Yago Dora e Gabriel Medina são o Brasil nas quartas de final do SHISEIDO Tahiti Pro

By João Carvalho | 15 de agosto de 2023 | noticias, principal

TEAHUPO´O, Tahiti (Terça-feira, 15 de agosto de 2023) – As previsões se confirmaram e Teahupo´o bombou altos tubos de 6-8 pés na terça-feira, para definir as quartas de final do SHISEIDO Tahiti Pro apresentado por Outerknown. Foi um dia tenso, com duelos decisivos na disputa por vagas no grupo dos top-5 do ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023 e para as Olimpíadas de Paris 2024. Yago Dora e Gabriel Medina brigam nas duas frentes de batalha e vão enfrentar os recordistas do dia, o australiano Jack Robinson e o havaiano John John Florence, respectivamente. A previsão é iniciar as quartas de final as 7h00 da quarta-feira no Taiti, 14h00 no Brasil, ao vivo pelo Sportv e WorldSurfLeague.com.

O catarinense Yago Dora foi o primeiro a se classificar e com uma virada espetacular no último minuto da bateria contra o Rei de Teahupo´o, Kelly Slater. Ambos surfaram bons tubos desde o início e Yago precisava avançar, para seguir defendendo sua posição entre os top-5 do ranking, ainda ameaçada por quatro surfistas. Kelly estava na frente com notas 7,33 e 6,93, contra 6,50 e 5,50 do brasileiro. Mas, no final entrou uma onda que Yago já dropou dentro do tubo, sumiu lá dentro e saiu na baforada com os braços abertos. Os juízes deram nota 8,00, que virou o placar para 14,50 a 14,26 pontos do recordista com cinco vitórias na etapa do CT no Taiti.

“A bateria foi sinistra. O Kelly (Slater), todo mundo sabe que é o Rei nessa onda, é o cara a ser batido, então era uma bateria muito difícil”, disse Yago Dora. “Ele começou muito forte e eu tive que lutar até o final. Teve momentos que eu até parei de acreditar, mas lutei até o fim e consegui pegar aquela última onda. Quando surfei a onda, sabia que eu ia virar, que tinha sido um tubo longo, difícil, então fiquei esperando a nota, mas ao mesmo tempo não pareceu real quando eu virei. Estou feliz demais, bateria muito importante e já estou ansioso pro próximo rounde”.

Yago Dora (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

Os dois já haviam estreado juntos no SHISEIDO Tahiti Pro na sexta-feira, quando Yago Dora mandou Kelly Slater para a repescagem. E no ano passado, eles se enfrentaram nas quartas de final, com Slater derrotando Yago, igualmente por uma pequena vantagem de 14,77 a 14,10 pontos. Com a passagem para as quartas de final, Yago Dora obriga Gabriel Medina, John John Florence e Jack Robinson, a chegarem na final e Leonardo Fioravanti a vencer o campeonato, para ultrapassar os 41.610 pontos que ele já totalizou no ranking.

E os quatro também passaram pelas oitavas de final na terça-feira. O italiano Leonardo Fioravanti derrotou o sul-africano Jordy Smith antes do Yago e vai abrir as quartas de final com o taitiano Kauli Vaast. E depois do Yago, Jack Robinson fez novos recordes no SHISEIDO Tahiti Pro, surfando um tubaço que valeu nota 9,40 e atingiu 16,40 pontos contra o também australiano Liam O´Brien. Os dois são treinados pelo pai do Yago, Leandro Dora, fazem parte da mesma equipe e terão um confronto direto por vaga nos top-5, na segunda quarta de final.

Os outros que seguem nessa batalha fecharam a terça-feira e vão disputar a última classificação para as semifinais. O tricampeão mundial Gabriel Medina vai fazer um verdadeiro clássico do esporte com o bicampeão John John Florence. Medina também surfou um lindo tubo que recebeu nota 8,17, para vencer fácil ao havaiano Seth Moniz, por 14,17 a 8,77 pontos. Este duelo foi uma reedição da semifinal de 2019, quando Medina chegou em sua quinta final nos tubos de Teahupo´o, a terceira consecutivamente.

Gabriel Medina (Foto: Matt Dunbar/World Surf League)

MEDINA 14 X 6 JOHN JOHN – Já o John John deu um verdadeiro espetáculo na melhor apresentação do SHISEIDO Tahiti Pro esse ano. Ele estabeleceu novos recordes no campeonato, somando as notas 9,57 e 8,07 das últimas ondas que surfou, na vitória por 17,64 a 10,43 pontos sobre o indonésio Rio Waida. Diferente do Gabriel Medina, o havaiano ainda não tem vitória nos tubos de Teahupo´o. Ele só decidiu o título uma vez em 2016, quando perdeu para Kelly Slater, mas chegou na final passando por Medina nas semifinais.

Só que o brasileiro tem ampla vantagem em baterias disputadas contra o havaiano em etapas do CT. Contando com as de três surfistas da primeira fase e os duelos homem a homem, eles se enfrentaram 20 vezes em 17 etapas e o placar está em 14 a 6 para Gabriel Medina. A última derrota para John John Florence foi na decisão do Billabong Pipe Masters em 2021. Depois disso, o brasileiro superou o havaiano duas vezes esse ano, na primeira fase nos mesmos tubos de Pipeline e no Surf Ranch.

ÚNICA COMBINAÇÃO – Outros três brasileiros competiram na terça-feira e acabaram sendo eliminados. Um deles foi o atual campeão mundial e líder do ranking, Filipe Toledo, com o taitiano Mihimana Braye surfando dois tubaços que valeram 8,50 e 7,00. Os outros caíram na repescagem, Caio Ibelli e João Chianca, que está em quarto no ranking e também perdeu para um surfista local, Kauli Vaast, vice-campeão na final contra Miguel Pupo no ano passado.

João Chianca (Foto: Beatriz Ryder/World Surf League)

“Eu estava pronto para enfrentar qualquer coisa, mas sabia que as condições (do mar) estavam bem complicadas e que precisava fazer o meu melhor. Só que chega num ponto que é você contra a Natureza e, mesmo assim, não fiz minha parte”, lamentou João Chianca. “Eu tenho muito amor por esse lugar e acho que esse resultado não reflete o trabalho que tenho feito aqui. Agora vem a parte obscura da competição que eu não gosto, que é ficar torcendo contra os amigos e adversários. Na verdade, só queria estar com minha família agora”.

João Chumbinho permanece em quarto lugar no ranking e agora fica esperando que não aconteça a única combinação de resultados que pode lhe tirar do grupo dos top-5. Ele só não irá disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals e brigar pela última vaga da World Surf League para as Olimpíadas de Paris 2024, se Gabriel Medina ou John John Florence vencerem o SHISEIDO Tahiti Pro, com Yago Dora sendo o vice-campeão na final.

OLIMPÍADAS DE PARIS – O segundo nome do time brasileiro é o único que ainda falta definir na lista dos 10 indicados pela WSL, para disputar medalhas nas Olimpíadas nos mesmos tubos de Teahupo´o no ano que vem. Filipe Toledo já estava com sua vaga garantida, assim como o australiano Ethan Ewing, o norte-americano Griffin Colapinto, o havaiano John John Florence e o italiano Leonardo Fioravanti. Outros quatro foram confirmados na terça-feira, três deles ainda nas baterias da repescagem que abriram o dia.

Filipe Toledo primeiro garantido nos top-5 e nas Olimpíadas (Foto: @WSL / Beatriz Ryder)

O primeiro foi o australiano Jack Robinson, quando Ryan Callinan perdeu para Kelly Slater e Connor O´Leary para Seth Moniz. Os outros foram o japonês Kanoa Igarashi e o sul-africano Jordy Smith, com a derrota do seu compatriota Matthew McGillivray. O indonésio Rio Waida derrotou Kanoa e poderia se classificar se passasse por John John Florence nas oitavas de final. Só que perdeu, então o sul-africano Matthew McGillivray ficou com a nona vaga pelo ranking do CT. A décima é a do Brasil, que poderá ser definida somente no Rip Curl WSL Finals, caso três brasileiros terminem entre os top-5 no Taiti.

CENÁRIO DA DISPUTA PELAS DUAS ÚLTIMAS VAGAS NOS TOP-5:

João Chianca permanece em quarto no ranking e só sai dos top-5 com uma única combinação de resultados no Taiti, se o Gabriel Medina ou o John John Florence vencerem o campeonato, com Yago Dora sendo o vice-campeão na final

Yago Dora confirma seu nome nos top-5 se chegar na final em Teahupo´o, independentemente dos resultados dos outros quatro concorrentes pela última vaga

– se o Yago perder nas quartas de final, Gabriel Medina, John John Florence ou Jack Robinson têm que chegar na final para tira-lo dos top-5 e o Leonardo Fioravanti só se vencer o campeonato

– se o Yago derrotar Jack Robinson e passar para as semifinais, Medina segue precisando chegar na final para ultrapassa-lo, enquanto John John já necessitaria da vitória e o Leonardo sai da briga

– se acontecer uma final com o Jack Robinson e o Gabriel Medina ou o John John Florence, o campeão fica com a vaga do Yago Dora nos top-5

John John Florence bateu todos os recordes (Foto: @WSL / Matt Dunbar)

VAGA FEMININA – Na categoria feminina, só falta definir uma vaga no grupo das top-5 e a única que ainda pode tirar a quinta posição da norte-americana Caitlin Simmers, é a australiana Stephanie Gilmore. Mas, a única chance de isso acontecer, é a Caitlin perder para a australiana Molly Picklum nas quartas de final e a Stephanie vencer o campeonato. O primeiro desafio da octacampeã mundial é contra a californiana Caroline Marks na segunda quarta de final, depois Stephanie tem que passar pelas semifinais e ainda ganhar a decisão do título.

O SHISEIDO Tahiti Pro apresentado por Outerknown é realizado com patrocínios da Shiseido, Outerknown, Tahiti Government, Red Bull, Oakberry, Mophie, Surfline, True Surf, Air Tahiti, Vini, Polynesie 1, Chery, Fédération Tahitienne de Surf e Sports de la Polynésie Française. Todas as etapas do World Surf League Championship Tour 2023 são transmitidas ao vivo pelo SporTV e Globoplay e pelo WorldSurfLeague.com, Aplicativo e canal da WSL no YouTube.  

QUARTAS DE FINAL DO SHISEIDO TAHITI PRO:

CATEGORIA FEMININA – 5.o lugar com US$ 20.000 e 4.745 pts:
1.a: Tyler Wright (AUS) x Tatiana Weston-Webb (BRA)
2.a: Caroline Marks (EUA) x Stephanie Gilmore (AUS)
3.a: Carissa Moore (HAV) x Vahine Fierro (FRA)
4.a: Molly Picklum (AUS) x Caitlin Simmers (EUA)

CATEGORIA MASCULINA – 5.o lugar com US$ 20.000 e 4.745 pts:
1.a: Leonardo Fioravanti (ITA) x Kauli Vaast (FRA)
2.a: Yago Dora (BRA) x Jack Robinson (AUS)
3.a: Barron Mamiya (HAV) x Mihimana Braye (TAH)
4.a: Gabriel Medina (BRA) x John John Florence (HAV)

RESULTADOS DA TERÇA-FEIRA EM TEAHUPO´O:

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 13.500 e 3.320 pts:
1.a: Kauli Vaast (FRA) 10,84 x 5,93 Griffin Colapinto (EUA)
2.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 12,84 x 6,83 Jordy Smith (AFR)
3.a: Yago Dora (BRA) 14,50 x 14,26 Kelly Slater (EUA)
4.a: Jack Robinson (AUS) 16,40 x 12,03 Liam O´Brien (AUS)
5.a: Mihimana Braye (TAH) 15,50 x 5,73 Filipe Toledo (BRA)
6.a: Barron Mamiya (HAV) 14,50 x 12,37 Ian Gentil (HAV)
7.a: Gabriel Medina (BRA) 14,17 x 8,77 Seth Moniz (HAV)
8.a: John John Florence (HAV) 17,64 x 10,43 Rio Waida (IDN)

REPESCAGEM – 17.o lugar com US$ 12.125 e 1.330 pts:
1.a: Griffin Colapinto (EUA) 10,16 x 8,66 Matahi Drollet (TAH)
2.a: Rio Waida (IDN) 10,07 x 7,50 Kanoa Igarashi (JPN)
3.a: Kauli Vaast (FRA) 13,00 x 4,90 João Chianca (BRA)
4.a: Barron Mamiya (HAV) 9,83 x 3,70 Callum Robson (AUS)
5.a: Kelly Slater (EUA) 14,27 x 12,50 Ryan Callinan (AUS)
6.a: Ian Gentil (HAV) 8,00 x 3,17 Matthew McGillivray (AFR)
7.a: Seth Moniz (HAV) 12,23 x 9,66 Connor O´Leary (AUS)
8.a: Liam O´Brien (AUS) 11,00 x 10,84 Caio Ibelli (BRA)

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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com


SOBRE A WORLD SURF LEAGUE: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.

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