Medina e Italo disputam as quartas de final na Austrália
By João Carvalho | 18 de março de 2017 | noticias
O campeão mundial Gabriel Medina mostrou estar recuperado da torção no joelho e foi o destaque do sábado de mar mexido e ondas difíceis em Snapper Rocks, na Gold Coast, Austrália. Ele fez um novo recorde de 19,00 pontos para o Quiksilver Pro na bateria brasileira com o pernambucano Ian Gouveia na terceira fase. Depois, derrotou os americanos Kelly Slater e Conner Coffin e no domingo vai voltar a duelar com o eneacampeão mundial nas quartas de final. Já Italo Ferreira perdeu para o campeão mundial John John Florence, mas aproveitou a segunda chance de classificação e vai enfrentar o havaiano de novo na Austrália.
O sábado amanheceu com boas condições em Snapper Rocks, até o vento ficar mais forte e acabar com a formação das ondas de 3-5 pés, deixando o mar mexido e difícil de competir. A bateria entre Gabriel Medina e Ian Gouveia que fechou a terceira fase era cercada de expectativas, pois dois dias antes o campeão mundial saiu mancando do mar após torcer o joelho direito na volta de um aéreo. Mas, ele mostrou estar bem logo na primeira onda que surfou, manobrando forte de backside nas direitas de Snapper para abrir a bateria com nota 8,83.
Sem usar os aéreos para preservar o joelho, Medina surfou mais duas ondas seguidas com o mesmo ataque feroz, massacrando a onda com batidas explosivas e fortes rasgadas sempre levantando grandes leques de água. Na primeira, um dos cinco juízes chegou a dar nota 10 para ele e a média ficou em 9,80. E na outra, recebeu 9,20 para atingir incríveis 19,00 pontos de 20 possíveis. O estreante na elite, Ian Gouveia, também surfou bem e ganhou duas notas na casa dos 7 pontos para totalizar 14,56, terminando em 13.o lugar no Quiksilver Pro Gold Coast.
“Estou muito feliz por ter conseguido surfar bem e quero agradecer aos médicos da WSL que me ajudaram bastante aqui”, disse Gabriel Medina. “Esta manhã eu entrei no mar e não consegui surfar porque sentia dores ainda. Pensei até que minha temporada tinha acabado. Mas, os médicos cuidaram de mim e competi normalmente. O joelho não está 100%, mas estou procurando não pensar muito nele e fiquei feliz porque consegui achar boas ondas nas duas baterias que disputei, então espero que continue assim”.
Ele voltou ao mar três baterias depois para disputar a última vaga direta para as quartas de final, quando as ondas já estavam bem mais mexidas e difíceis de achar as melhores. Mas, Medina pegou uma que abriu a parede para ele fazer uma série de manobras potentes e arrancar outra nota 8,83 dos juízes. Ela garantiu a vitória por 15,76 pontos, contra 12,07 da fera Kelly Slater e 11,17 do também norte-americano Conner Coffin.
PARALISAÇÃO – Após essa bateria, a comissão técnica decidiu dar uma parada na competição e a segunda rodada classificatória para as quartas de final só foi iniciada as 13h30 na Austrália. O vento tinha dado uma acalmada, mas o mar continuava mexido e difícil de competir. Antes da paralisação, o também campeão mundial Adriano de Souza tinha perdido para o defensor do título do Quiksilver Pro Gold Coast, Matt Wilkinson, a bateria que abriu a quinta fase. E o nota 10, Italo Ferreira, foi derrotado pelo campeão mundial John John Florence.
Os dois brasileiros ainda tinham uma segunda chance de classificação e Adriano de Souza não conseguiu achar boas ondas no duelo de campeões mundiais com o local de Snapper Rocks, Joel Parkinson. Os dois já decidiram o título do Quiksilver Pro em 2009 nos tubos de Kirra Point e o australiano usou o seu grande conhecimento do pico para surfar duas boas ondas nos 10 minutos finais que renderam notas na casa dos 8 pontos para vencer por 17,23 a 12,43. Com isso, um duelo australiano vai abrir as quartas de final, com Parkinson enfrentando o atual campeão da etapa da Gold Coast, Matt Wilkinson.
“Nestas condições, a seleção de ondas é fundamental”, destacou Joel Parkinson. “Esse é o pior vento aqui para Snapper e você tem que ter um pouco de sorte também. Estavam entrando apenas duas ou três ondas boas em cada bateria e felizmente eu consegui duas para vencer o Adriano (de Souza), que é sempre um competidor muito difícil de bater. Estou empolgado por ter conseguido ganhar dele e avançado para o último dia”.
SEGUNDA CHANCE – O potiguar Italo Ferreira entrou no confronto seguinte e, assim como Gabriel Medina, não usou o aéreo que lhe deu a primeira nota 10 do World Surf League Championship Tour 2017. O potiguar de Baía Formosa aproveitou a segunda chance de classificação despachando o vice-campeão do Quiksilver Pro no ano passado com a força das suas manobras de backside nas partes mais críticas das ondas. O californiano Kolohe Andino preferiu tentar os aéreos para superar o brasileiro, mas não conseguiu completar as manobras e Italo venceu por 12,80 a 10,56 pontos.
“Estou muito feliz por ter avançado mais uma bateria, mas as condições (do mar) estão bem difíceis”, ressaltou Italo Ferreira. “Graças a Deus deu tudo certo, eu consegui pegar umas ondas legais para executar boas manobras nas partes mais difíceis para vencer o Kolohe (Andino). Agora é pensar nas quartas de final e ir pra cima com tudo de novo para tentar avançar ainda mais na competição”.
CAMPEÃO MUNDIAL – O potiguar agora terá uma nova chance de ser o primeiro a carimbar a faixa do campeão mundial John John Florence na segunda quarta de final. O australiano Mikey Wright chegou perto disso na sexta-feira, mas o havaiano acabou virando o resultado na onda que surfou no último minuto desse duelo pela terceira fase. No sábado, John John disputou a segunda classificatória para as quartas de final e completou os aéreos para ganhar também por pouco de Italo Ferreira. O placar entre eles ficou em 14,17 a 13,10 pontos e o australiano Joel Parkinson também foi mandado para a repescagem em último lugar.
“O vento veio momentos antes da bateria e ficou soprando forte nas faces das ondas, dificultando bastante para surfar”, disse John John Florence. “Ficou realmente difícil de encontrar ondas que abrissem mais para fazer as manobras que eu gostaria de fazer. Baterias sem eliminação são sempre boas para você arriscar e estou muito feliz por acertar os aéreos e passar direto para as quartas de final, sem ter que competir de novo hoje (sábado)”.
MEDINA X SLATER – No último confronto masculino do sábado, Kelly Slater barrou o vice-campeão mundial Jordy Smith na disputa pela vaga para enfrentar Gabriel Medina na bateria que vai fechar as quartas de final no domingo decisivo do Quiksilver Pro. O eneacampeão mundial apresentou sua variedade de manobras nas condições difíceis do mar e foi recompensado com duas notas na casa dos 7 pontos para derrotar o sul-africano por 14,70 a 13,30 pontos.
“Eu confio no meu surfe e atualmente estou procurando competir mais relaxado”, disse Kelly Slater. “Na bateria contra o Gabriel (Medina), eu não consegui entrar no ritmo que eu queria, pois gostaria de estar na frente quando ele tinha a prioridade (de escolha da próxima onda). Eu sou da Flórida e esse vento Nordeste de hoje (sábado) aqui lembra um pouco de Cocoa Beach, então competi normalmente. Foi ótimo surfar contra o Jordy (Smith). Ele é um dos meus favoritos no circuito e tem tudo para ser campeão mundial”.
MENINAS FECHAM O DIA – Depois das treze baterias que definiram os finalistas do Quiksilver Pro, as meninas fecharam o sábado disputando as últimas vagas para as quartas de final do Roxy Pro em Snapper Rocks. Foram batalhas duríssimas, de alto nível técnico, encerradas por pequenas diferenças. A australiana Nikki Van Dijk ganhou a briga pela vaga para enfrentar a francesa Johanne Defay na primeira quarta de final, derrotando a havaiana Coco Ho por 15,67 a 14,94 pontos. Na segunda bateria, o resultado foi ainda mais apertado, com a americana Lakey Peterson despachando a havaiana Tatiana Weston-Webb por 13,43 a 13,17. Lakey será a adversária da atual campeã mundial, Tyler Wright, nas quartas de final.
Diferente das duas primeiras baterias, na terceira a experiente Sally Fitzgibbons não deu qualquer chance para a estreante na elite desse ano, Bronte Macaulay. Sally ganhou por uma larga vantagem de 16,50 a 11,83 pontos e terá outro duelo australiano pela frente, contra Keely Andrew. E a última disputa por vagas nas semifinais no domingo será entre duas campeãs mundiais, a havaiana Carissa Moore e a australiana Stephanie Gilmore, que venceu o confronto mais difícil das meninas no sábado.
A vice-campeã mundial nos dois últimos anos, Courtney Conlogue, abriu a bateria surfando uma onda de forma incrível, atacando cada espaço com manobras explosivas para largar na frente com nota 9,50. A hexacampeã mundial também começou bem com nota 8,0 e tudo foi decidido na última onda que as duas surfaram. A da australiana foi melhor e valeu nota 8,40, contra 6,83 da norte-americana. Com isso, Stephanie Gilmore virou o placar para 16,40 a 16,33 pontos, deixando Courtney Conlogue em nono lugar no Roxy Pro Gold Coast.
O Quiksilver Pro e o Roxy Pro podem ser assistidos direto da Austrália pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e pela página da World Surf League no Facebook, com divulgação especial também pela TV Globo com transmissão ao vivo pelo www.sportv.globo.com, além da Fox Sports na Austrália, SKY na Nova Zelândia, SFR Sports na França, SporTV em Portugal e EDGE Sports na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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QUARTAS DE FINAL DO QUIKSILVER PRO – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 16.500:
1.a: Matt Wilkinson (AUS) x Joel Parkinson (AUS)
2.a: John John Florence (HAV) x Italo Ferreira (BRA)
3.a: Owen Wright (AUS) x Connor O´Leary (AUS)
4.a: Gabriel Medina (BRA) x Kelly Slater (EUA)
QUARTAS DE FINAL DO ROXY PRO – 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 13.875 de prêmio:
1.a: Johanne Defay (FRA) x Nikki Van Dijk (AUS)
2.a: Tyler Wright (AUS) x Lakey Peterson (EUA)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Keely Andrew (AUS)
4.a: Carissa Moore (HAV) x Stephanie Gilmore (AUS)
RESULTADOS DO SÁBADO EM SNAPPER ROCKS NA GOLD COAST:
QUINTA FASE DO QUIKSILVER PRO – 9.o lugar com 4.000 pontos e US$ 13.700 de prêmio:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 17.23 x 12.43 Adriano de Souza (BRA)
2.a: Italo Ferreira (BRA) 12.80 x 10.56 Kolohe Andino (EUA)
3.a: Owen Wright (AUS) 14.76 x 14.17 Conner Coffin (EUA)
4.a: Kelly Slater (EUA) 14.70 x 13.30 Jordy Smith (AFR)
QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Quinta Fase:
1.a: Matt Wilkinson (AUS)=17.07, 2-Adriano de Souza (BRA)=14.97, 3-Kolohe Andino (EUA)=8.30
2.a: 1-John John Florence (HAV)=14.17, 2-Italo Ferreira (BRA)=13.10, 3-Joel Parkinson (AUS)=9.73
3.a: 1-Connor O´Leary (AUS)=10.77, 2-Owen Wright (AUS)=10.66, 3-Jordy Smith (AFR)=9.77
4.a: 1-Gabriel Medina (BRA)=15.76, 2-Kelly Slater (EUA)=12.07, 3-Conner Coffin (EUA)=11.17
TERCEIRA FASE – Derrota=13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 11.500 de prêmio:
———-baterias que abriram o sábado:
8.a: Owen Wright (AUS) 15.10 x 15.00 Mick Fanning (AUS)
9.a: Connor O´Leary (AUS) 14.93 x 14.70 Julian Wilson (AUS)
10.a: Kelly Slater (EUA) 14.90 x 11.17 Frederico Morais (PRT)
11.a: Conner Coffin (EUA) 14.33 x 14.20 Sebastian Zietz (HAV)
12.a: Gabriel Medina (BRA) 19.00 x 14.56 Ian Gouveia (BRA)
———-baterias que fecharam a sexta-feira:
1.a: Kolohe Andino (EUA) 13.87 x 12.84 Jadson André (BRA)
2.a: Adriano de Souza (BRA) 14.93 x 12.07 Stuart Kennedy (AUS)
3.a: Matt Wilkinson (AUS) 15.10 x 14.60 Jeremy Flores (FRA)
4.a: Joel Parkinson (AUS) 17.24 x 13.54 Miguel Pupo (BRA)
5.a: Italo Ferreira (BRA) 14.60 x 13.27 Caio Ibelli (BRA)
6.a: John John Florence (HAV) 15.47 x 14.17 Mikey Wright (AUS)
7.a: Jordy Smith (AFR) 17.30 x 17.00 Ezekiel Lau (HAV)
QUARTA FASE DO ROXY PRO – Derrota=9.o lugar com 3.300 pontos e US$ 11.500 de prêmio:
1.a: Nikki Van Dijk (AUS) 15.67 x 14.94 Coco Ho (HAV)
2.a: Lakey Peterson (EUA) 13.43 x 13.17 Tatiana Weston-Webb (HAV)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 16.50 x 11.83 Bronte Macaulay (AUS)
4.a: Stephanie Gilmore (AUS) 16.40 x 16.33 Courtney Conlogue (EUA)
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