela repescagem. Os recordes da história de Jadson André em etapas do CT, foram conseguidos nos tubos de Teahupo´o em 2019, nota 9,73 e 18,23 pontos. Agora, ele e Italo faziam as maiores somatórias do Outerknown Tahiti Pro até ali.

“É um dos momentos mais estranhos da minha vida. Caramba, tem 24 pessoas no evento e eu preciso competir contra meu irmão? É uma situação bem difícil. A gente sabe que faz parte da competição, mas não estou me sentindo bem nesse momento”, lamentou Jadson André. “Todos nós sabemos que essa bateria era importante para ele (Italo) na luta pelos top-5. Mas, todos nós temos metas e sempre foi meu sonho ganhar esse evento. Todo mundo sabe quanto amor eu tenho por esse lugar. Eu já tive uma bateria excelente aqui em 2019 e agora de novo, só que contra o Italo. Preciso de alguns minutos sozinho, para refletir e aceitar que estamos aqui para vencer”.

Jadson André (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

VAGA NOS TOP-5 – Mas, como obra do destino, os dois surfistas que poderiam tirar Italo Ferreira da disputa do título mundial, acabaram escalados com os dois brasileiros que o derrotaram no Taiti. Griffin Colapinto foi para a bateria do Yago Dora e já ultrapassaria o campeão olímpico se passasse para as quartas de final. E Kanoa Igarashi foi para a do Jadson André. Então, era a chance para eles poderem confirmar Italo Ferreira no Rip Curl WSL Finals.

E isto já foi concretizado logo na primeira oportunidade, por Yago Dora, que despachou o californiano em mais uma vitória de virada nos minutos finais. Griffin Colapinto liderou toda a bateria, depois de fazer um tubo nota 9,00. O catarinense tinha surfado um que valeu 6,67, mas achou uma onda maior que rodou um tubão para receber 8,27. Griffin ainda surfou outro tubo faltando 15 segundos para o término. Ele precisava de 5,94 para vencer, mas a nota saiu 5,63 e Yago Dora se classificou, com Italo Ferreira podendo festejar também sua vaga garantida entre os concorrentes ao título mundial de 2022.

BATERIAS ESPETACULARES – Depois do confronto potiguar entre Jadson André e Italo Ferreira com as maiores somatórias do campeonato até ali, 17,00 a 16,60 pontos, tiveram mais três baterias espetaculares nas oitavas de final. A primeira foi a do Samuel Pupo contra Matthew McGillivray, que dropou numa onda cavernosa, despencando do paredão direto para dentro do tubo. O sul-africano conseguiu atravessar várias placas para sair na baforada com a primeira nota 10 do Outerknown Tahiti Pro.

Samuel Pupo (Foto: Damien Poullenot/World Surf League)

Mas, no final o “Estreante do Ano” no CT 2022, Samuel Pupo,  também botou para dentro de tubos enormes e chegou a passar a frente com a nota 8,93 que recebeu no melhor deles. Os dois ainda surfaram outro tubo e o do sul-africano valeu 7,00, contra 7,50 do brasileiro, que precisava de um pouco mais de nota para vencer. O placar acabou encerrado em 17,00 a 16,43, com Matthew McGillivray igualando o recorde de pontos do Jadson André.

Quem também ganhou por 17,00 pontos outra bateria destas espetaculares, foi o maior vencedor da etapa do Taiti nos tubos de Teahupoo, Kelly Slater. Ele já igualou o recorde com as notas 9,00 e 8,00 das primeiras ondas que surfou. Mas o australiano Connor O´Leary quase consegue a virada, somando 16,83 pontos com notas 8,43 e 8,40 nos tubos que pegou nos últimos minutos.

Já a bateria mais fantástica de todas foi a dos australianos Jack Robinson e Nathan Hedge. Jack tinha a chance de tirar a liderança do ranking de Filipe Toledo para chegar no Rip Curl WSL Finals vestindo a lycra amarela. Ele já tinha estreado bem na primeira fase e foi surfando um tubo atrás do outro. No primeiro recebeu 7,67, o segundo foi bem melhor e os juízes deram 9,10 e ainda pegou outro para somar 8,50 no novo recorde de pontos do campeonato, 17,60. Só que em apenas 3 minutos, Nathan Hedge surfou dois tubaços impressionantes, para ganhar notas 9,87 e 8,43 e aumentar o recorde de Jack Robinson para 18,30 pontos.

Nathan Hedge (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

TRANSMISSÃO AO VIVO – O Outerknown Tahiti Pro tem prazo até domingo, mas deve ser encerrado nesta sexta-feira, com transmissão ao vivo pelo Globoplay e Sportv e pelo WorldSurfLeague.com e Aplicativo da WSL. Esta décima etapa do WSL Championship Tour está sendo realizada com patrocínios da Outerknown, Tahiti Tourism, Corona, Pura Vida, Red Bull, Oakley, Hydro Flask, Expedia, True Surf, Surfline, Polynesia 1, Vini e Air Tahiti Nui.

PRÓXIMAS BATERIAS DO OUTERKNOWN TAHITI PRO:

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 20.000 e 4.745 pontos:
1.a: Matthew McGillivray (AFR) x Kauli Vaast (FRA)
2.a: Kelly Slater (EUA) x Yago Dora (BRA)
3.a: Caio Ibelli (BRA) x Nathan Hedge (AUS)
4.a: Kanoa Igarashi (JPN) x Miguel Pupo (BRA)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 20.000 e 4.745 pontos:
1.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) x Caroline Marks (EUA)
2.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Courtney Conlogue (EUA)
3.a: Carissa Moore (HAV) x Vahine Fierro (FRA)
4.a: Brisa Hennessy (CRI) x Lakey Peterson (EUA)

RESULTADOS DA QUINTA-FEIRA EM TEAHUPO´O:

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 13.500 e 3.320 pontos:
1.a: Kauli Vaast (FRA) 17,07 x 15,17 Ethan Ewing (AUS)
2.a: Matthew McGillivray (AFR) 17,00 x 16,43 Samuel Pupo (BRA)
3.a: Yago Dora (BRA) 14,94 x 14,63 Griffin Colapinto (EUA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 17,00 x 16,83 Connor O´Leary (AUS)
5.a: Nathan Hedge (AUS) 18,30 x 17,60 Jack Robinson (AUS)
6.a: Caio Ibelli (BRA) 15,97 x 13,20 Jordy Smith (AFR)
7.a: Kanoa Igarashi (JPN) 15,70 x 13,40 Jadson André (BRA)
8.a: Miguel Pupo (BRA) 11,00 x 2,40 Jake Marshall (EUA)

SEGUNDA FASE – 17.o lugar com US$ 12.125 e 1.330 pontos:
1.a: Nathan Hedge (AUS) 15,76 x 14,83 Filipe Toledo (BRA)
2.a: Kanoa Igarashi (JPN) 6,96 x 5,67 Seth Moniz (HAV)
3.a: Ethan Ewing (AUS) 14,00 x 10,93 Michel Bourez (TAH)
4.a: Jake Marshall (EUA) 2,43 x 0,97 Callum Robson (AUS)
5.a: Jadson André (BRA) 17,00 x 16,60 Italo Ferreira (BRA)
6.a: Miguel Pupo (BRA) 14,93 x 12,90 Nat Young (EUA)
7.a: Griffin Colapinto (EUA) 12,00 x 3,90 Jackson Baker (AUS)
8.a: Matthew McGillivray (AFR) 16,44 x 11,83 Barron Mamiya (HAV)

PRIMEIRA FASE – 1.o=Oitavas de Final / 2.o e 3.o=Segunda Fase:
4.a: 1-Kelly Slater (EUA)=16.00, 2-Nathan Hedge (AUS)=8.67, 3-Filipe Toledo (BRA)=1.87
5.a: 1-Jordy Smith (AFR)=12.94, 2-Jadson André (BRA)=12.86, 3-Griffin Colapinto (EUA)=8.33
6.a: 1-Caio Ibelli (BRA)=12.50, 2-Kanoa Igarashi (JPN)=7.76, 3-Jackson Baker (AUS)=3.17
7.a: 1-Samuel Pupo (BRA)=13.00, 2-Callum Robson (AUS)=10.44, 3-Seth Moniz (HAV)=6.53
8.a: 1-Connor O´Leary (AUS)=15.63, 2-Miguel Pupo (BRA)=15.27, 3-Jake Marshall (EUA)=6.60
——-resultados da quarta-feira:
1.a: 1-Yago Dora (BRA)=8.66, 2-Italo Ferreira (BRA)=8.14, 3-Matthew McGillivray (AFR)=3.53
2.a: 1-Kauli Vaast (FRA)=13.60, 2-Barron Mamiya (HAV)=10.93, 3-Ethan Ewing (AUS)=2.33
3.a: 1-Jack Robinson (AUS)=16.26, 2-Nat Young (EUA)=7.33, 3-Michel Bourez (FRA)=6.70

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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com


SOBRE A WSL: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.

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