Kelly Slater conquista sua quinta vitória no Billabong Pro Tahiti
By João Carvalho | 24 de agosto de 2016 | noticias
O onze vezes campeão mundial Kelly Slater deu mais um show nos tubos de Teahupoo e aumentou para cinco o seu recorde de títulos conquistados em sete finais na etapa mais desafiadora do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. Ele fez uma bateria perfeita computando duas notas 10 em sua primeira apresentação na terça-feira de ondas fantásticas de 5-7 pés, tirou outro 10 contra Bruno Santos nas quartas de final e totalizou 19,67 pontos de 20 possíveis na decisão contra John John Florence. O havaiano garantiu a liderança no Jeep WSL Ranking nas semifinais, quando venceu por 19,66 a 19,23 um duelo sensacional com Gabriel Medina, que também surfou um tubaço nota 10 nesta bateria.
O último dia do Billabong Pro Tahiti foi marcado por grandes performances dos melhores surfistas do mundo, com os dois finalistas surfando mais de trinta tubos em Teahupoo. Slater já tinha vencido o maior desafio da Liga Mundial de Surf em 2000, 2003, 2005, 2011 e agora conquista a 55.a etapa da sua carreira. Com os 10.000 pontos recebidos no Taiti, o maior ídolo do esporte saltou da 19.a para a oitava posição no Jeep Leaderboard. Já o havaiano John John Florence tirou a lycra amarela do australiano Matt Wilkinson e Gabriel Medina permaneceu em terceiro lugar. Somente os três vão novamente brigar pela ponta na próxima etapa, o Hurley Pro Trestles, de 7 a 18 de setembro em San Clemente, na Califórnia, Estados Unidos.
“Quando olho para trás, vejo que essa foi uma das melhores vitórias que já tive”, disse Kelly Slater. “Fazer uma final com o John John (Florence) é um sonho para mim. Não é nenhum segredo que estou na reta final da minha carreira. O John John e o Gabriel (Medina) estão vindo agora e esses caras são dois monstros. O John John é um grande surfista, então quero ver quantas baterias posso fazer com ele aqui, onde ele e o Gabriel são os favoritos. Este é um momento muito especial para mim e estou muito feliz por tudo que aconteceu hoje aqui”.
Depois de um péssimo início de temporada, vencendo apenas uma bateria nas três etapas da “perna australiana” da World Surf League, Slater nem quis vir ao Brasil, cancelando sua participação no Oi Rio Pro em cima da hora. Depois, foi até as semifinais do Fiji Pro, onde foi barrado pelo campeão do evento, Gabriel Medina, chegou nas quartas de final do J-Bay Open na África do Sul e agora volta a vencer uma final contra John John Florence como na última etapa que tinha conquistado em 2013, no Billabong Pipe Masters do Havaí.
“Hoje (terça-feira) deu tudo certo para mim”, continuou Slater. “Eu estava no lugar certo para pegar as ondas certas e totalmente relaxado o tempo todo. Se eu perdesse essa final para o John John, não teria nenhum problema para mim. Eu estava encarando cada bateria como um bônus. Eu estava vindo de dois anos historicamente muito ruins, então qualquer coisa que acontecesse aqui hoje ia ser bom para mim”.
A grande final reuniu duas grandes estrelas do CT. Florence foi rápido para largar na frente com uma nota 8,0 em sua primeira onda, mas Slater respondeu com um quase perfeito 9,77. Logo Kelly pega outro tubo incrível, muito profundo, que valeu 9,17, deixando o havaiano em uma situação de combinação, precisando trocar suas duas notas nos dez minutos finais. No entanto, Slater continuou a aumentar sua pontuação com um fenomenal 9,90 para confirmar a vitória por 19,67 a 15,23 pontos.
BATERIA PERFEITA – Ele já tinha começado muito bem a terça-feira, postando o máximo de 20 pontos com duas notas 10 contra o havaiano Keanu Asing no segundo confronto do dia. Esta foi apenas a nona vez que aconteceu uma bateria perfeita em 40 anos de Circuito Mundial e a terceira conseguida por Slater. Uma delas foi nos mesmos tubos de Teahupoo, em plena final contra o também norte-americano Damien Hobgood em 2005.
“O primeiro 10 foi definitivamente um tubo mais difícil e o segundo foi um bem maior e mais perfeito, um tubo clássico aqui de Teahupoo”, disse Slater, depois de vencer Keanu Asing na quinta fase. “Eu realmente fiquei em dúvida se eles (juízes) iriam dar um 10 no segundo tubo, pois o primeiro tinha sido muito mais difícil de completar. Uma bateria perfeita não vai acontecer muitas vezes na sua vida, então fiquei amarradão por ter repetido isso aqui”.
PRÊMIO ANDY IRONS – Slater depois ainda surfou outro tubo nota 10 contra Bruno Santos nas quartas de final, quando vingou a derrota sofrida para o niteroiense na quarta fase. Ele também recebeu o prêmio “Andy Irons Most Committed Performance Award”, oferecido ao surfista de maior destaque no Billabong Pro Tahiti. Antes dele, os vencedores deste prêmio foram o francês Jeremy Flores (2011), o brasileiro Ricardo dos Santos (2012), o próprio John John Florence (2013), o australiano Owen Wright (2014) e o americano C. J. Hobgood (2015).
“Estou feliz porque tenho buscado esse prêmio há anos”, confessou Slater. “O Andy (Irons) certamente deve estar amarradão por eu ter ganho. A última vez que eu surfei contra o Andy foi aqui em Teahupoo e ele ganhou o evento. Foi a sua última vitória e eu perdi para ele nas semifinais. Foi uma bateria muito especial para mim e esse prêmio é muito especial. Não vejo a hora de colocar esse troféu na minha casa. É como seu eu tivesse vencido o campeonato já”.
NOVO LÍDER – O vice-campeonato de John John Florence é o melhor resultado do havaiano em Teahupoo e valeu a lycra amarela de número 1 do Jeep WSL Leader, que ele vai usar na próxima etapa em Lower Trestles. No caminho para chegar na grande final na terça-feira, Florence derrotou Joel Parkinson na quinta fase, depois o também australiano Julian Wilson e Gabriel Medina em outra bateria fantástica do último dia do Billabong Pro Tahiti.
“Estou super feliz por ser o líder do Jeep Ranking”, disse John John Florence. “Mas, neste momento, é apenas uma lycra amarela, pois o que conta mesmo é no final do ano e ainda há um longo caminho até lá. Certamente, vou trabalhar bastante para ficar com ela até o fim”.
CONFRONTO DIRETO – A primeira posição no Jeep Leaderboard foi disputada num confronto direto com Gabriel Medina, que pelo terceiro ano consecutivo chegou nas semifinais do Billabong Pro Tahiti. Ele venceu esta etapa em 2014, quando conquistou o título mundial, foi vice-campeão na final contra o francês Jeremy Flores no ano passado e agora terminou em terceiro lugar. Foi uma bateria impressionante, certamente uma das melhores do campeonato esse ano, com os dois surfando sete tubos excelentes com notas acima de 9,0.
O havaiano liderou a disputa com 18,44 pontos contra 17,46 de Medina, mas o brasileiro desafiou Florence saindo de um tubo monstruoso que arrancou nota 10 dos juízes nos 10 minutos finais. A pressão ficou para John John, que passou a precisar de 9,31 para vencer. O havaiano usou sua prioridade de escolha da próxima onda para surfar um tubaço quando restavam apenas quatro minutos e recuperou a liderança com um 9,93. E ele ainda pegou outro que valeu 9,73 para selar a vitória por um incrível placar de 19,56 a 19,23 pontos.
“Foi uma bateria muito divertida”, disse Gabriel Medina. “O John John (Florence) é sempre muito difícil de bater em qualquer lugar. Nós dois surfamos ondas incríveis, mas hoje era o dia dele. Estou feliz pelo resultado e já estou ansioso para competir em Trestles”.
Antes de enfrentar John John Florence, Medina ganhou o duelo brasileiro da quinta fase contra o potiguar Jadson André e depois também não deu qualquer chance para o australiano Josh Kerr nas quartas de final. Ele permaneceu em terceiro lugar no Jeep Leaderboard, mas diminuiu a diferença para o ex-líder, Matt Wilkinson, para apenas 300 pontos. Ultrapassaria o australiano se passasse para a final, mas segue na disputa direta pelo título mundial deste ano.
MUDANÇAS NO RANKING – Além de Slater, quem também subiu bastante no ranking foi o australiano Adrian Buchan, que terminou empatado em terceiro lugar no Billabong Pro Tahiti com Gabriel Medina. Com os 6.500 pontos recebidos, Buchan saltou da 11.a para a quarta posição no Jeep Leaderboard, antes ocupada pelo atual campeão mundial Adriano de Souza. O australiano Julian Wilson e o sul-africano Jordy Smith também ultrapassaram Mineirinho, que não passou nenhuma bateria em Teahupoo esse ano e caiu para o sétimo lugar na classificação geral das sete etapas completadas no Taiti.
Outros brasileiros que também perderam posições no ranking por terem ficado em último lugar no Billabong Pro Tahiti foram os paulistas Caio Ibelli (de 12.o para 16.o), Filipe Toledo (13.o para 17.o) e Wiggolly Dantas (14.o para 18.o). Já Miguel Pupo permaneceu em 22.o, fechando o grupo dos 22 que são mantidos na elite dos top-34 da World Surf League para disputar o título mundial do ano que vem. Entre os integrantes da atual “seleção brasileira”, continuam foram da zona de classificação o catarinense Alejo Muniz (26.o), o potiguar Jadson André (28.o) e o paulista Alex Ribeiro (38.o).
O Billabong Pro Tahiti foi transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com com divulgação também dos parceiros de mídia da World Surf League: ESPN, Globosat e Sportv no Brasil, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BILLABONG PRO TAHITI:
Campeão: Kelly Slater (EUA) por 19.67 pontos (notas 9.90+9.77) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: John John Florence (HAV) com 15.23 pontos (8.00+7.23) – US$ 50.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 25.000 de prêmio:
1.a: Kelly Slater (EUA) 18.40 x 16.10 Adrian Buchan (AUS)
2.a: John John Florence (HAV) 19.56 x 19.23 Gabriel Medina (BRA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500 de prêmio:
1.a: Adrian Buchan (AUS) 18.16 x 16.00 Kolohe Andino (EUA)
2.a: Kelly Slater (EUA) 19.27 x 17.43 Bruno Santos (BRA)
3.a: Gabriel Medina (BRA) 17.90 x 13.40 Josh Kerr (AUS)
4.a: John John Florence (HAV) 17.34 x 16.60 Julian Wilson (AUS)
QUINTA FASE – 9.o lugar com 4.000 pontos e US$ 12.750 de prêmio:
1.a: Adrian Buchan (AUS) 16.77 x 12.60 Jordy Smith (AFR)
2.a: Kelly Slater (EUA) 20.00 x 14.70 Keanu Asing (HAV)
3.a: Gabriel Medina (BRA) 15.43 x 14.33 Jadson André (BRA)
4.a: John John Florence (HAV) 18.30 x 15.90 Joel Parkinson (AUS)
TOP-22 DO JEEP WSL RANKING – após a sétima etapa no Taiti:
1.o: John John Florence (HAV) – 39.900 pontos
2.o: Matt Wilkinson (AUS) – 36.000
3.o: Gabriel Medina (BRA) – 35.700
4.o: Adrian Buchan (AUS) – 26.200
5.o: Julian Wilson (AUS) – 25.200
5.o: Jordy Smith (AFR) – 25.200
7.o: Adriano de Souza (BRA) – 24.900
8.o: Kelly Slater (EUA) – 24.450
9.o: Italo Ferreira (BRA) – 24.000
10: Mick Fanning (AUS) – 23.450
11: Kolohe Andino (EUA) – 21.650
12: Sebastian Zietz (HAV) – 21.500
13: Michel Bourez (TAH) – 21.200
14: Josh Kerr (AUS) – 20.200
14: Joel Parkinson (AUS) – 20.200
16: Caio Ibelli (BRA) – 19.950
17: Filipe Toledo (BRA) – 18.950
18: Wiggolly Dantas (BRA) – 18.900
19: Nat Young (EUA) – 16.650
20: Dusty Payne (HAV) – 14.950
21: Kanoa Igarashi (EUA) – 14.500
22: Miguel Pupo (BRA) – 13.200
22: Adam Melling (AUS) – 13.200
——–outros brasileiros no ranking:
26: Alejo Muniz (SC) – 12.000 pontos
28: Jadson André (RN) – 11.750
37: Bruno Santos (RJ) – 5.200
38: Alex Ribeiro (SP) – 4.750
42: Deivid Silva (SP) – 1.750
42: Marco Fernandez (BA) – 1.750
42: Lucas Silveira (RJ) – 1.750
46: Bino Lopes (BA) – 500
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