Dois duelos brasileiros vão abrir as quartas de final do Challenger Series de Sidney

By João Carvalho | 12 de maio de 2024 | noticias, principal

NORTH NARRABEEN, Sydney, NSW, Australia (Domingo, 12 de maio) – Dois duelos brasileiros vão abrir as quartas de final do GWM Sydney Surf Pro apresentado por Bonsoy na Austrália. Ian GouveiaMiguel PupoAlejo Muniz e Samuel Pupo, ganharam as primeiras baterias do domingo nas ondas difíceis de 4-6 pés em North Narrabeen. Miguel Ian disputarão a primeira vaga para as semifinais e Samuca enfrenta Alejo no confronto seguinte. Isso já garante uma semifinal verde-amarela e um brasileiro na decisão do título da segunda etapa World Surf League (WSL) Challenger Series (CS) 2024. A previsão é iniciar as quartas de final as 7h30 da segunda-feira na Austrália, 18h30 do domingo no Brasil, ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.

O pernambucano Ian Gouveia mora na Praia de Maresias, onde surgiu o tricampeão mundial Gabriel Medina e onde vive a família Pupo também. Ele foi o primeiro a se classificar para as quartas de final do GWM Sydney Surf ProIan começou bem, surfando um tubo difícil que conseguiu sair no dog-door, para ganhar nota 6,43. Mas, o sul-africano Jordy Maree logo assumiu a liderança, somando 4,83 com 6,67 nas primeiras ondas que surfou. Somente nos minutos finais, Ian Gouveia achou uma onda para atacar forte, receber 5,23 e passar à frente. O sul-africano ficou precisando de 4,99 para vencer e acertou um aéreo na onda que pegou nos últimos segundos. Ficou a expectativa pela nota, mas foi um voo baixo e ela saiu 4,60, com Ian Gouveia conseguindo a vitória por pouco, 11,66 a 11,50 pontos.

Ian Gouveia (Photo by Cait Miers/World Surf League)

No segundo confronto do dia, o semifinalista na primeira etapa do Challenger Series na Gold Coast, George Pittar, pegou várias ondas no início. As condições do mar estavam difíceis nas primeiras horas da manhã e as melhores do australiano valeram 4,93 e 4,33. Depois, ele não conseguiu trocar essas notas. Miguel Pupo errou algumas manobras e só entrou no jogo quando restavam 10 minutos para o término. Foi quando fez um ataque mais forte que valeu 5,83. Miguel ficou precisando de 3,43 e falhou em algumas tentativas. Mas, ainda achou uma onda para combinar duas manobras e ganhar 5,10, para vencer por 10,93 a 9,26 pontos.

DE PAI PRA FILHO – Ian Gouveia e Miguel Pupo agora vão reviver um confronto que os seus pais, Fabio Gouveia e Wagner Pupo, disputaram em várias baterias na década de 90 e nos anos 2.000. Fabinho foi um dos pioneiros do Brasil a competir no Circuito Mundial no final dos anos 80, junto com Teco Padaratz e Piu Pereira. Conseguiu vários feitos inéditos no cenário internacional e foi campeão brasileiro duas vezes, em 1998 e 2005, já na Era do SuperSurf. Wagner Pupo focou a carreira no Brasil e ficou entre os Top-16 do ranking nacional por 15 anos. Sua melhor temporada foi no SuperSurf 2007, quando ficou em quinto lugar no ranking brasileiro.

Miguel Pupo (Photo by Matt Dunbar/World Surf League)

Ian Gouveia fez parte da elite mundial da WSL em 2017 e 2018 e Miguel Pupo entrou junto com Gabriel Medina e Alejo Muniz em 2011, mas não escapou do corte do meio da temporada esse ano e tenta recuperar sua vaga pelo Challenger Series. Ele acabou saindo do CT junto com seu irmão mais novo, Samuel Pupo, que vai enfrentar Alejo Muniz na segunda quarta de final do GWM Sydney Surf ProAlejo ficou na elite até 2016, sendo prejudicado por várias lesões. Mas, esse ano está mostrando mais competitividade.

O catarinense enfrentou o carrasco dos brasileiros em Sidney no domingo e viu Alister Reginato largar na frente, com seu ataque de backside nas esquerdas de North Narrabeen. O australiano arrancou notas 5,67 e 7,67 nas primeiras ondas que surfou. Alejo achou uma junção para manobrar forte de backside também e entrar na briga com 6,10. Na seguinte conseguiu 5,67, porém precisava mais do que isso para virar o resultado. O australiano arriscou um aéreo muito alto, mas caiu. Na onda de trás, Alejo mandou um rasgadão debaixo do lip e passou a frente com nota 7,50. Depois, nada mudou nos 10 minutos finais e Alejo Muniz conquistou a vitória por décimos de diferença, 13,60 a 13,34 pontos.

Alejo Muniz (Photo by Cait Miers/World Surf League)

Na entrevista ao vivo, depois de falar sobre a sua classificação e da boa apresentação dos brasileiros em North Narrabeen, o catarinense Alejo Muniz fez questão de mandar um recado em português para os moradores do Rio Grande do Sul, que estão sofrendo com uma enchente nunca vista no Brasil: “Eu quero mandar um abraço para todo mundo do Rio Grande do Sul, sei que meu irmão está lá na linha de frente, parabéns Santi (o surfista Santiago Muniz), um abração a todos e que Deus possa confortar todos vocês”.

LÍDER DO RANKING – Para fechar a segunda quarta de final 100% brasileira, Samuel Pupo não deu qualquer chance para o norte-americano Dimitri Poulos em sua primeira defesa da liderança do ranking do Challenger Series. Ele já começou bem, com suas manobras de backside ganhando nota 6,00 na primeira onda. Depois, surfou uma melhor que recebeu 7,33 e selou a vitória com o 6,50 da sua última onda. Dimitri Poulos só pegou três ondas e Samuel Pupo venceu fácil, por 13,83 a 9,80 pontos. Com a classificação para as quartas de final, apenas dois brasileiros ainda podem tirar o seu primeiro lugar no ranking, Ian Gouveia e Alejo Muniz, que estão no seu caminho até a final.

Samuel Pupo (Photo by Matt Dunbar/World Surf League)

“Nós (brasileiros) estamos fazendo uma boa perna australiana do Challenger Series até agora, o que está sendo legal para mostrar que temos algo de bom acontecendo”, disse Samuel Pupo“Eu sinto que surfei bem em todas as minhas baterias aqui e tomei as decisões certas na escolha das ondas e das manobras. Tenho me concentrado em estar sempre bem focado e isso tem sido fundamental. Fico também esperando sempre o melhor dos meus oponentes, o que me ajuda a impulsionar o meu surfe e estou feliz por ter feito mais um bom trabalho hoje”.

Depois das quatro vitórias brasileiras que abriram o domingo em Sidney, ainda tinha Caio Ibelli para fechar as oitavas de final do MRW Sydney Surf Pro. Ele e o francês Gatien Delahaye acabaram somando as notas das duas primeiras ondas que surfaram. As notas do brasileiro foram 6,67 e 4,17 e as do francês valeram 5,83 e 6,27. Gatien Delahaye derrotou Caio Ibelli por 12,10 a 10,84 pontos e vai enfrentar o norte-americano Taro Watanabe no último duelo das quartas de final. O penúltimo será entre o havaiano Eli Hanneman e o único australiano que se classificou, Jordan Lawler.

Caio Ibelli (Photo by Matt Dunbar/World Surf League)

FEITO HISTÓRICO – Esta é a primeira vez na história do Challenger Series, inaugurado em 2021 como novo circuito de acesso para a elite do WSL Championship Tour (CT), em que duas baterias das quartas de final serão 100% brasileiras. Nas 19 etapas que estão sendo completadas agora em Sidney, a melhor participação tinha sido na abertura do Challenger Series 2023 em Snapper Rocks, quando Samuel PupoJadson André e Michael Rodrigues chegaram nas quartas de final. Mas, somente o Samuca passou para as semifinais e ganhou o título na Gold Coast. Neste ano, Samuel Pupo chegou na final de novo, mas o australiano Mikey McDonagh impediu o bicampeonato.

E apenas uma vez aconteceu uma semifinal verde-amarela. Foi na estreia do Corona Saquarema Pro em 2022, quando João Chianca e Gabriel Medina se enfrentaram e o tricampeão mundial venceu a etapa brasileira do Challenger Series, derrotando o marroquino Ramzi Boukhiam na final. No ano passado, o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil passou a fechar o circuito de acesso para o CT e a lista dos 10 homens e 5 mulheres classificados para a elite da WSL. Novamente, deu Brasil no alto do pódio na Praia de Itaúna, com Samuel Pupo batendo o taitiano Mihimana Braye na final. E Saquarema também vai sediar a decisão do Challenger Series 2024, nos dias 12 a 20 de outubro na Capital Nacional do Surf.

Erin Brooks (Photo by Cait Miers/World Surf League)

QUARTAS FEMININAS – Na categoria feminina, os destaques das oitavas de final no domingo foram a veterana australiana Sally Fitzgibbons e a jovem canadense de apenas 16 anos de idade, Erin Brooks, que venceu o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil no ano passado. Sally fez o maior somatório das mulheres no GWM Sydney Surf Pro, 16,10 pontos com notas 8,43 e 7,67, no duelo australiano com Bronte Macaulay. Foi logo depois da Erin Brooks ganhar da portuguesa Teresa Bonvalot, com a maior nota da competição feminina nas esquerdas de North Narrabeen, 8,67.

A canadense venceu a primeira etapa do Challenger Series 2024 na Gold Coast e segue defendendo a liderança do ranking, ainda ameaçada pelas australianas Sally Fitzgibbons e Isabella NicholsErin Brooks vai enfrentar a californiana Alyssa Spencer na segunda bateria, após o duelo entre a francesa Vahine Fierro e a surfista do País Basco, Nadia Erostarbe. Na chave de baixo, estão a australiana Sally Fitzgibbons contra a americana Bella Kenworthy na terceira bateria e outra australiana, Isabella Nichols, disputando a última vaga para as semifinais com a portuguesa Yolanda Hopkins.

Sally Fitzgibbons (Photo by Matt Dunbar/World Surf League)

TRANSMISSÃO AO VIVO – O GWM Sydney Surf Pro apresentado por Bonsoy tem prazo até quinta-feira para fechar a segunda etapa do Challenger Series 2024, mas deve terminar nesta segunda-feira. O evento acontece com patrocínios da GWM, Destination NSW, Bonsoy, Northern Beaches Council, NRMA, Vaikobi, Boost Mobile, Coopers, Oakberry, Bioglan, Bailey Ladders, Bond University, Weatherguard e é transmitido ao vivo da Austrália pelo WorldSurfLeague.com.

QUARTAS DE FINAL DO GWM SYDNEY SURF PRO:

CATEGORIA MASCULINA – 5.o lugar com US$ 3.500 e 4.745 pontos:
1.a: Miguel Pupo (BRA) x Ian Gouveia (BRA)
2.a: Samuel Pupo (BRA) x Alejo Muniz (BRA)
3.a: Eli Hanneman (HAV) x Jordan Lawler (AUS)
4.a: Taro Watanabe (EUA) x Gatien Delahaye (FRA)

CATEGORIA FEMININA – 5.o lugar com US$ 3.500 e 4.745 pontos:
1.a: Vahine Fierro (FRA) x Nadia Erostarbe (ESP)
2.a: Erin Brooks (CAN) x Alyssa Spencer (EUA)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Bella Kenworthy (EUA)
4.a: Isabella Nichols (AUS) x Yolanda Hopkins (POR)

RESULTADOS DO DOMINGO EM NORTH NARRABEEN:

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 2.500 e 3.320 pontos:
1.a: Ian Gouveia (BRA) 11,66 x 11,50 Jordy Maree (AFR)
2.a: Miguel Pupo (BRA) 10,93 x 9,26 George Pittar (AUS)
3.a: Alejo Muniz (BRA) 13,60 x 13,34 Alister Reginato (AUS)
4.a: Samuel Pupo (BRA) 13,83 x 9,80 Dimitri Poulos (EUA)
5.a: Eli Hanneman (HAV) 16,06 x 9,93 Joan Duru (FRA)
6.a: Jordan Lawler (AUS) 13,60 x 12,24 Levi Slawson (EUA)
7.a: Taro Watanabe (EUA) 9,67 x 8,23 Kade Matson (EUA)
8.a: Gatien Delahaye (FRA) 12,10 x 10,64 Caio Ibelli (BRA)

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 2.500 e 3.320 pontos:
1.a: Vahine Fierro (FRA) 12,37 x 11,17 Nikki Van Dijk (AUS)
2.a: Nadia Erostarbe (ESP) 13,83 x 7,06 Zoe Benedetto (EUA)
3.a: Alyssa Spencer (EUA) 13,56 x 13,00 Kirra Pinkerton (EUA)
4.a: Erin Brooks (CAN) 14,67 x 12,17 Teresa Bonvalot (POR)
5.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 16,10 x 10,44 Bronte Macaulay (AUS)
6.a: Bella Kenworthy (EUA) 10,67 x 10,17 Macy Callaghan (AUS)
7.a: Yolanda Hopkins (POR) 13,03 x 7,00 Keala Tomoda-Bannert (HAV)
8.a: Isabella Nichols (AUS) 9,66 x 5,90 India Robinson (AUS)

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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com


SOBRE A WORLD SURF LEAGUE: A World Surf League (WSL) é a casa do surf competitivo no planeta, coroando campeões mundiais desde 1976, apresentando os melhores surfistas do mundo. A WSL supervisiona o cenário competitivo global do surf e estabelece o padrão para o desempenho de alta performance no ambiente mais dinâmico de todos os esportes. Com um firme compromisso com os seus valores, a WSL prioriza a proteção do oceano, a igualdade de gêneros e a rica herança do esporte, ao mesmo tempo que destaca a progressão e a inovação.Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com.


 

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