Francês William Aliotti é o campeão do Maui and Sons Arica Pro Tour

By João Carvalho | 22 de julho de 2016 | noticias

Com um tubo fantástico que valeu a única nota 10 do ano nas ondas desafiadoras de El Gringo, William Aliotti conquistou a primeira vitória da França nas sete edições do QS 1500 Maui and Sons Arica Pro Tour no Chile. A bateria final foi eletrizante. O australiano Dean Bowen também surfou ótimos tubos na sexta-feira e quase consegue virar o resultado no último minuto, mas os 10.000 dólares e os 1.500 pontos no ranking mundial do WSL Qualifying Series ficaram mesmo com o francês, no placar encerrado em 17,50 a 15,00 pontos. Os peruanos Alonso Correa e Tomas Tudela perderam nas semifinais e dividiram o terceiro lugar no show de tubos da etapa mais antiga do calendário da WSL South America.

Foto: Rodrigo Farias (Agua Sagrada)
Foto: Rodrigo Farias (Agua Sagrada)

“Eu estava me sentindo superbem na final, só curtindo cada momento, porque as ondas estavam incríveis”, disse William Aliotti. “Eu vi o Dean (Bowen) pegar umas boas também, então eu sabia que ia ser uma bateria bem disputada. Arica é um lugar fantástico, as ondas estão sempre grandes e bastante fortes com altos tubos muito consistentes em qualquer tipo de swell (ondulação). As pessoas aqui são demais, muito amáveis, a comida é deliciosa e me diverti muito. Com certeza quero voltar nos próximos anos”.

Esta foi a primeira vez que William Aliotti esteve no Chile, que certamente ficará marcado na sua vida com a primeira vitória importante no Circuito Mundial: “As ondas estavam muito boas todos os dias e é por isso que venho para esse tipo de evento. Tentei ir aumentando minhas notas a cada bateria e finalmente consegui um dez na final. Eu estava muito profundo no tubo, então precisei acelerar muito, tive que passar da espuma, tinha umas partes quase fechando, então quando eu saí, eu sabia que ia ser uma nota boa e fiquei muito feliz pelo dez”.

O francês falou mais de Arica e do seu planejamento para o restante da temporada, já que essa foi apenas a primeira etapa que ele participou esse ano: “Eu cheguei antes aqui em Arica e peguei um swell grande, então sabia que a onda tinha potencial para um bom campeonato. Vim dirigindo desde Santiago e parando para surfar pelo caminho. Eu quero continuar competindo em ondas de qualidade como essas. Esse é o meu primeiro evento do ano porque não queria surfar em ondas ruins, somente em condições incríveis como aqui, mas devo participar de algumas etapas na Europa ainda esse ano”. 

William Aliotti (Foto: Pablo Jimenez)
William Aliotti (Foto: Pablo Jimenez)

DECISÃO DO TÍTULO – A grande final foi iniciada ao meio-dia e as primeiras ondas surfadas pelos dois competidores fecharam rápido. O mar estava difícil, as ondas baixaram para 4-6 pés e ficaram ainda mais perigosas, quebrando muito próximas da bancada de pedras. Mas, El Gringo nunca falha e os tubos apareceram para o último espetáculo do Maui and Sons Arica Pro Tour. William Aliotti conseguiu uma melhor sintonia com as séries e surfou três tubos seguidos. O primeiro valeu 7,5, o segundo 7,07 e o terceiro foi o mais perfeito de todo o campeonato na avaliação dos juízes, que deram nota 10 unânime para o francês totalizar 17,50 pontos.

O australiano Dean Bowen também surfou um tubaço nota 9,17 e ficou precisando de 8,34 pontos para vencer. No último minuto, ele dropou dentro de um canudo incrível, foi acelerando, passando as sessões e, quando ia sair com o spray, acabou se chocando com o fotógrafo do evento. Ele até poderia conseguir a virada se completasse o tubo, mas não teve como trocar o 5,83 da sua segunda nota computada e terminou como vice-campeão, recebendo 5.000 dólares e 1.125 pontos para o ranking mundial do WSL Qualifying Series.

“Foi um campeonato incrível e a final também”, disse Dean Bowen. “Já faz um tempão que eu e o William (Aliotti) somos amigos e a gente estava conversando no outside. Eu tentei pegar as maiores ondas das séries e ficar o mais profundo possível, mas eu não saí de alguns tubos. Eu consegui sair daquela onda louca no final, mas eu estava tão rápido que perdi o controle e caí. A visão que eu tive no tubo foi espetacular e nunca mais vou esquecer dessa final. Não ganhei, mas estou amarradão porque foi show de surfe”.

Dean Bowen (Foto: Pablo Jimenez)
Dean Bowen (Foto: Pablo Jimenez)

Sobre o que pretende fazer do seu futuro, Dean Bowen respondeu: “Eu adoraria continuar competindo nos eventos do QS. Fiquei alguns anos sem participar, só treinando e melhorando a minha performance, mas agora estou achando um bom ritmo e gostaria de competir em um outro evento grande. Eu vim aqui para Arica porque meus amigos Owen Wright e Anthony Walsh (campeão no Chile em 2012), me disseram que era o tipo de evento que eu poderia me dar bem e eles estavam certos (risos). Eu queria mostrar que sou um bom tube-rider e as ondas daqui me deram essa oportunidade”.

RANKING QS – Este foi o primeiro campeonato que William Aliotti disputou esse ano e o francês já aparece em 150.o lugar na classificação geral das 29 etapas do WSL Qualifying Series completadas no Chile. Dean Bowen tinha participado de oito provas na Austrália, Indonésia e Japão, mas o vice-campeonato no Maui and Sons Arica Pro Tour foi o seu melhor resultado na temporada. Ele entraria no grupo dos top-100 se vencesse o campeonato, mas ficou em segundo e subiu de 202 para 119 no ranking. O único que entrou na lista dos 100 primeiros colocados foi o peruano Alonso Correa, que estava em 118.o e foi para a 86.a posição com o terceiro lugar no Desafio de Arica.

“As ondas estão mais difíceis do que pareciam aqui de fora”, disse Alonso Correa. “Hoje (sexta-feira), estão um pouco menores e quebrando bem em cima das pedras, mas ainda tem ondas muito boas. Estou feliz com meu desempenho, pois foi um ótimo resultado para mim. Eu queria ter chegado na final, mas o (Dean) Bowen e o (William) Aliotti surfaram bem no evento inteiro, então parabéns para eles”.

Alonso Correa (Foto: Rodrigo Farias - Agua Sagrada)
Alonso Correa (Foto: Rodrigo Farias – Agua Sagrada)

Alonso abriu a sexta-feira vencendo o duelo peruano das quartas de final contra Martin Jeri. Depois foi barrado pelo campeão William Aliotti numa bateria fraca de ondas. O francês só surfou uma e foi um tubaço que valeu nota 9,70 e garantiu a segunda vaga na grande final. Na bateria anterior, El Gringo bombou altas ondas e o australiano Dean Bowen comandou o espetáculo surfando tubos incríveis para tirar notas 9,00, 8,77 e 8,00 nas três primeiras ondas que pegou. O peruano Tomas Tudela também surfou bem, conseguindo quatro notas na casa dos 7 pontos, mas acabou eliminado pelo maior placar do campeonato, 17,77 a 15,27 pontos.

SUL-AMERICANO – O QS 1500 Maui and Sons Arica Pro Tour foi a terceira etapa do WSL Qualifying Series realizada na América do Sul esse ano, todas valendo 1.000 pontos para o ranking regional da WSL South America. O resultado no Chile não alterou os ponteiros na corrida pelo título de campeão sul-americano da temporada, com o argentino Leandro Usuna permanecendo em primeiro lugar, seguido pelos brasileiros Flavio Nakagima em segundo e Bino Lopes em terceiro. Já o peruano Alonso Correa assumiu a quarta colocação ao chegar nas semifinais em El Gringo, com o brasileiro Marcos Correa fechando o grupo dos top-5 do ranking da WSL South America.

FINAL GRINGA – Esta foi apenas a segunda vez em sete anos de história do Maui and Sons Arica Pro Tour, que nenhum sul-americano decidiu o título de campeão nos tubos de El Gringo. A outra foi em 2012, quando o australiano Anthony Walsh derrotou o havaiano Eala Stewart na grande final. A primeira edição em 2009 foi encerrada com uma decisão peruana vencida por Gabriel Villarán. Em 2010 não teve o campeonato. Em 2011, ele terminou com uma final chilena e Guillermo Satt foi o campeão. Em 2013, Alvaro Malpartida conquistou a segunda vitória do Peru e em 2014 Jessé Mendes ganhou o único título do Brasil. No ano passado, as finais foram canceladas por causa das condições extremas e muito perigosas do mar no último dia e agora a França entra na Galeria dos Campeões do Desafio de Arica com William Aliotti.

Mais informações, fotos e vídeos do QS 1500 Maui and Sons Arica Pro Tour podem ser acessadas no www.worldsurfleague.com que transmitiu a competição ao vivo do Chile.

William Aliotti e Dean Bowen (Foto: Rodrigo Farias)
William Aliotti e Dean Bowen (Foto: Rodrigo Farias)

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.

Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com

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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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CAMPEÕES DAS SETE EDIÇÕES DO MUNDIAL DE ARICA NO CHILE:

2016: William Aliotti (FRA) no QS 1500 Maui and Sons Arica Pro Tour – 2.o-Dean Bowen (AUS)

2015: QS 1500 Maui and Sons Arica World Star – finais canceladas no mar storm do último dia

2014: Jessé Mendes (BRA) no 3-Star Maui and Sons Arica World Star – 2.o-Marco Giorgi (URU)

2013: Alvaro Malpartida (PER) no 3-Star Maui and Sons World Star – 2.o-Anthony Walsh (AUS)

2012: Anthony Walsh (AUS) no 3-Star Maui and Sons Arica World Star – 2.o-Eala Stewart (HAV)

2011: Guillermo Satt (CHL) no 3-Star Arica World Star Tour – 2.o-Camilo Hernandez (CHL)

2009: Gabriel Villarán (PER) no 3-Star Rusty Arica Pro Challenge – 2.o-Alvaro Malpartida (PER)

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO QS 1500 MAUI AND SONS ARICA PRO TOUR:

Campeão: William Aliotti (FRA) por 17,50 pontos (10,00+7,50) – US$ 10.000 e 1.500 pontos no QS

Vice-campeão: Dean Bowen (AUS) com 15,00 pontos (notas 9,17+5,83) – US$ 5.000 e 1.125 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 840 pontos no QS e US$ 2.250 de prêmio:

1.a: Dean Bowen (AUS) 17.77 x 15.27 Tomas Tudela (PER)

2.a: William Aliotti (FRA) 11.63 x 5.76 Alonso Correa (PER)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 630 pontos no QS e US$ 1.100 de prêmio:

————-baterias que fecharam a quinta-feira:

1.a: Tomas Tudela (PER) 11.67 x 11.53 Lucas Chianca (BRA)

2.a: Dean Bowen (AUS) 8.50 x 7.73 Manuel Selman (CHL)

————-baterias que abriram a sexta-feira:

3.a: Alonso Correa (PER) 13.04 x 12.60 Martin Jeri (PER)

4.a: William Aliotti (FRA) 15.96 x 9.16 Alvaro Malpartida (PER)

TOP-10 DO RANKING SUL-AMERICANO DA WSL SOUTH AMERICA – 3 etapas:

1.o: Leandro Usuna (ARG) – 1.610 pontos

2.o: Flavio Nakagima (BRA) – 1.465

3.o: Bino Lopes (BRA) – 1.000

4.o: Alonso Correa (PER) – 960

5.o: Marcos Correa (BRA) – 945

6.o: Marco Fernandez (BRA) – 750

7.o: Lucas Chianca (BRA) – 725

8.o: David do Carmo (BRA) – 700

9.o: Joaquin Del Castillo (PER) – 620

9.o: Samuel Igo (BRA) – 620

9.o: Yage Araujo (BRA) – 620

G-10 DO WSL QUALIFYING SERIES – 29 etapas:

1.o: Leonardo Fioravanti (ITA) – 17.530 pontos

2.o: Connor O´Leary (AUS) – 14.700

3.o: Joan Duru (FRA) – 13.040

4.o: Deivid Silva (BRA) – 11.530

5.o: Ezekiel Lau (HAV) – 10.120

6.o: Ethan Ewing (AUS) – 9.100

7.o: Dion Atkinson (AUS) – 9.050

8.o: Evan Geiselman (EUA) – 8.900

9.o: Cooper Chapman (AUS) – 8.260

10: Patrick Gudauskas (EUA) – 7.990

———-sul-americanos até 100.o lugar:

13: Bino Lopes (BRA) – 6.810 pontos

22: Jessé Mendes (BRA) – 5.700

23: Krystian Kymerson (BRA) – 5.675

25: Santiago Muniz (ARG) – 5.505

26: Tomas Hermes (BRA) – 5.420

29: Victor Bernardo (BRA) – 4.680

30: Michael Rodrigues (BRA) – 4.650

33: Marco Fernandez (BRA) – 4.430

34: Hizunomê Bettero (BRA) – 4.360

36: David do Carmo (BRA) – 4.300

39: Marco Giorgi (URU) – 4.180

42: Heitor Alves (BRA) – 4.085

55: Robson Santos (BRA) – 3.470

56: Willian Cardoso (BRA) – 3.425

58: Leandro Usuna (ARG) – 3.345

64: Thiago Camarão (BRA) – 3.200

65: Ian Gouveia (BRA) – 3.180

68: Messias Felix (BRA) – 3.110

73: Flavio Nakagima (BRA) – 2.940

74: Rafael Teixeira (BRA) – 2.925

83: Miguel Tudela (PER) – 2.740

86: Alonso Correa (PER) – 2.680

90: Luel Felipe (BRA) – 2.580

90: Lucas Silveira (BRA) – 2.580

 

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