Medina e Filipe com nota 10 já estão nas quartas de final na França
By João Carvalho | 8 de outubro de 2016 | noticias
Com um aéreo espetacular que ganhou nota 10 unânime dos juízes, Filipe Toledo conseguiu a única pontuação que precisava para vencer uma das melhores baterias do ano no Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour. O número 1 do Jeep WSL Leader, John John Florence, tinha 18,47 pontos com notas acima de nove em dois aéreos, mas Filipe surfou um tubaço que valeu 8,5 e garantiu a virada para 18,50 com a nota máxima no final. Foi um verdadeiro show de tubos e aéreos nas ondas de 4-6 pés do sábado de praia lotada em Les Culs Nus. Na bateria seguinte, Gabriel Medina ganhou a terceira vaga direta para as quartas de final e segue com chance de assumir a ponta do ranking se vencer o Quiksilver Pro France.
“Estou amarradão por chegar nas quartas de final mais uma vez aqui. A França é especial para mim e sempre entro confiante para competir aqui”, disse Gabriel Medina. “Eu tenho ficado um pouco nervoso antes de cada bateria, mas quando estou lá fora (no mar), tudo caminha do meu jeito. Eu amo o apoio do público que tenho aqui, todo mundo vem para a praia para torcer e esse apoio certamente dá mais energia para tentar mostrar um bom surfe para eles”.
Medina já tem duas vitórias em Hossegor, a primeira da sua carreira no CT em 2011 e no ano passado. Mas, além da obrigação de ser campeão da etapa francesa, Medina só tira a lycra amarela do havaiano se ele não passar para as semifinais, o que lhe garante a dianteira na corrida do título mundial nesta reta final da temporada. E os brasileiros agora podem ajudar Medina na França, pois John John vai enfrentar o atual campeão mundial Adriano de Souza na quinta fase e o vencedor será o adversário de Filipe Toledo nas quartas de final.
Já o de Gabriel Medina sairá do duelo do outro brasileiro, Caio Ibelli, com o australiano Julian Wilson. Caio ficou em segundo lugar na bateria vencida por Medina e Mineirinho perdeu para o australiano Matt Banting o confronto que abriu a quarta fase. O sábado foi o dia mais longo de competição da etapa francesa, com vinte baterias disputadas em boas ondas de 4-5 pés em Les Culs Nus, com direitas e esquerdas abrindo tubos e paredes para as manobras de borda e aéreas também, que arrancaram as maiores notas dos juízes.
A praia ficou lotada durante todo o dia e o público foi premiado com um show dos melhores surfistas do mundo. E a melhor bateria, sem dúvidas, foi a da virada com nota 10 de Filipe Toledo. John John Florence já começou forte, botando pra dentro de um tubo para largar na frente com 7,33. O australiano Stu Kennedy foi o primeiro a arriscar os aéreos e chegou a liderar, mas logo o havaiano pega outro tubo de backside nas esquerdas de Les Culs Nus para se manter em primeiro com nota 7,67. Com ela, já abria 9,67 pontos de vantagem sobre Filipe Toledo e só restavam 15 minutos para o término da bateria.
Filipe permanece nas direitas e pega um bom tubo, fica entocado lá dentro, mas ele fecha a porta de saída. O havaiano pega a seguinte e voa num aéreo de frontside, aterrissando de rabeta na onda para receber 9,07 e totalizar 16,74 pontos. O brasileiro então vai para as esquerdas e pega um tubaço muito profundo, consegue sair limpo dessa vez e sai da “combination” com nota 8,50. Passa a precisar de 8,25 para a vitória nos 6 minutos finais. Só que John John impressiona mais uma vez em outro aéreo rodando muito alto de backside numa esquerda. Foi melhor do que o outro e ganha nota 9,40, praticamente garantindo a vitória com um recorde de 18,47 pontos para o Quiksilver Pro France.
Mas, Filipe Toledo ainda acha uma esquerda abrindo a parede, pega um pouco de velocidade e voa num aéreo rodando muito mais alto do que o do havaiano, com maior amplitude e completando a rotação na aterrisagem, com o bico da prancha virado para a praia. Nem demorou muito para ser divulgada a nota 10 unânime dos cinco juízes, a primeira deste ano na “perna europeia” da World Surf League. Filipe surfou um tubo melhor do que os dois do havaiano e também completou o aéreo mais perfeito do que os dois dele para virar para 18,50 a 18,47 o placar de uma das baterias mais fantásticas da história do Circuito Mundial.
“Eu nem sabia quanto precisava, só sabia que era uma nota alta, pois tinha acabado de ouvir que o John John (Florence) tinha recebido um 9,40 e eu tinha um 8,50”, disse Filipe Toledo. “Em uma bateria contra o John John e o Stuart (Kennedy), você tem que arriscar porque eles estavam arrebentando durante o evento todo. Esta quarta fase é boa para você tentar alguns aéreos grandes e outras coisas loucas. Essa esquerda veio perfeita para mim e foi incrível bater o John assim, com um dez, além de ir direto para as quartas de final também”.
Depois do show de tubos e aéreos de Filipe e John John, o mar deu uma acalmada na bateria do vice-lider do ranking, Gabriel Medina. Mas, ele aproveitou as chances que teve para mostrar o seu surfe moderno, com manobras progressivas sempre atacando o crítico das ondas, para vencer o também paulista Caio Ibelli e o californiano Kolohe Andino por 14,27 pontos. Medina é um dos dois únicos surfistas que não perderam nenhuma bateria no Quiksilver Pro France esse ano. O outro é o australiano Kai Otton, que barrou o ex-líder do ranking, Matt Wilkinson, na terceira fase e conquistou a última vaga direta para as quartas de final.
A primeira foi disputada por Adriano de Souza, que tinha sido o primeiro brasileiro a vencer baterias no sábado em Hossegor, despachando o americano Conner Coffin no segundo duelo da terceira fase. Mineirinho liderou o confronto que abriu a quarta fase até os minutos finais, quando foi ultrapassado pelo havaiano Keanu Asing e pelo australiano Matt Banting, que venceu a bateria e pela primeira vez passou para as quartas de final em dois anos na elite da World Surf League. O atual campeão mundial tem outra chance de classificação, mas será contra o líder na corrida do título, John John Florence.
“Para mim, esse ano foi um pouco difícil, com muita acontecendo fora do surfe”, disse Adriano de Souza. “Eu acho que todos os campeões mundiais têm esse mesmo desafio e eu nunca tinha sido campeão antes, então realmente não sabia como lidar com isso direito. Mesmo que eu esteja fora da corrida do título esse ano, eu tenho que continuar tentando fazer o meu melhor sempre nas competições. Agora estou torcendo para o Gabriel Medina ser campeão de novo, ou melhor, todo o meu país está torcendo por ele”.
TERCEIRA FASE – Além dos quatro que seguem na disputa do título do Quiksilver Pro, outros três competiram no sábado de praia lotada em Hossegor, mas ficaram na terceira fase. O primeiro a cair foi o potiguar Italo Ferreira, que perdeu por 9,16 a 8,80 uma bateria fraca de ondas contra o australiano Matt Banting. Ela aconteceu entre as vitórias de Adriano de Souza sobre Conner Coffin e de Filipe Toledo já usando os aéreos contra o australiano Davey Cathels, que o tinha derrotado na primeira fase.
Depois vieram as vitórias de Gabriel Medina sobre o italiano Leonardo Fioravanti por 13,34 a 12,90 pontos e do Caio Ibelli contra o norte-americano Kanoa Igarashi por 12,23 a 10,90 no duelo seguinte. Foram as últimas do Brasil na terceira fase. O catarinense Alejo Muniz cometeu alguns erros contra o australiano Julian Wilson e perdeu por 15,43 a 10,93. E o havaiano Sebastian Zietz pegou as melhores ondas que entraram na bateria contra o paulista Miguel Pupo, para vencer por 15,67 a 12,66 pontos. Os eliminados nessa terceira fase ficaram em 13.o lugar no Quiksilver Pro, marcando 1.750 pontos no ranking e recebendo 10.500 dólares de prêmio.
ROXY PRO FRANCE – Diferente dos outros dias, as meninas abriram o sábado da etapa francesa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour em Hossegor. Elas disputaram a primeira rodada classificatória para as quartas de final do Roxy Pro e as líderes do ranking garantiram suas vagas. A número 1 do Jeep WSL Ranking, Tyler Wright, derrotou a também australiana Laura Enever e a americana Sage Erickson por 11,37 pontos. E a vice-líder, Courtney Conlogue, só precisou de 10,30 para superar as australianas Sally Fitzgibbons e Nikki Van Dijk, que terão outra chance na quarta fase.
As melhores do dia entre as meninas foram a hexacampeã mundial Stephanie Gilmore e Tatiana Weston-Webb. A havaiana totalizou 14,00 pontos para vencer a primeira bateria do dia, contra a francesa Johanne Defay e a havaiana Alessa Quizon. Já a australiana deu um show na disputa pela última vaga direta para as quartas de final. Stephanie atingiu 17,37 pontos de 20 possíveis contra a tricampeã mundial Carissa Moore e a também havaiana Coco Ho.
O Quiksilver Pro France e o Roxy Pro France estão sendo transmitidos ao vivo de Hossegor pelo www.worldsurfleague.com com divulgação também dos parceiros de mídia da World Surf League: ESPN, Globosat e Sportv no Brasil, Fox Sports da Austrália, CBS Sports dos Estados Unidos, Edgesport, Sky NZ, Canal + Deportes, Channel Nine, MCS, Starhub e Oceanic Time Warner Cable 250 & 1250 no Havaí.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Samsung Galaxy Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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QUARTAS DE FINAL DO QUIKSILVER PRO – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500:
1.a: Matt Banting (AUS) x vencedor da 1.a bateria da Quinta Fase
2.a: Filipe Toledo (BRA) x vencedor da 2.a bateria da Quinta Fase
3.a: Gabriel Medina (BRA) x vencedor da 3.a bateria da Quinta Fase
4.a: Kai Otton (AUS) x vencedor da 4.a bateria da Quinta Fase
QUINTA FASE – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar com 4.000 pontos e US$ 12.750:
1.a: Stu Kennedy (AUS) x Keanu Asing (HAV)
2.a: John John Florence (HAV) x Adriano de Souza (BRA)
3.a: Julian Wilson (AUS) x Caio Ibelli (BRA)
4.a: Kolohe Andino (EUA) x Sebastian Zietz (HAV)
QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:
1.a: 1-Matt Banting (AUS)=14.43, 2-Keanu Asing (HAV)=13.76, 3-Adriano de Souza (BRA)=13.53
2.a: 1-Filipe Toledo (BRA)=18.50, 2-John John Florence (HAV)=18.47, 3-Stu Kennedy (AUS)=12.03
3.a: 1-Gabriel Medina (BRA)=14.17, 2-Caio Ibelli (BRA)=9.13, 3-Kolohe Andino (EUA)=8.74
4.a: 1-Kai Otton (AUS)=15.50, 2-Sebastian Zietz (HAV)=6.30, 3-Julian Wilson (AUS)=2.33
TERCEIRA FASE – Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500:
1.a: Keanu Asing (HAV) 14.50 x 11.40 Adrian Buchan (AUS)
2.a: Adriano de Souza (BRA) 14.50 x 12.80 Conner Coffin (EUA)
3.a: Matt Banting (AUS) 9.16 x 8.80 Italo Ferreira (BRA)
4.a: Filipe Toledo (BRA) 15.93 x 14.53 Davey Cathels (AUS)
5.a: Stu Kennedy (AUS) 11.06 x 10.76 Nat Young (EUA)
6.a: John John Florence (HAV) 16.80 x 15.50 Ryan Callinan (AUS)
7.a: Gabriel Medina (BRA) 13.34 x 12.90 Leonardo Fioravanti (ITA)
8.a: Caio Ibelli (BRA) 12.23 x 10.90 Kanoa Igarashi (EUA)
9.a: Kolohe Andino (EUA) 14.93 x 8.83 Jack Freestone (AUS)
10: Julian Wilson (AUS) 15.43 x 10.93 Alejo Muniz (BRA)
11: Sebastian Zietz (HAV) 15.67 x 12.66 Miguel Pupo (BRA)
12: Kai Otton (AUS) 12.60 x 10.43 Matt Wilkinson (AUS)
QUARTAS DE FINAL DO ROXY PRO – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 13.250:
1.a: Tatiana Weston-Webb (HAV) x vencedora da 1.a bateria da Quarta Fase
2.a: Tyler Wright (AUS) x vencedora da 2.a bateria da Quarta Fase
3.a: Courtney Conlogue (EUA) x vencedora da 3.a bateria da Quarta Fase
4.a: Stephanie Gilmore (AUS) x vencedora da 4.a bateria da Quarta Fase
QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar com 3.300 pontos e US$ 10.500:
1.a: Johanne Defay (FRA) x Sage Erickson (EUA)
2.a:, Laura Enever (AUS) x Alessa Quizon (HAV)
3.a: Nikki Van Dijk (AUS) x Coco Ho (HAV)
4.a: Carissa Moore (HAV) x Sally Fitzgibbons (AUS)
TERCEIRA FASE – Vitória=Quartas de Final / 2.a e 3.a=Quarta Fase:
1.a: 1-Tatiana Weston-Webb (HAV)=14.00, 2-Johanne Defay (FRA)=11.00, 3-Alessa Quizon (HAV)=9.53
2.a: 1-Tyler Wright (AUS)=11.37, 2-Laura Enever (AUS)=10.10, 3-Sage Erickson (EUA)=8.46
3.a: 1-Courtney Conlogue (EUA)=10.30, 2-Nikki Van Dijk (AUS)=10.14, 3-Sally Fitzgibbons (AUS)=6.10
4.a: 1-Stephanie Gilmore (AUS)=17.37, 2-Carissa Moore (HAV)=12.66, 3-Coco Ho (HAV)=12.64
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