Fiji Pro retorna com altas ondas e quatro brasileiros se classificam
By João Carvalho | 15 de junho de 2016 | noticias
Previsões confirmadas e o swell entrou forte na quarta-feira, bombando altas ondas de 6-8 pés em Cloudbreak para a continuação do Fiji Pro na ilha de Tavarua. A terceira fase vinha sendo adiada desde terça-feira da semana passada e começou com Gabriel Medina surfando os primeiros tubaços do dia, mandando até um aéreo na saída de um deles. Mais três brasileiros ganharam suas baterias e terão duas chances de classificação para as quartas de final em Fiji, o também campeão mundial Adriano de Souza, Wiggolly Dantas e Jadson André, que pela primeira vez conseguiu vencer um duelo potiguar com Italo Ferreira depois de quatro eliminações em etapas do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour.
Campeão do Fiji Pro em 2014, mesmo ano em que se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial, Gabriel Medina deu o primeiro show do dia, passando fácil pelo australiano Matt Banting por uma larga vantagem de 14,50 a 4,33 pontos. Ele foi em várias ondas e surfou os melhores tubos que entraram na bateria, completando um deles com um aéreo full rotation muito alto, sendo o único a fazer isso na quarta-feira em Cloudbreak.
“Foi uma boa onda. O aéreo foi bom, mas o tubo não era muito profundo, então acho que por isso a nota não foi mais alta”, disse Gabriel Medina, que venceu somando notas 7,33 e 7,17. “Mas, estou feliz porque surfei um monte de tubos e a bateria foi bem divertida. As ondas finalmente voltaram depois de todos esses dias e estou muito feliz por estar aqui competindo e classificado para a próxima fase”.
Medina agora vai disputar a primeira vaga direta para as quartas de final do Fiji Pro com o taitiano Michel Bourez e o havaiano Dusty Payne, que levou a melhor sobre Filipe Toledo na bateria disputada numa hora difícil do mar, encerrada com um baixo placar de 7,20 a 6,50 pontos. Mas, as ondas voltaram a bombar na disputa seguinte, para Kelly Slater dar o segundo show do dia contra Jordy Smith. O onze vezes campeão mundial, com seus 44 anos de idade e quatro vitórias em Fiji no currículo, derrotou o sul-africano por 16,56 a 11,66 com as notas 8,73 e 7,83 dos melhores tubos que surfou.
Aí o mar deu uma parada de novo, logo quando começou uma série de três baterias seguidas com brasileiros. A mais fraca foi a do Wiggolly Dantas com Conner Coffin. O paulista de Ubatuba só achou um tubo e o norte-americano vencia até cometer um erro fatal no final, indo numa onda que a prioridade de surfar era do brasileiro. Como penalidade, só computou sua maior nota – 6,83 – e Wiggolly acabou ganhando a vitória de presente porque tinha apenas 6,94 pontos, somando o 5,17 da única onda que surfou com 1,77.
Na bateria seguinte, o atual campeão mundial Adriano de Souza também competiu numa condição difícil do mar, mas iniciou bem com um tubo na primeira onda que valeu 6,17. O havaiano Keanu Asing não conseguia achar nenhum e Mineirinho também tentou vários que não rodaram. Mas, de tanto insistir, foi premiado com uma onda da série que deu para surfar dois tubos para ganhar a maior nota do dia até ali, 9,10. Com ela, confirmou a vitória por 15,27 a 11,00 pontos sobre o havaiano.
“Eu estou procurando focar nas ondas boas e tentando melhorar minhas técnicas para surfar bem aqui em Cloudbreak”, disse Adriano de Souza. “Eu ainda vou ficar mais uma semana aqui para melhorar cada vez mais. Para mim, é um grande aprendizado ver caras como o Kelly (Slater) e vou precisar vir à Fiji mais uns dez anos para ter a técnica dele aqui. Mas, estou fazendo o melhor que posso e fiquei feliz em passar para a próxima rodada”.
DUELO POTIGUAR – Completando a série de baterias envolvendo brasileiros, mais um duelo potiguar do invicto Italo Ferreira nas quatro vezes que enfrentou Jadson André em baterias eliminatórias do CT no ano passado. Uma delas na mesma terceira fase em Fiji. Italo agora era o vice-líder do ranking, enquanto Jadson chegou em Fiji em 34.o lugar, depois da contusão sofrida na etapa de Bells Beach, na Austrália. Ele já tinha surfado bons tubos para derrotar o campeão mundial Gabriel Medina na primeira fase e repetiu a dose contra Italo Ferreira. O surfista de Baía Formosa chegou até a tirar a maior nota da bateria (9,0), mas não conseguiu superar os 14,50 pontos das duas melhores ondas do natalense Jadson, que acabou com o tabu em Fiji.
“Foi uma bateria incrível para mim”, vibrou Jadson André. “Eu acho que o Italo (Ferreira) é o cara que mais me venceu nos últimos anos, mas eu comecei bem a bateria com duas boas notas para ganhar dele dessa vez. Eu acabei errando até, pegando uma onda ruim que eu caí e deixando uma bomba para ele tirar aquele 9,0. Mas, no final eu usei a minha prioridade (de escolha da próxima onda) por 7 minutos para não deixar ele surfar, porque eu sei o quanto perigoso ele é. Estou feliz, porque faz tempo que eu não chego na quarta fase”.
DESPEDIDA ESPETACULAR – Com a eliminação de Italo Ferreira em 13.o lugar, apenas um surfista pode tirar de Matt Wilkinson a lycra amarela do Jeep WSL Leader em Fiji, o havaiano John John Florence. E ele venceu a considerada melhor bateria do ano no Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2016, que marcou a despedida de Taj Burrow do Circuito Mundial em alto estilo. Os dois surfaram tubos incríveis, enormes, na melhor hora do mar em Cloudbreak, com ambos ultrapassando a barreira dos 18 pontos de 20 possíveis.
O havaiano largou na frente com nota 8,17, mas o australiano parecia estar abençoado e assumiu a ponta com o 8,00 e 9,20 que recebeu nos tubaços que surfou em duas ondas seguidas. John John também pega um muito profundo, desaparece na cortina d´água e ressurge para ganhar nota 9,43. Mas, Burrow responde com 8,60 e se mantém na frente. Os dois ainda surfam outros canudos que valeram 8,13 para o havaiano e 7,33 para o australiano, que acabaram descartados. E ainda entrou uma última série com mais dois tubos sensacionais que decidiu tudo. Os juízes deram nota 9,33 para o do John John, 9,40 para Burrow e o placar terminou com uma pequena diferença de 18,76 a 18,60 pontos para o havaiano.
Os dois saíram do mar afirmando ter sido essa uma das melhores baterias das suas carreiras. “Ainda mais com o Taj (Burrow) na última dele antes de deixar o circuito foi uma das coisas mais legais da minha vida”, complementou John John Florence. “É muito especial competir contra o Taj por tudo que ele contribuiu para o surfe. Eu assisto ele fazendo aéreos e ganhando campeonatos desde que eu era criança e foi uma bateria incrível. Estou muito feliz”.
“Essa foi uma das melhores baterias da minha vida”, disse também o agora aposentado das competições, Taj Burrow. “Toda vez que eu saia do jet-ski, entrava uma onda perfeita e eu estava lá no lugar certo. Eu não poderia desejar uma maneira melhor para encerrar minha carreira. As ondas estavam exatamente como eu gostaria de surfar e com alguém que sempre empurra o seu nível para cima. Estes foram os doze melhores dias da minha vida. Foi tudo perfeito e me sinto agora como se tivesse vencido o evento e o título mundial. Estou muito feliz e quero agradecer a todos que me apoiaram nessa longa estrada de 18 anos no Circuito Mundial”.
JEEP WSL LEADER – Com a vitória na despedida espetacular de Taj Burrow, John John Florence segue vivo na briga pela lycra amarela do Jeep WSL Leader em Fiji. Mas, sua única chance de conseguir isso agora é vencer o campeonato e o líder Matt Wilkinson não ganhar mais nenhuma bateria em Cloudbreak. Isto porque o australiano passou pelo catarinense Alejo Muniz no duelo que fechou a terceira fase e a quarta-feira na ilha de Tavarua. O brasileiro começou melhor com uma nota 6,67, mas não achou mais nada para somar e Wilkinson garantiu a vitória por 13,93 pontos com o 5,43 e 8,50 que recebeu em suas duas últimas ondas.
No confronto anterior, aconteceu a mesma coisa para o paulista Miguel Pupo. Ele largou na frente com um bom tubo 7,50, porém não conseguiu outro e teve que computar uma nota baixa, 2,43. O australiano Adrian Buchan também só surfou um tubo bom que valeu 7,87, mas teve uma segunda nota maior para vencer por 13,54 a 9,93 pontos. Pupo, Alejo Muniz, Filipe Toledo e Italo Ferreira, que já perdeu a segunda posição no ranking para John John Florence, terminaram em 13.o lugar no Fiji Pro, marcando apenas 1.750 pontos no ranking.
QUARTAS DE FINAL – Já os vencedores dos duelos da terceira fase na quarta-feira, garantiram um mínimo de 4.000 pontos e ainda ganharam duas chances de classificação para as quartas de final. A primeira é nas baterias de três competidores que garantem passagem direta para os vencedores. E a segunda para os perdedores, é nos confrontos homem a homem da quinta fase. A primeira vaga direta para as quartas de final será disputada por Gabriel Medina, Michel Bourez e Dusty Payne.
Outros dois brasileiros vão enfrentar a fera Kelly Slater na segunda bateria desta quarta fase, o campeão mundial Adriano de Souza e Wiggolly Dantas. Na terceira, Jadson André enfrenta o tricampeão mundial Mick Fanning e mais um australiano, Josh Kerr. E os dois surfistas que brigam pela dianteira na corrida do título mundial em Fiji, o líder Matt Wilkinson e John John Florence, vão disputar a última vaga direta para as quartas de final com Adrian Buchan.
Mais informações, vídeos das baterias, fotos e todos os resultados do Fiji Pro podem ser acessados no www.worldsurfleague.com que também está transmitindo ao vivo o quinto desafio dos melhores surfistas do mundo no Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. A primeira chamada para a quarta fase será as 7h30 da quinta-feira em Fiji, 16h30 da quarta-feira pelo fuso horário de Brasília.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A missão da Liga Mundial de Surf é inspirar uma mudança positiva para o surf, nossos fãs, e para o meio ambiente. Antes denominada Association of Surfing Professionals, a WSL tem promovido os principais campeonatos de surf desde 1976, decidindo os campeões mundiais no Samsung Galaxy WSL Championship Tour masculino e feminino, o Big Wave Tour, o Qualifying Series, o Junior, o Longboard e produzindo eventos como o WSL Big Wave Awards. A WSL possui um profundo apreço pelo passado do esporte, promovendo ao mesmo tempo o desenvolvimento, inovação e desempenho no mais alto nível. Nós colocamos os melhores surfistas do mundo nas melhores ondas do mundo.
Exibindo o melhor do surf em sua plataforma digital através da worldsurfleague.com, a WSL tem energizado sua legião de fãs apaixonados com milhões de novos fãs pelo mundo, todos sintonizados acompanhando ao vivo as grandes estrelas do surf mundial, como Kelly Slater, Filipe Toledo, Gabriel Medina, Adriano de Souza, Makua Rothman, Grant “Twiggy” Baker, Greg Long, Stephanie Gilmore, John John Florence, Carissa Moore, entre outros, competindo no ambiente mais dinâmico e imprevisível de todos os esportes.
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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QUARTA FASE DO FIJI PRO – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:
1.a: Gabriel Medina (BRA), Michel Bourez (TAH), Dusty Payne (HAV)
2.a: Adriano de Souza (BRA), Kelly Slater (EUA), Wiggolly Dantas (BRA)
3.a: Mick Fanning (AUS), Josh Kerr (AUS), Jadson André (BRA)
4.a: Matt Wilkinson (AUS), John John Florence (HAV), Adrian Buchan (AUS)
TERCEIRA FASE – Derrota=17.o lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500 de prêmio:
1.a: Gabriel Medina (BRA) 14.50 x 4.33 Matt Banting (AUS)
2.a: Michel Bourez (TAH) 7.67 x 5.46 Kanoa Igarashi (EUA)
3.a: Dusty Payne (HAV) 7.20 x 6.50 Filipe Toledo (BRA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 16.56 x 11.66 Jordy Smith (AFR)
5.a: Wiggolly Dantas (BRA) 6.94 x 6.83 Conner Coffin (EUA)
6.a: Adriano de Souza (BRA) 15.27 x 11.00 Keanu Asing (HAV)
7.a: Jadson André (BRA) 14.50 x 13.73 Italo Ferreira (BRA)
8.a: Josh Kerr (AUS) 14.26 x 12.73 Jeremy Flores (FRA)
9.a: Mick Fanning (AUS) 13.40 x 9.17 Adam Melling (AUS)
10: John John Florence (HAV) 18.76 x 18.60 Taj Burrow (AUS)
11: Adrian Buchan (AUS) 13.54 x 9.93 Miguel Pupo (BRA)
12: Matt Wilkinson (AUS) 13.93 x 8.50 Alejo Muniz (BRA)
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